Um novo dia se iniciou e é o momento exato para reagir, coloquei o meu cropped, uma saia rodada, usava os meus cabelos pretos bem presos com um rabo de cavalo alto, as meias um pouco maiores do que o cano da bota e um óculos de sol. Ainda que para ficar em casa eu gostava de me arrumar, era bom me sentir confiante comigo mesma, ainda mais por ser tudo novo e por ainda não ter lembranças sobre essa minha vida.
- Oi querida, para onde vai tão bem vestida? – Perguntou a Sol, minha mãe.
- Ah, apenas vou dar uma volta pelo jardim, o dia está tão lindo, seria um pecado não o aproveitar! – Respondi a ela dando um sorriso.
- Tudo bem, mas não esqueça do protetor, sua pele se irrita com muita facilidade aos raios solares.
- Já passei! – Respondo aos risos.
A energia da Sol é tão boa, as vezes me esqueço que estou de volta a tão pouco tempo, ela é realmente a mãe que eu sonhava quando morava nas ruas da cidade.
Chegando ao Jardim, vejo Mama e o John conversando perto de um arbusto, me escondo atrás de uma pilastra para os escutar, eu sei que é errado, mas nada me parece certo nesta altura do campeonato.
- Ela já devia ter restaurado parte das memórias, isso não é normal. – Falou meu pai para a Mama.
- Eu sei, mas o processo dela também não foi normal, foi dolorido demais, ela criou lembranças de entes que ela nunca se quer conheceu. – A Mama respondeu a ele.
- Tudo bem, mas se até amanhã ela não obtiver nenhum avanço, teremos que a levar para o rei, ela é o futuro da nossa casa e também da comunidade vampírica. – Meu pai a respondeu.
Meu Deus!? O que será de mim? O que esse rei fará? Como posso eu ser a salvação de qualquer pessoa? – Alguns dos pensamentos que me pairavam...
- Não será necessário, vejo como ela olha o Robby, ela com certeza se lembra do sentimento por ele. – Mama respondeu.
- Espero que sim, minha preocupação maior é que a memória dela jamais retorne, você conhece o caso da filha dos Doier, né? – Ele perguntou para a Mama.
- Sim, mas a nossa menina tem muito amor, ela com certeza se recordará! – A Mama o respondeu, colocou a mão sobre seu ombro em um sinal de conforto.
(...)
Eu já estava a horas deitada sob os raios do sol, pensando em tudo o que havia escutado, tentando entender todos os detalhes e porque eles se preocupavam tanto com a minha memória se ela retornaria após um mês do meu processo. De repente, uma sombra enorme cruzou o meu rosto, quando abri os meus olhos, era o Robby, ele conseguia me tirar o fôlego a qualquer momento do dia.
- Refletindo sobre a vida ou tendo lembranças sobre o passado? – Ele me perguntou com um sorriso de lado.
- Pensando em você! – O respondi com uma cara maliciosa.
- A é!? E o que a senhorita pensava, posso saber? – Ele perguntou já alterando a sua voz para um tom mais sexy.
- Em quando você apareceria para refrescar minha memória. – Sem que ele tivesse tempo para me responder, levantei e dei um beijo em sua boca, senti uma coisa em sua bermuda e logo me afastei sorrindo.
- Eu estou gostando da nova Suzan! – Ele falou em um tom sarcástico.
Ambos começamos a rir, e fomos surpreendidos por Jenni.
- Vejo que você já retomou o amor da minha irmã, né? – Jenni perguntou para o Robby.
- É natural, fomos pré-destinados, ela sempre me amará, não importa em que momento da vida estejamos, daqui a mil anos, continuaremos felizes.
- Convencido, até parece, a Suzan não é como qualquer outra vampira que segue os mandamentos, se ela quiser, vai seguir a vida só ou acompanhada de um outro alguém. – Ela responde a ele em um tom raivoso.
- Como assim pré-destinada? – Pergunto sem entender.
- Quando dois vampiros nascem um para o outro, quando se beijam a primeira vez, o corpo inteiro brilha, isso aconteceu com você e o Robby, vocês nasceram um para o outro. – Ela fala com os olhos brilhando de amor.
Neste momento, eu e Robby trocamos olhares apaixonados, eu sabia pouco sobre ele, mas já sabia o bastante sobre nós dois, meu corpo todo estremecia só de pensar nele, soube assim que o vi a primeira vez me entregando comida na esquina, que aqueles olhos tinham simbolismos especiais para mim.
E o que acontece se por acaso eu não quiser seguir ao lado dele? – Questiono.
- Neste caso, nós seriamos destinados á ausência de amor eterna, é muito raro um vampiro possuir mais de uma alma gêmea, aconteceu apenas 3 vezes em toda a história da eternidade. – Robby me falou.
- Nossa, é meio apavorante tudo isso. – Falei e os 2 riram.
Depois de muitas conversas, me veio um flash de momentos lindos que passei com eles, não contive a emoção e acabei por desmaiar, Robby me segurou em seus braços e quando eu acordei já estava deitada em meus aposentos. A primeira coisa que vi quando me acordei, foi o seu lindo rosto bem próximo do meu, o acariciei e disse:
"Eu me lembro!"
Ele olhou para mim e me questionou:
"Do que você se lembra, meu amor?"
- Eu me lembro do quanto eu te amo, eu não viveria sem você nem um dia da minha vida eterna. – O respondi segurando em suas mãos e então ele selou o momento com um beijo, deitou ao meu lado e ficamos por horas conversando sobre tudo o que eu me recordava.
Só de ouvi-lo, eu já tinha certeza que todas as coisas valeram a pena para chegar a esse momento. O carinho que ele me fazia, as tuas pernas entrelaçadas as minhas, isso não tinha preço que pagasse, mas algo eu ainda tinha dúvidas.
- Robby, você pode me contar sobre o seu processo? – O perguntei esperando por uma resposta.

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Suzan Kyler
VampireSuzan morava na rua a cerca de três anos, construiu laços e aprendeu que o mundo á fora não era favorável para jovens mulheres. Todos os dias, um rapaz passava por ela e a deixava algo para comer, ela não entendia o motivo, até o dia em que um trági...