❀ Chapter 08 ❀

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Any Gabrielly11/07/2017– 10:34AM – Botafogo/RJ

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Any Gabrielly
11/07/2017– 10:34AM – Botafogo/RJ

A despedida, o caixão, o choro, a dor da perda, o sentimento de que faltou fazer/falar algo, a saudade, as lembranças, o último adeus, o primeiro "eu te amo"...

A morte nos faz pensar e repensar muita coisa, corrigir vários erros, mudar o comportamento. A morte é aquele momento em que todo mundo valoriza depois que perde, é quando o "eu te amo" sai da boca de todos. Mas do que adianta? Já morreu... Aquela pessoa que você diz amar, não vai te ouvir mais!

O maior erro do ser humano é diminuir, xingar, menosprezar a pessoa do lado e só depois que morre que vem dizer que ama, que gostava da presença, das implicâncias... Não adianta dizer o "eu te amo" quando a pessoa já está num caixão. Não adianta dizer que amava a comida ou das piadas sem graça...

Eu apenas observava as pessoas naquela capela, chorando, se debruçando sobre o caixão, dizendo que amava a tia Úrsula. O Josh nem quis vir, estava trancado na casa onde morava com a mãe; já o Ron estava mais afastado, não chorava, nem demonstrava nenhum sentimento, frio como sempre... Muitas pessoas passavam por mim e me olhavam como se eu fosse um lixo, talvez o Ron tenha razão, eu sou o motivo da morte da tia Úrsula e a minha morte vai ser o melhor que eu faça, talvez acalente a dor que essas pessoas estão sentindo por minha causa.

Sem que ninguém percebesse, sair da capela e caminhei em silêncio por aquele lugar frio e angustiante, passo minhas mãos por meus braços tentando esquentar meu corpo com aquela brisa gelada batendo contra a minha pele. De longe, vejo uma faca em cima de um dos túmulos, caminho em direção ao objeto e pego a mesma analisando por alguns minutos.

Corte seu braço, vai aliviar sua dor...
Você vai se sentir bem... Corte-se... Corte-se...

Algo parecia sussurrar em meu ouvido, ordenando que eu me ferisse. A tentação era grande!

Vamos... Ninguém vai ver... Vai te fazer bem... Faça cortes em seu braço... Tire essa dor do seu peito... Corte-se...

Apertei meus olhos, segurando com força a faca em minhas mãos. A minha vontade era de me ferir, de acabar com aquela dor que me destruía por dentro, mas não tinha coragem para tal. Olhei para o meu braço, minha pele lisa sem nenhuma cicatriz aparente e olhei para faca que tinha sua lâmina absurdamente afiada, desejando me ferir ou até mesmo me matar só pra acabar com essa dor.

Volto à fechar meus olhos encostando a arma branca em minha pele, mas quando iria começar à me ferir, algo ou melhor alguém, impediu de que eu continuasse com o ato.

Josh- Não faz isso... Por favor! – olho assustada para o loiro que estava literalmente destruído. Seus fios loiro estavam bagunçados, seus olhos vermelhos e inchados, rosto vermelho, boca semi aberta enquanto respirava lentamente – Não vai te fazer bem... Só vai te fazer sofrer ainda mais... – sussurra ainda segurando o meu pulso

Não o ouça... Ele quer o seu mal... Ele vai te matar... Corte-se, vai te fazer bem... Não o ouça...

Aquela voz insuportável rondava por minha mente tentando me incentivar à ferir minha própria pele. Minha mente não queria aquilo, mas meu coração precisava. A dor que eu sentia era tão grande que eu não suportava mais tê-la em meu peito, podia cometer um suicídio à qualquer momento, com qualquer objeto cortante.

Any- Eu preciso Josh... Eu não aguento mais... – sussurro me entregando às lágrimas e o loiro apenas me olhava triste

Josh- Se cortar não é a solução... – diz num sussurro deixando algumas lágrimas descer pelo seu rosto – Vem... Eu vou te levar pra casa! Isso aqui não está te fazendo bem! – pega a arma de minha mão à pondo sobre o túmulo novamente passando seu braço pelo meu ombro

Ron- Pra onde você está levando a minha mulher? – ouço a voz tenebrosa do meu marido sentindo todo meu corpo se estremecer

Josh- Primeiro, esse casamento é um farsa, porque você ainda era casado com a minha mãe. Segundo, se você se preocupasse tanto com ela, eu não a encontraria tentando se mutilar. – diz rude e eu fecho meus olhos não querendo ver nem ouvir aquela discussão de pai e filho

Ron- Você tá maluca garota? Não já basta essa história de que tem síndrome do pânico, agora vai inventar que tá depressiva?  Só umas boas tapas pra te fazer entender que a mim você não engana. – fala num tom baixo mas claramente enraivado

Josh- Louco é você, que vê a Any sofrendo, morrendo aos poucos e não faz nada. Igual foi com a mamãe! – sinto o ódio do mais novo em sua fala e abro meus olhos analisando as expressões dos dois – Foi por sua culpa que a mamãe morreu! Ela te amava, mas você a desprezava, menosprezava... Agora tá aí, sofrendo ou melhor, atuando. Você nunca amou nem vai amar ninguém, essas suas lágrimas são de cobra jararaca, você não tem compaixão nem empatia nem com si próprio quanto mais com os outros. – cospe a verdade na cara do homem que fechou os punhos se preparando pra socar o próprio filho – Tá vendo? Você é um covarde, meu pai! Eu tenho pena de você, pena por ter uma mulher maravilhosa como a Any e não saber valorizar. Espero que não faça com ela o mesmo que fez com a mamãe! – diz por fim saindo do local do mesmo jeito veio, em silêncio e destruído por dentro e por fora, sofrendo a perda de sua mãe

Ron- Passa! – ordena e eu passei por ele de cabeça baixa me rendendo aos seus caprichos e machismo por mais uma vez

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Capítulo tenso, com palavras maravilhosas da Any e quase uma recaída da moana. Essa morte da tia Úrsula acabou com o Josh gente... Esse foi o capítulo mais triste que já escrevi, até agora.

E aí? Estão gostando do enredo?  Tem alguma teoria? Sugestão?
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Beijão e até o próximo capítulo!

A Madastra! - BeauanyOnde histórias criam vida. Descubra agora