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 Horas após, acordei ainda desorientada, vi que todos permaneciam a minha volta e o Robby segurava a minha mão, ele tinha a pele muito pálida, fria e ao mesmo tempo era bem macia, os seus olhos brilhavam mais do que o sol, e o seu sorriso possuía um leve tom rosado, tinha cerca de 1,80 de altura e os seus cabelos eram muito escuros, tão escuros que em contraste com a luz transmitiam um tom azulado.

- O que se passa!? - Eu o perguntei com a voz sonolenta.

— Faz parte do processo, logo você ficará bem. — Ele me respondeu com um sorriso lateral.

Sem entender muito o que estava acontecendo, apenas assenti e puxei a minha mão das dele. Neste momento, em minha cabeça se passavam muitas coisas, o que era mais sólido pra mim é que eu havia sido sequestrada, mas por qual motivos pessoas tão gentis como estas me manteriam em cativeiro?

— Querida, tudo é novo para você, mas lhe darei a chance de fazer as tuas próprias perguntas. — Falou a mulher da qual me chamou de filha.

Me levantei da maca fui em direção á janela e percebi que estávamos muito alto, virei e disse:

"O que está acontecendo?"

— Você está em casa agora! - Falou a Mama.

- Mas como em casa? Eu não conheço essas pessoas, Mama... - Falei já com lágrimas nos olhos, não consigo esconder os meus medos.

A mulher bonita então levantou e disse:

"Suzan, nós somos a sua família, todo esse tempo nós te monitoramos e tentamos preservar a sua vida, nós somos de uma linhagem antiga de vam..."

- Espera, Alice! É demais para um dia só. - Falou o senhor que estava ao seu lado.

- Com o tempo você nos entenderá. - Falou a mulher com um olhar profundo.

- Mas eu quero entender logo, eu preciso. Como vocês são minha família e me deixaram morar todo esse tempo na rua? - Falei enquanto uma lágrima rolava por meu rosto.

- Suzan, você precisa se aprontar para jantarmos, você tem de se alimentar e repor as suas energias. - Falou o senhor do qual ainda não sei o nome enquanto todos se encaminhavam para fora do quarto, me deixando inquieta com todas as minhas frustrações e questionamentos.

Levantei da cama tentando processar tudo o que estava acontecendo, o quarto era tão grande e a mobília combinava perfeitamente com a minha personalidade, eu não sei o porque ou como, mas de certa forma parece que isso sempre esteve em meus sonhos. Vou para o closet e tem uma infinidade de roupas, eu nunca vi tantas roupas na minha vida, antes só havia uma roupa reserva e hoje tenho roupas para usar todos os dias do ano.

Enfim escolhi um vestido preto de comprimento longo, possuia glitter em seu comprimento e marcava perfeitamente todas as minhas curvas. Eu estava estremamente deprimida, mas também agradecida por tudo o que eu estava tendo acesso.

Fui descendo lentamente as escadas, percebendo todos os detalher daquele lugar, quando me deparo com um quadro meu na parede, mas... Como?

Quando parei de encarar o quadro e resolvi encarar a minha realidade, cheguei á sala de jantar e então todos estavam a me olhar, no único lugar vago tinha uma cadeira com o meu nome, achei um pouco exagerado tudo isso...

- Boa noite! - Eu disse, já conformada enquanto puxava a minha cadeira e me sentava ao lado da Mama e do Robby.

- Boa noite! - Todos responderam simultaneamente.

Assim que me sentei, logo vieram umas moças com o sorriso simpático nos trazendo os pratos e servindo o banquete. Era uma diversidade de comidas, tinham costelinhas com batatas, frango assado, finger foods e outras muitas opções. Certamente eu fiquei confusa, de onde eu vinha não tinha opções para comer, quando me deparei com aquele banquete, senti vontade de comer de tudo.

- Como foi o seu descanso, Suzan? - Disse o Robby com um olhar galanteador.

- Não houve descanso, passei todo o tempo pensando no que poderia estar acontecendo. - Falei em um tom meio irônico.

- Logo você saberá. - Falou e me piscou o olho direito.

- Eu já estou confusa de tanto mistério. - Falei e revirei os meus olhos, deu pra notar o constrangimento no olhar de cada um naquela mesa.

Após provar todos os pratos, me retirei para me deitar, percebi que no extenso corredor haviam sons de passos logo atrás de mim...

- Suzan? - Falou uma voz que ecoava pelo corredor causando um grande eco.

- Quem é? - Perguntei já com a voz tremula.

- Sou eu, a Jenni. - De repente uma mulher apareceu atrás de mim e posicionou as mãos sobre o meu ombro.

- Ai, que saudades que eu estava de você! - Falou enquanto me amassava em um abraço caloroso.

- Quem é você???? - Perguntei a ela espantada, nunca a havia visto antes.

- Putz... Ainda não te contaram nada, né? - A menina se questionou no que parecia ser uma pergunta retórica e eu mantive a minha cara de desentendimento.

- Eu sou a sua irmã.

De fato ela se parecia comigo, mas como assim uma irmã? Como a esconderam de mim a todo esse tempo? Será que tiveram que optar por uma das filhas? Como ela sente saudades se antes de hoje eu jamais havia a visto... Eram muitos questionamentos que pairavam sobre a minha mente, mas não havia tempo para isso, então, apenas corri por aquele vasto corredor, entrei em meu quarto e lá mesmo eu me tranquei. Momentos depois me puz a chorar sobre a barra da minha cama, havia muitas coisas das quais eu não entendia e das quais eu merecia e precisava de uma explicação.

A noite se passou e ali mesmo onde eu estava a chorar caí no sono, antes que eu acordasse alguém já havia batido na porta para saber como eu estava, mas eu ainda não me encontrava pronta para receber ninguém.

Suzan KylerOnde histórias criam vida. Descubra agora