⚜️ 001 | Eu conheço ele

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13 de maio de 1873 em Brishighet; O Reino do Sul.

- Por favor, tente não estragar tudo, como você sempre faz. Você já tem 19 anos, deveria ter um pouco mais de responsabilidade. Daqui a pouco tem que casar e não sabe ter modos!

Revirei os olhos ao ouvir aquela frase, era sempre assim. Que miséria!

- Tente agir mais como Sobin, sempre educado e bem comportado.

- Tudo bem, mãe. Pegue mais leve com Jimin, responsabilidade vem com o tempo. - Meu irmão mais velho diz na tentativa de me defender sem contrariar nossa mãe.

- Tanto faz. Apenas se comportem, toda a nobreza dos quatro reinos virão para o baile.

- Ouvi dizer que virão pessoas do Reino dos rebeldes também. - Minha segunda irmã mais velha, Jisoo, fala aos cochichos com Jiu, minha última irmã. Duas fofoqueiras.

- Pare de dizer besteiras! Você quer nós dar vergonha?

- Me desculpe, mãe. Isso não irá se repetir.

- Não irá mesmo. Coloquem suas máscaras e vamos entrar.

Assim que nosso amoroso momento em família passa, todos vamos para o salão principal do castelo, onde acontece a festa de chegada da primavera. Essa é uma festa importante e tradicional da Ásia, onde todos os nobres e mais alguns membros de todos os reinos se reúnem para comemorar a chegada da primavera, e coloque comemorar nisso, a festa dura 3 dias.

Odeio festas assim. Cheia de pessoas que só se importam com status sociais e fortunas. Sem contar que gastam horrores nessas festas, sempre desperdiçando comidas, enquanto poderiam estar alimentando a população mais carente de algum país. Meu pai nunca se importa com os menos favorecidos, sempre se achando superior e esbanjando o dinheiro de impostos que o povo paga.

Se eu fosse rei...

Iria pelo menos tentar consertar essa situação, não teria desprezo pelos pobres e eu os ajudaria. Eu abriria meios de ensino para os que não tem condições de pagar um tutor, isso e muitas outras coisas.

Mas eu não vou ser rei. Sou o mais novo de quatro irmãos, não terei essa oportunidade.

Assim que entramos no grande salão, logo todos nos separamos. Minha mãe vai para um pequeno grupo de ômegas velhas e fofoqueiras. Sobin vai em direção de meu pai junto a outros grandes alfas importantes. Bom, em breve ele se tornará rei então tem que "aprender" umas coisas com os caras mais experientes. E por último minhas irmãs vão para um canto, onde apenas ficam as jovens moças, é triste ver elas. Elas são obrigadas a ficarem assim, não podem falar com outras pessoas, apenas ficar ali conversando baixo para não incomodar, enquanto os homens ficam rindo alto, bebendo e fazendo várias piadinhas sem graça.

Tenho pena delas. Sou um ômega, porém, o preconceito que sofro não chega ao nível do delas, mulheres ômegas são sempre mais pressionadas.

Depois de analisar todos e julgar a maioria em minha mente, vou para o jardim, onde a luz da lua reflete um pequeno lago onde nadam dois patinhos filhotes, sem a mãe já que a mesma morrerá à alguns dias atrás, e venho cuidando deles. Fico alí por um tempo, apenas observando um pouco as estrelas e brincando com os patinhos. Até que vejo um garoto um pouco mais alto que eu vindo de dentro do salão de baile. Ele me encara e começo a presta atenção em seus detalhes, ele tem cabelos negros, pele um pouco bronzeada e olhos bonitos, mas a coisa que mais me chamou atenção é a sua boca, é uma boca muito bonita.

Só não posso afirmar o rosto, por conta da máscara que cobre metade do rosto dele.

Mas, uma coisa não tenho dúvidas, ele me chamou atenção.

E naquele momento, algo dentro de mim mudou, senti como se tivesse com um formigamento.

Acho que comi muitos bolinhos pela manhã.

Sorrio para ele, já que até então estávamos apenas nos encarando. E ele retribui, normalmente pessoas do meu reino, Brishighet, não são muito simpáticas, principalmente os de classe alta. Ele se aproxima de mim até se sentar do meu lado.

- Boa noite, príncipe. - Assim ele olha pra mim e sorri novamente, o sorriso dele me lembra o atlas, meu coelho.

- Sem formalidades, por favor. - Falo com um tom gentil, não gosto muito desses pronomes de tratamento. - Me chame apenas de Jimin.

Eu estendo meu braço para um aperto de mão e ele faz um comprimento um pouco peculiar, batendo a mão dele na minha e logo fechando e batendo novamente. Será que ele está me batendo?

- Muito prazer, Jimin, sou Jungkook.

- Que isso?

- Meu nome? É a junção das partículas de Jung 柾, que significa "grande"... - logo interrompi ele.

- Não seu nome, estou falando desse gesto que você fez.

Ele me acha um pouco surpreso mas logo tenta me explicar. - É meio que uma saudação, porém menos formal.

- Gostei. - Sorrio e faço o gesto legal de novo.

- O que está fazendo aqui, Jimin?

- Ah...odeio essas festas, então venho sempre aqui no jardim ver os patinhos.

- Como assim não gosta? - Jungkook pareceu surpreso com minha resposta.

- Lá dentro está cheio de pessoas corruptas, soberbas, e cheias de si. Prefiro estar aqui fora do que lá dentro.

- Ah, entendo...

Ficamos alí conversando e rindo a noite toda até vermos o nascer do sol, já que a festa só terminaria pela manhã. Jungkook pensativo disse que teria que ir embora.

- Quando vamos nos ver de novo?

- Não sei, Jimin...- Sua feição estava confusa, diferente de segundos atrás.

- Porquê? De que reino você é?

Jungkook tira um colar que estava em seu pescoço e coloca em meu pescoço, me deixando envergonhado. O colar era bonito, de corda preta e uma pedra de ametista.

- Prometo que vamos nos encontrar novamente, e como prova deixo meu cordão com você. Assim quando nós encontramos você me devolve, combinado?

- Combinado! - Sorrio e assim o abraço, mas somos interrompidos por um homem alto com uma máscara cobrindo completamente seu rosto.

- Vamos, Jungkook, já está na hora!

Jungkook me dá um último adeus e parte com o homem alto.

Para ser sincero, fiquei triste com a ida de Jung, mesmo tendo o conhecido a horas atrás. Uma parte minha ansiava sua volta.

21 de novembro de 1877 em Margianni; O Reino dos Rebeldes.

Assim que desperto de meu pequeno flashback, entro em pânico novamente por ver aquele homem alto e uma espada em minha frente.

Eu tinha tantas perguntas.

Onde eu estava?

Quem era aquele homem?

E por quê ele era tão familiar?

- Jimin? - Aquela voz...

- Jungkook? - Era ele.

ᴅᴇ́ᴊᴀ̀ ᴠᴜ́ | ᴊɪᴋᴏᴏᴋ Onde histórias criam vida. Descubra agora