⏤ 𝗖𝗮𝗽í𝘁𝘂𝗹𝗼 8

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Suspiro enquanto fecho minhas malas. Queria saber como cheguei a esse ponto. Meu coração palpita quando imagino eu do lado de Jungkook, mas sei que isso talvez nem irá acontecer. Não acredito que a polícia conseguiria entrar em contato com Jeon Jungkook. Isso seria extremo demais. A delegacia não iria tão longe por uma adolescente que falou merda na internet. Não a do Brasil.

Desço as escadas carregando minhas malas pensando que na verdade a polícia local foi até muito determinada, pois me compraram até passagens para sair do país fugindo dessa pessoa sádica que está me perseguindo. Fiquei surpresa. Lembrei que o policial que nos acompanhou até aqui está sendo muito persistente no nosso caso, pois lembro dele falando que convenceu a delegacia a fazer isso.

— Já está pronta? — Escuto a voz feminina da minha mãe surgindo em meio aos pensamentos e então dei um sorriso reconfortante para ela. Sei o quando está nervosa e com medo de eu viajar para um lugar distante dela em uma situação como essa.

— Estou mãe, vai ficar tudo bem. Juro. — Digo mais para acalmá-la. Por dentro o coração estava a mil por hora de ansiedade, medo, vergonha e muito mais sentimentos desagradáveis. E eu estava tentando determinadamente fazê-los sumirem para não deixar minha mãe mais preocupada.

— Você jura para mim que irá comer? Que vai estar sempre perto dos policiais? E sempre irá me ligar dando notícias? — Ela diz segurando meus ombros.

— Juro. — Digo calmamente. — Pelo menos eu sou intermediária falando coreano. Sabia que aqueles cursos online e falando com estranhos no Omegle iriam valer a pena. — Falo tentando fazer o clima ficar menos tenso fazendo minha mãe desfazer a careta preocupada em um sorriso genuíno. — Bom, eu via um monte de pintos e coisas estranhas? Via. Mas pelo menos eu conversei com pessoas legais. — Brinco e ela da uma gargalhada mais ampla.

— Sim, sim. Você fez bem. Mas não arrisque, sempre busque ajuda para a tradutora que irá com você. — Ela alerta séria, porém não tão séria quanto antes.

— Claro, claro. — Balanço a cabeça e então penso na sua fala. — Espera, irá uma tradutora comigo?

— Esqueci de lhe avisar. Sim, irá uma tradutora com você. — Ela informa alisando meus cabelos.

— Mas não quer dizer que não vou poder mostrar meus dotes linguísticos, hein! — Digo franzindo as sombrancelhas e então a mais velha gargalha jogando a cabeça para trás.

— Você é uma comédia, Gisele. — E então me olha com carinho. — Vou sentir sua falta. Não sabemos o tempo exato que irá voltar. O policial Renato disse que você só iria voltar quando estiver tudo resolvido.

— Quem é policial Renato? — Pergunto fazendo uma careta.

— Oh, é aquele homem que vem nos ajudando. Lembra? Que nos deu carona.

— Hum... Desde quando sabe o nome dele? — Pergunto desconfiada.

— Deixa de ser boba, Gisele. — Me dá um pequeno tapa no braço. — Ele só se apresentou para mim hoje quando o atendi na porta. Nada demais.

Dou um sorriso pensando se é possível o que eu acho que está acontecendo. Porém sou interrompida pela campainha tocando e meu coração já dá sinal de vida batendo rápido. Ai minha nossa senhora, que nervoso, ansiedade e tudo misturado. Minha mãe vai até a porta e eu sinto a presença da senhora chatonilda atrás de mim, curiosa para saber o que está acontecendo. Vou até minha mãe já carregando minha mala e vejo o tal policial Renato olhando minha mãe com a face simplista. E então, me olha.

— Bom, parece que está pronta. Isso é ótimo. — Olha as malas em minha mão.

— Hãm, sim. Não quero abusar da eficiência. — Digo e sinto um peteleco da minha mãe em minha cabeça. — Ai! Mas o que eu fiz? — Massageio minha cabeça olhando minha mãe. Tudo que recebo é uma carranca e acredito ser por eu ter dado um mal sentido a eficiência da delegacia.

𝐏𝐇𝐎𝐓𝐎 𝐂𝐀𝐑𝐃, Jeon Jungkook (editando)Onde histórias criam vida. Descubra agora