Primeiro Sonho, Primeira Morte.

10 1 3
                                    

Capítulo I

—Durante essa manhã, a jovem Leoni Carter, de 16 anos, foi encontrada morta em seu quarto, evidências levam à suicídio. Família afirma que estão de coração partido e com muita tristeza!

—AHH —Um grito.

Eu acordo assustado! O que acabou de acontecer? 

Ainda ofegante, peguei meu celular para checar as horas, fiquei surpreso que eram cinco ao invés das três aterrorizantes horas da manhã.

Eu ainda havia mais uma hora completa antes de precisar levantar para ir a escola, mas após esse pesadelo eu não consegui pensar em mais nada.

—Leoni... —Sussurro.

Me deito de barriga para cima e começo a encarar o teto. 

—Será que você está bem..? Ah, claro que está Ravi! Isso só foi um pesadelo, um pesadelo sem sentido algum! —Penso alto e me forço a fechar os olhos.

Morta... 

Por que a Leoni iria se matar? Não há sentido algum nisso.

Pense em uma pessoa alegre, corajosa e totalmente decidida, essa é a Leoni.

Eu a conheço dês da sétima série, quando tínhamos 12 anos de idade e sei bem que nunca faria uma coisa dessas... Pelo menos eu acho...

Mesmo quando a mãe descobriu que ela era lésbica e a mandou para fora de casa, Leoni só pegou alguns pertences e realmente saiu. Por ela, continuava na minha casa, mas só voltou por conta do seu pai.
Ela sempre estava confiante e não se deixava abalar por pequenos detalhes, se bem que sentia um vazio, como se fosse a errada na história, mas eu sempre a ajudei e ela sempre me prometeu que não iria fazer besteira alguma.

Com certeza esses foi um dos piores pesadelos que eu já tive. A voz de um jornalista qualquer passava enquanto eu via uma imagem do corpo da Leo morto...

E até que fim o alarme toca.

Me levanto e rapidamente me arrumo.

—Bom dia querido! —Dizia minha mãe sorridente assim que eu desço as escadas.

—Ah, bom dia mãe! Achei que a senhora já tinha saído! —Digo e me sento na mesa com ela.

Realmente não era de costume ver minha mãe em casa. Só estávamos nos vendo durante a noite e em finais de semana. Durante a tarde eu tenho aulas de matemática com o Senhor Wilson, sou péssimo em matemática e então minha mãe me ajudou e me colocou nessas aulas complementares.

Não eram todos os dias da semana, apenas às segundas, quartas e sextas, mas minha mãe teve o azar de precisar repor o trabalho de uma empregada que estava doente pelo período da tarde nas terças e quintas. Resumindo, só nos vemos aos sábados de aos domingos.

—A Camila melhorou, o chefe mandou ela repor os quatro horários que eu trabalhei para ela. —Dizia minha mãe ainda sorridente.

—Então você só vai trabalhar na sexta? —Eu perguntei.

Segunda, terça, quarta e quinta. Quatro dias trabalhando nos dois turnos, isso me parece bem cansativo.

—Não não! Eu pedi para ele que a deixasse os quatro dias mais distantes. Hoje, quinta, sexta e na outra segunda.

—Quinta e sexta não me parecem tão distantes um do outro —Rio.

—Ah não, eu pedi quinta e sexta porque eu estava pensando em fazer alguma coisa com você, mas eu posso pedir para mudarem já que você não est—

Jornada Para MorteOnde histórias criam vida. Descubra agora