-Encontros Amigáveis

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Nunca iria imaginar que sairia do meu país. O que será que devo levar?...
-Scarlet, já está pronta?
-Não. -Minha mãe é tão desesperada.
-Rápido minha filha, irá perder o avião se demorar.
-Mas minha mala já está cheia, e eu não sei que roupa levar.
-Cheia? Estás a pensar que levará sua tralha?
-Não chame os meus preciosos itens assim!
-Vamos ver o que tem aqui... -Por qual motivo minha mãe não me deixa em paz, eu sei que só tenho 15 anos, mas, isso é demasiado desnecessário. -Está louca? para que serve isso?
-Esse é um equipamento de laboratório, serve para separar líquido do líquido, mais conhecido como Destilação.
-Você não irá precisar disso. Eu vou arrumar-lhe a bolsa.
-Mas...
-Você é muito branca, precisará de protetor solar...não podemos esquecer do seu cabelo longo, preto e ondulado, se você não arrumar ele, ficará parecida com a Samara...
-Mãe, sem exagero.
-Maquiagem preta para ressaltar seus olhos azuis, você tem sorte de ter os olhos iguais aos meus, e não iguais ao do seu pai.
-Como a Sra.Zoey é convencida.
-Eu sou sua mãe, mais respeito.
-Agora estou à ir mãe, o táxi que a Sra chamou estás a me esperar. tchau.
-Tchau querida, mamãe te ama, I Love you.

Entrei no táxi, e vi o rosto da minha mãe, "perdi o meu pintinho" aposto que ela está pensando isso. Como será que é o Japão? Como vou viver com o inglês lá? Apesar de estar feliz por ter sido escolhida entre muitas pessoas da América, estou 50% preocupada.
-Chegamos.
-Obrigada. -desci do táxi e me deparei com o imenso aeroporto, estava tão perdida em pensamentos que nem notei o caminho que o taxista fez, mas agora seria diferente, iria cursar o ensino médio em outro país, sem nenhum parente por perto, isso era um sonho. Peguei o caminho para o meu avião. Ao entrar nele, fiquei deslumbrada com o tamanho e luxo, com certeza é muito caro... mas como é a escola que está a pagar, não me preocupo. As poltronas eram de couro cor creme, e o tapete felpudo vermelho se estendia ao chão.
-28...poltrona 28...achei! Uau que macio.
-Nunca andaste de avião. procurei pela voz grossa e de tom Pacífico, e acabei por achar um homem realmente lindo sentado ao meu lado, sua pele era bronzeada, seus olhos verdes foram o que mais me chamou atenção, seus músculos se ressaltaram com aquela camisa branca colada ao corpo, que combinaram bastante com a calça azul escuro.
-Que lindo... -Ouvi o som de sua risada ao ouvir meu comentário desnecessário.
-Obrigado. A senhorita também é bem bonita.
-Deixe disso, não sou bonita, e o Sr não precisa de tanta formalidade, me chamo Scarlet, prazer!
-Demétrio. E o prazer é todo meu.
-Respondendo sua primeira pergunta, não, nunca andei de avião.
-E a senho... Sacarlet, tem medo?
-Na verdade não.
-Bem corajosa.
-Pare com elogios.
No mesmo estante a aeromoça deu os avisos de segurança e o avião decolou logo depois. Durante todo caminho fui a conversar com Demétrio, ele era um homem bonito e educado, realmente gostei dele. Finalmente, depois de horas, o avião resolveu pousar.
-Acho que essa é a nossa despedida, Scarlet.
-Quem sabe nós nos encontramos Japão a dentro.
-É uma possibilidade. Então tchau, gostei de lhe conhecer.
-tchau, e eu digo o mesmo, Demétrio bonitão!
Escutei o som de sua risada se distanciar, fiquei triste com isso. Preciso correr e pegar minhas malas. Corri feito louca pelo corredor, cheio de "Olhos puxados" me encarando, eles devem achar que eu deixei minha sanidade mental no meu país, só que eles não sabem, que deixei ela há anos no útero da minha mãe.

Finalmente achei minha mala, agora é só achar o cara que está a esperar-me. Deve ser aquele cara estranho segurando uma placa com o meu nome. Este não tem "olhos puxados". Me deparei rindo alto em frete ao cara da plaquinha, digamos que não era só ele a encarar-me.
-Senhorita Scarlet?
-por favor, só Scarlet.
-Sr.Wilson está a sua espera.
-Quem diabos é Sr.Wilson.
-A pessoa que proporcionou esse curso. O diretor da escola Mysty full. A escola que a senhorita está a entrar.
-ah, tudo bem, onde está o carro?
-siga-me. -Segui ele durante uns 10 minutos, até chegarmos a uma rua atrás do aoroporto, onde só tinha um único carro estacionado, um carro todo Preto, era um Siena.
-Vocês por acaso são do FBI ou de alguma organização secreta? -perguntei orgulhosa de mim mesmo.
-Creio que não senhorita.
-Scarlet, esse é o meu nome.
-Desculpe-me... Scarlet.
-Com o tempo você aprende. Como se chama?
-Sammuel.
-Estou a conhecer várias pessoas hoje. Estava esperando um nome embolado, um nome japonês.
-Eu não sou japonês.
-Percebo. -Gesticulei minhas mãos entorno dos olhos, rindo sozinha de minha piada completamente irônica. Entrei no carro com estofado cinza, era bem confortável, deitei me no banco de trás e espalhei cada centímetro de Scarlet por ele.

TrimurtiOnde histórias criam vida. Descubra agora