Você firmou os pés no chão e respirou fundo antes de se virar para encará-lo. Estavam em um lugar com muitas pessoas, então Hiroshi, por mais ameaçador que fosse, não causaria uma cena ou faria mal a você enquanto estivessem ali. Pelo menos, você esperava contar com isso.
— Hiroshi... — sua voz saiu trêmula, apesar de seus esforços para manter a compostura. — O que você está fazendo aqui?
Ele soltou uma risada debochada, carregada de sarcasmo, e começou a se aproximar, seus passos lentos e pesados aumentando a tensão no ar.
— Não está feliz em me ver? — A voz dele pingava desdém, e cada palavra parecia um golpe. — Poxa, amor... assim você me magoa, sabia? Eu estava preocupado com você. Não atendia o celular nem respondia às minhas mensagens, então pensei em te procurar no único lugar onde seus amiguinhos de merda te trariam.
A mão pesada de Hiroshi pousou no seu rosto em um gesto que deveria parecer carinhoso, mas que só fez seu corpo se enrijecer. O toque dele era carregado de ameaça velada. Ele acariciava sua bochecha, mas o olhar dele, fixo no seu, era intimidante. Você abaixou os olhos, tentando evitar contato visual, mas ele forçou seu rosto para cima, segurando seu queixo com a ponta dos dedos.
— Por que essa cara? Aconteceu alguma coisa? — perguntou, com um tom de falsa preocupação, o deboche ainda presente em sua voz.
Você queria responder, mas as palavras pareciam presas na sua garganta. O coração disparado fazia seu peito subir e descer com rapidez, e um frio desagradável percorreu sua espinha. Suas pernas começaram a tremer e o ar parecia não entrar completamente nos pulmões. Tudo em você gritava para correr, mas seus pés estavam colados ao chão.
— Ficou muda? — Hiroshi insistiu, aumentando a pressão em seu queixo.
— Não aconteceu nada — você conseguiu dizer, quase sem voz.
Ele sorriu, satisfeito com sua submissão momentânea.
— Ótimo. Então vamos embora. — Ele segurou seu pulso com força, seus dedos apertando sua pele de forma firme e possessiva. — Sabe que eu não gosto que você venha a lugares como este sem mim.
Você engoliu em seco, sentindo o pânico subir em sua garganta. Por um instante, pareceu que o mundo estava fechando ao seu redor. Sacudindo a cabeça, tentou clarear seus pensamentos e, em um movimento brusco, puxou o braço, conseguindo se desvencilhar do aperto dele.