Capítulo 02 - Homens ridiculamente insensíveis

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S/n

Entro no banheiro e me escondo dentro de uma das cabines, me sento na privada e começo a pensar sobre o que acabou de acontecer. O que foi aquilo? Uma espécie de flerte que eu não sabia que existia? Como um rapaz que trabalha em um bar de esquina pode ser tão atraente? Não, não, não. Meu objetivo era vir e tomar algo que me pudesse fazer relaxar e não ficar com o coração acelerado e o estômago ansioso. Calma que foi muita informação para pouco tempo.

-- Com licença? -- ouço alguém bater na porta da minha cabine. -- Tem alguém aí? É que as outras cabines estão em manutenção e queria saber se já está saindo.

-- Claro, estou terminando. -- me levanto e dou descarga para fingir que acabei de usar. Abro a porta e dou de cara com uma moça morena, com os cabelos lisos e escuros, olhos grandes e em mãos tinha um absorvente.

-- Obrigada! -- agradece ela entrando na cabine e a trancando.

Começo a respirar mais devagar para manter o controle. Nunca ninguém me fitou daquele jeito. Pode ser apenas coisa da minha cabeça, tem muitas pessoas por lá e obviamente ele nem vai notar minha presença de novo.

***

Nathan

-- O que foi isso? -- Victor pergunta.

-- Acho que nada demais, apenas uma garota bonita.. -- respondo passando um pano sob o balcão.

-- É mesmo? Por que o jeito que você a olhou..

-- Não tem nada de importante nisso, e mesmo que tivesse, não seria da sua conta.

-- Seu argumento não me convenceu.. Espero que não se atrase. -- diz ele tomando um gole de sua bebida.

-- Estarei lá no horário que combinamos, não se preocupe.

-- Está bem. -- ele assente com a cabeça e se levanta da mesa indo em direção a porta do bar para ir embora.

A garota saiu do banheiro faz uns 10 minutos e não a encontrei no meio dessa gente.
Por que senti algo.. Estranho?
Não sei o que ela tem que me chamou muito a atenção.

-- Boa noite! -- ouço uma voz doce e tranquilizadora atrás de mim e ao virar, era ela.

-- Boa noite, senhorita, em que posso ajudá-la?

-- Gostaria de experimentar a melhor bebida que puder me oferecer. -- responde ela se sentando no banquinho.

-- Posso sugerir a minha favorita, o que acha?

-- Até que não é uma má ideia.. Eu aceito.

-- Muito bem, garanto que não irá se arrepender. -- digo fazendo alguns de meus truques com o copo.

-- E então, um rapaz como você sendo barman.. Trabalha aqui a bastante tempo? --  a pergunta dela me faz querer contar toda minha história, ela aparenta ser uma pessoa que gosta de um bom papo, mas não quero transparecer que sou tão dócil assim.

-- Trabalho tempo o suficiente para me sustentar.

-- Olha só.. Homem de poucas palavras, entendi. -- ela se ajeita no banco como se quisesse pegar a bebida e sair da minha frente o mais rápido possível.

Entrego a ela seu pedido e antes mesmo que deixasse eu acrescentar uma rodela de limão ao seu copo, ela se levanta e saí em direção a porta do bar e senta em uma das mesas lá fora. Talvez eu tenha sido um pouco grosso com aquela resposta.
Mas ela não pense que vou deixar passar.

***

S/n

Como eu disse, homens são ridiculamente insensíveis e grossos, custava responder a minha pergunta com educação? Não disse nada demais, só queria conhecê-lo melhor. Mas pensando bem, talvez ele tenha agido da maneira correta, não é apropriado sair contando da sua vida para qualquer uma que vê pela frente.
Mas que ele é muito mais bonito de perto, ele é com certeza.

Tenho que parar com isso, não quero me relacionar com alguém no momento. Preciso largar essa obsessão que está começando a surgir nos meus pensamentos.
É numa hora dessas que o bloqueio emocional deveria entrar em ação.

Ouço meu telefone tocar e ao ver o contato me recuso a querer atender. Ela não se toca de que sua presença, em absolutamente qualquer lugar, me faz mal? Só queria que meus pais, em específico minha mãe, estivesse comigo. Sinto falta dela todos os dias e pensar que já se fazem 5 anos desde o acidente, chega a ser inacreditável.

***

Romance With A Drake | Tom HollandOnde histórias criam vida. Descubra agora