❀ Chapter 12 ❀

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No capítulo anterior...

Ter a Saby como minha amiga era como uma demonstração de que não estou sozinha e de que tem pessoas que se preocupam comigo e com o meu bem estar, apesar do monstro que sou.

Fique agora com o capítulo do hoje...

Any Gabrielly15/08/2017 – Rio de Janeiro – RJ/BR

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Any Gabrielly
15/08/2017 – Rio de Janeiro – RJ/BR

Depois de uma semana internada, hora de voltar para casa, ou melhor, para o inferno. O Ron não foi me visitar dia nenhum, se não fosse o Josh e os amigos dele eu estaria largada as traças sem a ajuda de ninguém naquele lugar que também é horrível.

Naquele mesmo dia que a Saby citou sobre a Heyoon ela foi no meu quarto para fazer uma entrevista e conhecer um pouco sobre mim. Confesso que escondi algumas coisas sobre mim, como as agressões que sofria do meu tio e agora do Ron, e o estupro que o meu próprio marido comete contra mim praticamente todos os dias. Não é porque eu o amo, nem porque quero protegê-lo, mas porque eu tenho medo dele fazer alguma coisa contra a Heyoon caso ela tenha o conhecimento das agressões.

O caminho até a casa onde estou morando com o Ron aqui, no centro do Rio, foi silencioso, o Josh estava mais na dele, parecia pensativo. Não quis questionar nada, já que ele demonstrava estar bem chateado com algo. Cerca de uns 30 minutos depois de sair do hospital, eu já estava chegando em casa, chegando naquele inferno onde obviamente eu seria espancada pelo Ron novamente.

Any- Você vai entrar? – pergunto olhando para o Josh que apenas negou – Se cuida! – peço chamando a atenção do loiro que me olhou por alguns segundos e assentou deixando um suspiro fraco escapar de seus lábios rosados

Josh- Digo o mesmo! – sussurra me fazendo sorrir fechado, deixo um beijo em sua testa e o loiro faz o mesmo, logo em seguida eu sair e né sinto vigiada

Não ligo para o sentimento de angústia que algo de ruim estava para acontecer. Caminho até o porta-malas do carro e pego a minha bolsa, aceno para o Josh e caminho até a porta abrindo a mesma, tendi visão para a sala do imóvel. Adentrei a casa, fechando a porta atrás de mim, caminhei lentamente até um dos sofás onde estava o Ron com um charuto em uma das mãos e um cinto na outra.

Ron- Então quer dizer que você não quis o meu filho e mandou fazer o aborto...? – pergunta com uma voz sarcástica, foi impossível esconder o meu espanto, a única pessoa que sabia era a Sabina, ela não falaria, ou falaria? – Você tem noção do crime que cometeu, Gabrielly? Você tem noção do nível do seu erro? Tem noção do que pode acontecer com você agora? – bate o cinto no chão fazendo meu corpo inteiro se estremecer, fecho meus olhos com força já deixando as lágrimas molharem meu rosto

Any- Desculpa... Eu fiquei desesperada... Não sabia o que fazer... – confesso permitindo que um soluço alto escapasse da minha garganta

Ron- Estava desesperada? Não sabia o que fazer? VOCÊ SABIA QUE EU QUERIA UM FILHO, GABRIELLY! VOCÊ SABIA QUE SIM O QUE FAZER! – berra me assustando, abro meus olhos não o vendo mais na poltrona mas já atrás de mim – A minha vontade é de te matar... – sussurra próximo ao meu ouvido e eu acabei me assustando por ter sido pega de surpresa – Mas não vou fazer isso... Não agora! – se afasta e eu respirei aliviada por aquilo

Só não esperava que a seção de espancamento já fosse começar. Uma, duas, três cintadas... Uma nas minhas pernas e duas na minha barriga.

Ron- Hoje você vai aprender que um pedido meu, é uma ordem! – murmura entre dentes agarrando meu pescoço mas logo o largando. As lágrimas desciam pelo meu rosto violentamente, não esperava apanhar justo no dia que recebesse alta do hospital – Você vai aprender à me respeitar, vai aprender à ser mulher de verdade! – murmura enquanto me batia com toda a força

Any- PARA! EU NÃO AGUENTO MAIS! – grito desesperada tentando me defender das agressões do homem que parecia estar possuído por algo

Ron- AAAAAAH! – berra se afastando de mim, jogando um copo de vidro na sala provocando um barulho ensurdecedor

Any- Tá vendo o porquê que matei aquela criança? Pra poupar ela disso, pra poupa-la de apanhar do próprio pai ou de ver a mãe apanhando do pai. Eu não vou ter um filho só porque vice quer Ron, eu posso morrer, mas um filho não te dou. – digo dentre o choro, me sentindo fraca jogada no chão

Sinto o olhar mortal do homem mas não ligo pra isso, já era manjado esse seu olhar.

Ron- Não espere por mim... – foi a única frase que saiu de sua boca antes de a porta ser fechada com a força do universo

Chorar... Era a única coisa que eu sabia fazer. Minha vida era uma merda, eu era uma assassina fria e calculista, matou o próprio filho.

Any- AAAAAA QUE RAIVAAAA! – grito angustiada jogada na sala, pego meu celular e mando uma mensagem para a Heyoon pedindo para que ela viesse para a minha casa

❄︎𖣔❄︎𖣔❄︎𖣔❄︎𖣔❄︎𖣔❄︎𖣔❄︎𖣔❄︎𖣔❄︎𖣔❄︎𖣔

Capítulo forte e no momento perfeito para eu deixar um recado sério aqui.

Meninas, não se entreguei à violência de corpo e alma, quem ama cuida, dar carinho, amor, mas nunca agride. Para acontecer a violência doméstica não é preciso tocar na sua pele, basta uma palavra de baixo calão, um xingamento. Não se de por vencida quando qualquer pessoa te xingar ou te diminuir por algo banal. Erga sua cabeça e mostre a mulher forte que vcs são, mulher não nasceu para ser um objeto, nós somos maioria no mundo, nós somos o equilíbrio do mundo, somos nós quem devemos mandar no mundo. Diga não à violência doméstica! Diga não ao feminicídio! Vamos lutar contra o maxismo! Nós podemos!

Você tá gostando da fanfic? Quer que o poder feminino prevaleça sobre os homens? Quer que sejamos a palavra final de tudo?
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Meta da fanfic: 500 views e 100 votos até o próximo dia 16/06 quando a fic completa 1 mês.

Beijão e até o próximo capítulo!

Créditos à LunahAlves

A Madastra! - BeauanyOnde histórias criam vida. Descubra agora