II-A mansão

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Ao empurrar a criança para dentro, o homem entrou em seguida e se sentou no estofado de couro brilhante da carruagem.
Fur se levantou e tentou destrancar a porta, em vão.
O homem, agora mais calmo, tirou seu capuz, revelando seus longos cabelos prateados.

– Acalme-se e sente-se, garoto.

– Deixe-me sair!-proclamou Fur.

– Eu tenho uma boa proposta para fazer, se você ficar.

– Eu não quero saber de nenhuma proposta! Só me deixa sair, seu sequestrador de merda!

– Você quer tirar seus amigos da rua, não quer?

Fur se calou por um momento e decidiu escutar, o mais velho sorriu satisfeito.

– Certo, você trabalhará para mim como um de meus serviçais, em troca, te ofereço salário, moradia, comida e um lugar para seus amigos ficarem.

– E onde eles vão ficar?

– Ainda irei decidir, mas provavelmete será um orfanato.

– Eu poderei visitá-los?

– Dependendo de seu comportamento, sim.

Fur revirou os olhos e pensou por um tempo, "o que eu tenho a perder? Essa proposta é boa demais para mim, o que ele ganha no final?"

– Por que está propondo isso para mim? Você não irá ganhar mais que minha mão de obra com esta proposta, o que está planejando?

– Qual é sua relação com a Bruxa?- ele interrogou com uma expressão séria

Fur sentiu um calafrio, a pergunta deixou o clima pesado, apertando os punhos Fur respondeu.

– N-nenhuma, mas agora responda a minha pergunta!

– Bem, ter você por perto onde posso te vigiar é conveniente para mim.

Fur olhou para a janela, estavam quase deixando o centro da cidade, encarou o homem, que esperava pacientemente sua resposta, sentando-se, Fur proclamou:

– Aceito sua proposta!

– Alexander Victores – estendeu sua mão para Fur, que a apertou.

– Fur, Fur Mendaux.


○○

A carruagem finalmente parou quando chegou ao seu destino, a mansão Victores, o cocheiro abriu a porta e ambos desceram, Fur admirava seu redor, era primavera, as flores desabrochadas exalavam um cheiro doce, que era levado pela brisa fraca do ventos.
Uma empregada os esperava na porta, saudando seu mestre, ela abriu a porta, ao adentrar, Fur sentiu um arrepio, a empregada agora os acompanhava.

O som das botas de Fur, ao pisarem no marmore branco e relusente, ressoavam pela grande sala, iluminada por um lustre de prata, as paredes pintadas de branco davam uma ar limpo e calmo ao ambiente, antes de subir pela escadaria, Alexander pediu à empregada:

– Lucy, prepare um banho, um quarto e um prato com pão e batata para o garoto.

– Sim, senhor – a empregada se curvou e saiu da sala.

Ambos subiram a escadaria e viraram à esquerda, levando a um corredor extenso, várias pinturas enfeitavam-o, ao virarem a direita, entraram em uma porta, o escritório.
A sala era rodeada por estantes cheias de livros, um sofá e uma poltrona cinzas, com uma mesa de café no meio, e por fim, no centro da sala, uma mesa e com alguns papéis jogados em cima.

Alexander se sentou à mesa, arrumando os papéis jogados, Fur pegou a poltrona cinza e se sentou na frente dele.

– Fur, você é alfabetizado?

I'll Be The VillainOnde histórias criam vida. Descubra agora