Capítulo 2: Amigos, e amigos

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    Passou...2016 passou, as Olimpíadas do rio também passaram, o Brasil teve um bom desempenho em alguns esportes também. Agora que me dei conta que 2017 finalmente chegou, o último ano foi complicado, e não há segredos a respeito disso. Minha família estava toda dividida desde aquele episódio no sagrado dia 29. Durante meses, meus pais começaram a duvidar da educação que eles estavam exercendo sobre os seus filhos. No natal, montamos uma grande ceia, pois, eles são católicos, e isso faz parte do cristianismo. Pareceu que todo mundo tinha entrado num acordo de paz, estávamos celebrando o nascimento de Jesus Cristo e, nos divertimos até... Mas Antônia resolveu consumir bebida alcoólica e aprontar de novo, e tudo foi ao extremo mais uma vez. Nós não tivemos nem Réveillon.
   Quando janeiro chegou, eu decidi o destino do dinheiro que eu tinha ganhado do simpático casal homossexual que encontrei no parque anteriormente, o mais surpreendente é que eu consegui esconder por tanto tempo sem ser descoberto! Havia cerca de 1.800 reais dentro daquele envelope, e eu terminei comprando um notebook de baixo orçamento. Meus irmãos perguntaram, é claro! Mas eu omiti a verdade, e disse apenas que ganhei em um sorteio. Era mais fácil esconder os fatos deles, do que esconder dos meus pais. Mas isso não importa... Eu não costumava mentir, e então, notei que estava mudando de verdade! Mudando em várias questões, principalmente na puberdade.
   Era um dia muito quente como sempre, e marcava 26 de janeiro no calendário, eu ainda estava de férias! Meus pais não eram tão rígidos quanto costumavam ser, enquanto, os mais velhos como Admir cresciam, eles eram mais liberais para sair de casa, portanto, que houvesse satisfação e a confiança fosse recíproca. Mas os mais novos como eu, Arnaldo e Ariely eles eram receosos, porque não queriam que fossemos influenciados por estranhos. E usavam Antônia como pauta de comparação quanto à isso, ela ficou com uma má reputação na Catedral também.
   Meu Pai estava na horta atrás de nossa casa, era o passatempo preferido dele. Geralmente, cultivava legumes, e colecionava algumas árvores com frutas também. Minha mãe fazia faxinas para alguns barões ao redor de Petrolina, além dos contatos em Juazeiro, na Bahia. O meu pai ficou relutante no início, pois ele sempre teve uma visão muito machista sobre o papel da mulher dentro de um lar. Mas isso mudou depois que ficou desempregado! Ele trabalhava numa Adega de vinhos.
   E eu não tinha nada pra fazer, Admir saiu para um compromisso, Antônia estava escutando Rock metálico, e me fuzilando com os olhos, e meus outros dois irmãos estavam na casa do vizinho ao lado. Só sobrou eu admirando as paredes, e meu pai usando a enxada até abrir uma passagem de água.
- Pai...o senhor precisa de ajuda? - me aproximei dele, e tomei a coragem de perguntar. - Não, volte pra dentro! - ele brevemente me respondeu. Mas eu queria mesmo conversar, falar das minhas dúvidas hormonais, coisas assim...de homem pra homem! Tomei a liberdade de pegar na geladeira uma garrafa de água, e lhe entregar um copo cheio estendendo a mão, ele me encarou, mas não rejeitou, deu um sorriso de lado e mexeu na minha cabeça antes de enxugar o suor, como gesto de carinho.
- Tem algo que queira me perguntar? Você parece inquieto. - Sim! Eu tinha algumas perguntas em questão, mas não queria extrapolar:

- Está acontecendo algumas coisas no meu corpo ultimamente.

- E o que seria?

- Bom... - eu estava com vergonha de dizer, mas não podia voltar atrás, eu não confio nos meus irmãos, eles certamente iriam tirar sarro de mim depois. - Está crescendo pelos aqui em baixo, é normal? - eu questionei apontando pras minhas partes intimas, nesse momento, meu pai deu uma gargalhada puxando a coluna pra trás, e eu meio que sabia a resposta, eu só queria ver a sua reação. - Hahaha, bom Ariel, você sabe que tem quase 13 anos agora, né? - , - Por isso, é muito normal ter pelos nos seus testículos, você vai passar por mudanças mais drásticas. - com isso, eu dei um sorriso também, sinalizando que tinha captado o conselho.
Eu perguntei ao meu pai já sabendo da resposta, porque agora eu tenho um notebook, e posso pesquisar tudo em mente, quando tiver dúvidas. Eu uso essa ferramenta para um propósito, meus irmãos? Usam para jogar online.
- Mas eu agradeço! Você me procurou pra questionar algo importante, quero que saiba que eu posso ser participativo na sua vida...meu filho!
Foi ai que tomei a liberdade de lhe dar um abraço, achei que ele precisava disso, enquanto eu, precisa de um amor paternal. - Mas Ariel...-
Ele me deu dois tapinhas nas costas, me afastou e me fez um pedido com muita integridade, nesse estante, eu já estava olhando para cima, e fixando nos seus olhos:

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⏰ Última atualização: Jun 08, 2022 ⏰

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