Papai, o que é o amor?

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7. Papai, o que é o amor?

Cuidar dos meus filhos nunca foi algo que eu pudesse considerar difícil. Desafiador? Sim, com toda certeza do mundo. Mas difícil? Jamais! Isso, claro, até que eles completassem quatorze anos e virassem meu mundo todo de ponta cabeça.

Sendo honesto, pensei que fosse chegar aos meus cinquenta anos como um alfa imponente e ainda sedutor, mas duvido que eu consiga chegar lá com algum fio de cabelo na cabeça considerando tudo que eles têm feito para me preocupar nos últimos tempos.

Primeiro foi a gravidez da minha primogênita, que já tirou boa parte da minha sanidade. E digo isso unicamente por preocupação com o bem estar dela, visto que ela é grandinha o suficiente para saber que toda ação possui uma reação e que ser mãe foi consequência da falta de proteção dela e de Jinwoo. Desse tipo de consequência eu tenho tripla experiência, inclusive.

A sorte dela é que o gene de gêmeos é da parte de Jimin, assim sendo ela corre menos risco de uma gravidez dupla. Menos risco, não significa risco nulo, claro.

A segunda coisa que me tirou a paz, foi toda a história de Eunwoo com o tal alfa babaca que se passou com ele de todas as maneiras possíveis e me fez sentir raiva de um adolescente — quase adulto. Por sorte, isso está quase resolvido. E digo quase, porque isso sempre estará na memória do meu pequeno e não há como tirar isso de lá. Eu apenas agradeço que Minhyuk aparentemente é um bom menino e está o tratando bem. Porque se não tratar, também, ele vai saber o tipo de couro que há no meu cinto.

É brincadeira...

Ou não.

E agora, temos a terceira situação: Jeon Somin.

Sim, minha pequena alfa de quatorze anos, que desde que a busquei na escola não trocou uma palavra sequer comigo ou com Eunwoo. O único com quem ela falou qualquer coisa que fosse, foi Jimin, que adentrou o quarto dela e não saiu até agora.

Meu caçula e eu ficamos responsáveis por fazer o nosso jantar — que é macarrão, por isso eu posso fazer sem explodir as panelas ou a casa —, mas minha mente conturbada não consegue focar nisso e sim no fato de que minha alfa precisa de mim. Somin sempre recorre a mim para conversar, sobre qualquer coisa que seja, e a razão de ela não ter feito isso dessa vez me faz sentir um aperto forte demais no peito para se lidar.

É quando decido chamar ela e Jimin para o jantar, que minha preocupação cresce exponencialmente. E eu não sou enxerido, não gosto de me meter onde não sou chamado e minha pretensão não é ouvir sua conversa, mas a voz chorosa e sua fala me fazem ligar o instinto protetor que sempre grita mais alto quando se trata dos meus amores.

— Papai, você acha que o papai Kookie vai me odiar quando descobrir? — É a fala dela.

— Jungkookie jamais vai sentir algo além de amor por vocês. E mesmo que fosse esse o caso, você ainda me teria ao seu lado. — Meu marido responde, e meu coração dói.

— Papai, quando você descobriu que o papai Kookie era o seu alfa?

E eu juro que deveria sair e deixar os dois conversando, mas a curiosidade pela resposta de Jimin me fez ficar um pouquinho mais ali.

— Quando mesmo dominado pela febre do cio ele me tratou como se fosse a peça mais preciosa do mundo, como se eu fosse feito de vidro, entende? Mas acho que desde que o conheci eu já sabia que ele seria o amor da minha vida. Eu tive essa sensação, ao menos. — Sua voz me faz sorrir. — E algumas vezes ele ainda pensa que eu não o sinto perto, que eu não sinto o cheiro de café dele grudado na porta agora, que eu não sei que ele está ouvindo minha declaração só para se gabar depois. Pode entrar, Jungkookie.

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