XIV. BLESSURE

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“Não é preciso ter olhos abertos para ver o sol, nem é preciso ter ouvidos afiados para ouvir o trovão. Para ser vitorioso você precisa ver o que não está visível.”

- Sun Tzu

- Sun Tzu

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14. Ferida

N A D I A

Ao longo da vida, foram poucas as vezes em que parei para pensar em minha mãe

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Ao longo da vida, foram poucas as vezes em que parei para pensar em minha mãe.

Eu tinha somente oito anos quando a deixei, e em minhas memórias apenas possuía o vislumbre de cabelos loiros e um temperamento terrível que acabei por herdar.

Quando criança, ouvira os homens da vila atribuírem a ela a palavra puta, em tons tanto de julgamento quanto de adoração. Perdera a conta de quantas vezes comprara brigas com mercantes e marinheiros por presenciar suas conversas repugnantes a respeito dela.

Tendo nascido de seu ventre, inocência nunca fora o tipo de coisa que tive ou perdia tempo preservando. Eu sabia de toda a verdade: mamãe se deitava com homens. Era uma prostituta. Porém, para mim, ela era somente livre; um barco à deriva. Uma pessoa que fazia as próprias escolhas e escolhera mais do que simplesmente ser uma mulher.

Para conseguir uma coisa é necessário sacrificar outra, Nadia. Viver é um constante sacrifício.

Mas fora somente quando Halfdan nasceu que realmente entendi o que ela queria dizer.

Assim como a minha, a paternidade de meu irmão era desconhecida. Podíamos ser filhos de qualquer um, segundo os boatos. Constantemente, eu carregara no peito a sensação de que isso não era uma questão para nossa mãe. E arrependia-me amargamente de nunca tê-la confrontado sobre o assunto. Talvez as coisas tivessem tomado um rumo diferente; talvez o destino tivesse tido alguma piedade de meu coração.

— Senhora, com sua licença?

Meus pensamentos, em um estado catastrófico de desordem sem fim, gritavam tão alto que comprometiam minha capacidade de identificar a quem pertencia a voz.

Vossa Alteza, o Príncipe ✠ Livro IIOnde histórias criam vida. Descubra agora