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Assim que finalmente acordei abri a porta do meu quarto e esperei que viessem para conversar comigo, Mama foi a primeira a entrar pela porta e então a fechou sentando-se ao meu lado

- Querida, nós conversamos e entendemos que já chegou a hora de você saber a verdade sobre a sua própria existência. – Ela falou enquanto olhava fixamente em meus olhos.

- O seu nome é Suzan Kyler, tal como o nome comum de todas as pessoas desta casa, retirando claro o Robby. – Ela falava e eu a encarava, minhas expressões transmitiam muita dúvida e muitas confusões.

- Você ainda não notou, mas os teus caninos são bem maiores que os normais, sua pele bem mais clara, gelada... Os seus sentidos são muito mais apurados e você consegue pressentir coisas antes mesmo de acontecerem. – Ela falou enquanto acariciava a minha face e delimitava cada ponto do meu rosto com a extremidade dos seus dedos.

- Sim. – Era tudo o que eu podia responder naquele momento.

- As suas memórias foram criadas, nada do que você se lembra do passado realmente aconteceu, o seu primeiro dia real, foi o dia em que Robby chegou com comida para você na calçada onde dormíamos. – Entre uma palavra e outra ela secava as minhas lágrimas, eu tinha tantos questionamentos e ela parecia entender sem que eu proferisse uma só palavra.

- Você é uma vampira, parte da sua elevação se tratava de viver em uma situação inferior, tendo que demonstrar companheirismo, determinação, força e compaixão. Eu sou a sua guia, vivo ao seu lado desde o dia do seu nascimento, e estou com você em todos os seus passos, quando foi determinada a este teste, fui designada a te guiar para que não se perdesse, eu, apenas eu poderia ser um denominante comum entre as suas duas vidas, esta que você acha que viveu e a que realmente existiu, mas você ainda não é capaz de se lembrar. – Enquanto ela falava se passava um turbilhão de coisas em minha mente, eu não conseguia ao menos processar tudo o que ela falava.

­- Quando você aceitou sofrer para ficar ao meu lado, você provou que tinha o que era necessário para tomar posse do seu título, agora você é uma verdadeira vampira, de sangue nobre, puro e equivalente aos grandiosos antecessores.

- E quando eu me lembrarei da minha vida? – Eu falei entre os soluços que me consumiam.

- O processo demora cerca de um mês após a elevação, mas não se preocupe, todos aqui já passaram por isso e por este motivo te entendem perfeitamente, além disso, eu estarei aqui ao seu lado, como sempre estive. – Falou enquanto apertava as minhas mãos.

- Tá, mas e o Robby, quem ele é? – Perguntei apreensiva.

- O Robby é o seu namorado, ele também é um vampiro de linhagem nobre, depois vocês vão conversar com mais calma e vão se entendendo, ele a ama muito, vocês são muito realizados. – Falou sorrindo e olhando para o meu rosto que a respondeu com um sorriso verdadeiro.

Conversamos durante muito tempo, e de acordo com o que ela me detalhava, alguns flashes apareciam em minha mente, comecei a me lembrar sobre os sentimentos, e entendi brevemente o motivo de todos estarem ao meu aguardo quando cheguei. Tecnicamente o meu processo foi bem rápido de acordo com o que a Mama me relatou, mas ainda assim, consigo imaginar a aflição de saberem que eu estava passando por tudo isso e não poderem ao menos me ajudar.

(...)

Saí do quarto e a Jenni já estava a minha espera, ela era mais baixa do que eu, o que era relativamente engraçado pois quando ela me abraçou deu para notar a diferença de tamanhos. Apesar de ser uns anos mais velha, ela tinha a voz bem jovem.

- Até que enfim eu posso te abraçar sem que ache que eu sou uma completa estranha, eu senti sua falta irmã. – Ela me abraçava tão forte que eu já sentia uma leve dorzinha no corpo.

- Eu ainda não me lembro de você, mas agora eu entendo o quanto você me faz bem, a Mama me contou tudo ao nosso respeito, é bom saber que sou tão amada assim, na minha projeção eu realmente não tinha ninguém a quem me apoiar. – Falei enquanto a dava um sorriso confiante.

- Venha, eu vou te apresentar a nossa família! – Ela falou com uma expressão de alívio.

Chegando á sala, a Jenni me apresentou a minha mãe (Sol Kyler), o meu pai (John Kyler) e o restante da família que estava a minha espera para me dar um longo e confortante abraço apertado. Eu já estava feliz e sorridente em conhecer a todos, mas meu coração tecnicamente parou quando o Robby entrou pelas portas da sala.

- Oi minha amada, eu senti a sua falta! – Falou pouco antes de me depositar um selinho.

Eu fiquei corada e com muita vergonha, não estava pronta para isso, mas confesso que eu gostei, não me recordo disso ter acontecido antes, é um misto de sentimentos inexplicáveis.

- Oi! – O respondi enquanto olhava para baixo e girava o meu pé esquerdo como um sinal de timidez.

Todos na sala riram, e o Robby ficou meio sem graça, mas logo passou e então ele me convidou para dar uma volta no jardim.

(...)

- Nossa, como esse jardim é longo. – Falei enquanto andávamos pelas roseiras.

- Esse é o seu lugar favorito do mundo, foi também onde demos o nosso primeiro beijo e onde lhe pedi em namoro. – Ele falou me dando um sorriso inocente.

- Parece que você é bem romântico, né? – Falei em um tom desafiador.

- Você não imagina o quanto, minha flor. – Ele fala e logo pega em minha mão.

Não pensei muito, o clima estava ficando quente e eu me sentia confortável para lhe retribuir um beijo.

- Parece que temos um novo primeiro beijo neste mesmo lugar. – Falei enquanto sorria.

- Nossa! Por essa eu não esperava! – Falou com os rostos corados.

Encontramos um banco e nos sentamos para conversar melhor, Robby foi me contando detalhes do nosso relacionamento e alguns deles eu até podia me lembrar, depois de um tempo, ele começou a delinear partes do meu corpo com a ponta do seu dedo indicador, eu já estava louca de desejo, ainda não sabia bem o que era, mas sabia que eu gostava da sensação. Robby então começou a arranhar o meu pescoço com as suas presas, dando leves mordidinhas e me fazendo suspirar, neste momento eu já não podia mais responder por mim.

- Acho melhor ficarmos por aqui, não sei onde estávamos no nosso relacionamento, mas para mim você é apenas um novo amor. – Falei meio sem graça enquanto enrolava uma mexa do meu cabelo e a colocava para trás da orelha.

- Certo, eu as vezes me esqueço que você ainda não tem sua memória completa. – Dá um risinho sem graça entre uma fala e outra. – Mas Suzan, não se preocupe, apesar de nos amarmos muito, escolhemos nos respeitar e apenas nos perdermos após os seus 18 anos.

- Bom, faltam apenas 2 meses para isso, não sei se eu estarei pronta, visto que não me lembro bem de você. – Falei com um tom de autoridade.

- Você se lembrará, e se não se lembrar, esperarei o tempo que for necessário por você! – Ele falou confiante, pegou uma rosa da roseira que estava atrás de nós e a beijou, logo a deu em minha mão. Confesso que estou o achando um príncipe!

Suzan KylerOnde histórias criam vida. Descubra agora