"Saudade de você
Quando vamos nos ver de novo?
Digo, naquele sentido de se ver
Saudade de estar com vocêCom amor"
[...]
Leo nunca foi uma pessoa muito sortuda.
Mas aquilo o atingiu mais do que qualquer outra decepção em sua vida.
Ninguém está preparado para tudo, mas aquilo era nada.
Nada possível de se preparar. Nada pensável. Nada cogitável. E nada fácil de viver com.
Era engraçado, porque ele achou que nada estava errado.
Ele estava errado.
[...]
Às vezes, Calipso ia ao Acampamento visitar seus amigos – e Leo principalmente, óbvio.
Ele adorava esses dias.
Eles não passavam muito tempo juntos – não tanto quanto ele gostaria –, então qualquer minuto era aproveitado ao máximo – pelo menos por e para ele.
Ele adorava conversar sobre como estavam as coisas onde ela estava, conversar sobre coisas que gostavam, passear pelo lago e essas coisas.
Esses dias eram os seus preferidos.
Mas hoje não era um desses dias.
E não seria um dia do qual ele iria preferir a outros.
[...]
Talvez fosse culpa do inverno.
Leo não gostava do inverno.
Era uma estação triste, vazia e solitária. (Mesmo que fosse um pouco complicado explicar essa última parte.)
Era engraçado pensar nisso, porque ele se sentia exatamente como o inverno.
Talvez fosse a missão do inverno – espalhar dor, solidão e um sentimento intenso de tristeza que só aumentava com o passar do tempo.
O verão poderia ser para sempre.
[...]
Leo estava na varanda da Casa Grande, observando todo o terreno – os campistas, a floresta, a lareira - quando ela chegou.
— Ei! — ela se aproximou. — Estava com saudade. Como você está?
— Oi. — ele forçou um sorriso. — Também estava. Estou... ótimo, e você? — eles se abraçaram. Era estranho.
— Também.
— Está com frio? Seu nariz está vermelho.
— Ah, não. É só alergia. O que você andou fazendo enquanto eu estive fora?
— Algumas coisas, nada demais. Rachel está me ajudando com algumas coisas da escola.
— Escola? Você não me contou sobre isso! E Rachel? Rachel Dare? O oráculo? — Calipso parecia surpresa.
— É... Esse lugar fica meio vazio durante o ano letivo, sabe? E por mais que eu odeie inglês e química, o resto até que é interessante. E, sim, Rachel Dare. Ela conseguiu uma vaga na escola dela, em Nova York. É bom, porque estamos no mesmo ano. — ele deu de ombros. — Ela é bem legal. Acho que vocês se dariam bem.
— Talvez. Quem sabe. — ela deu de ombros. — Vamos, preciso dar oi ao resto das pessoas. Depois podemos fazer alguma coisa que você quiser.
Ele concordou com a cabeça e colocou um braço ao redor dela.