Começa a nevar na manhã da véspera de Natal. As rajadas começam surgir enquanto Hermione volta de sua corrida matinal. Depois de tirar os tênis e pendurar a jaqueta na entrada, ela vai até a janela da sala para vê-la cair, puxando a varinha do coque no topo de sua cabeça.
Os flocos cintilam à luz da manhã. Hermione está ofegante, ainda recuperando o fôlego enquanto os observa, esfregando as mãos para aquecer as pontas dos dedos. Há um bruxuleante fogo crepitando alegremente na lareira. O frio não penetra no calor da sala de estar, onde uma pequena árvore de Natal fica em um canto, decorada com bugigangas, ouropel e enfeites cintilantes de fadas-vidro que ornam perfeitamente. O perfume das coroas de pinheiro e cedro irradia por todo o ar, mesclado a canela e laranjas cravo.
Há um conforto ameno na casa de campo, combinado a sensação de novidade no ambiente; paredes vazias, pequenas e estranhas lacunas sobre a lareira e as mesas, como se as superfícies ainda estivessem esperando que a quinquilharia certa encontrasse o caminho até ali e fizesse morada. A parede para estantes está quase cheia, mas ainda há caixas ao pé delas. Várias estantes estão ocupadas por cópias duplicadas de certos títulos, aguardando seus pares enquanto seus respectivos proprietários discutem qual cópia deve ser mantida.
Uma casa, porém, uma que ainda não está totalmente mobiliada.
Os olhos de Hermione se fecham, saboreando o silêncio até que ela ouve passos suaves se aproximando, parando ao lado dela. Seus olhos se abrem e ela olha pela janela por mais um momento.
— Veja, começou a nevar, — diz ela.
— Eu percebi, — é toda a resposta que Draco dá enquanto coloca uma xícara de chá nas mãos geladas dela. Ela se inclina para trás contra o peito dele, e eles ficam juntos apreciando a neve por alguns minutos em silêncio.
— Eu costumava sonhar com Natais assim quando era pequena, — diz ela. — Seria um pouco como um conto de fadas ter neve no nosso primeiro Natal.
Ela ergue seus olhos para ele. Seus traços são afiados como vidro cortado, e o canto de sua boca se curva quando ele a encara. Ela desliza sua mão esquerda para trás e encontra a dele, entrelaçando seus dedos e puxando seu braço em volta de sua cintura. Ele descansa o queixo no topo da cabeça dela e esfrega o polegar lentamente para frente e para trás em sua aliança de casamento, como se ainda não estivesse acostumado a encontrá-la ali.
— Talvez tenha, — ela diz depois de alguns minutos.
.
— Você tinha coisas que fazia enquanto crescia, quando ficava preso na neve? — ela pergunta enquanto pica vegetais.
Draco está parado a alguns metros de distância, preparando pernil de vitela, totalmente indiferente ao tempo lá fora, ao contrário de Hermione que passou metade do dia colada às janelas. Há um avental amarrado em volta de seus quadris, as mangas cuidadosamente enroladas até os cotovelos. Sua varinha foi colocada de lado em uma prateleira enquanto ele desembrulha o papel manteiga, inspecionando cada parte com um olhar crítico.
— Preso na neve? — Ele ergue os olhos.
Ela acena com a cabeça.
— Você sabe. Quando não pode viajar porque há tanta neve lá fora que não é seguro.
Suas sobrancelhas franzem e ele parece brevemente desconfortável, do jeito que ele sempre fica quando uma diferença "cultural" surge entre eles. — Os bruxos geralmente não têm esse problema. Flu, aparatar, chaves de portal, geralmente há alguma maneira de viajar, independentemente do tempo.
Hermione faz uma pausa, mastigando absorta um palito de cenoura.
— Ah, claro. Suponho que contanto que você tenha uma varinha, há um jeito.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Snow Fall | Dramione
FanfictieAs primeiras férias de casados devem ser perfeitas. Se não fosse por todas aquelas obrigações sociais irritantes que são quase impossíveis de se livrar. [Tradução autorizada. "Snow Fall" por SenLinYu. Não permito a repostagem da minha tradução]