Presságio

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“Há muitos anos  Dryadalis Regnum costumava ser um lugar encantador, seus rios tinham a mais cristalina das águas, as montanhas das mais altas às menores eram as mais majestosas com enormes campos floridos...e as florestas? Cercadas de uma imensidão densa e peculiar com a mais autêntica e grandiosa flora e uma encantadora e diversificada fauna, com animais jamais vistos em qualquer outro lugar. Porém a deusa Alauh acreditava que faltava algo para Tornar aquele lugar perfeito então junto com a deusa Losh elas criaram o primeiro elfo, ou melhor elfa, Nortus foi a primeira a povoar nossa terra, por ser criada a partir da natureza a garota sentia grande atração e cuidado com os elementos que compunham a terra. Esse sentimento era tão grande que ela era capaz de sentir tudo o que a Natureza sentia, desde a dor ao amor... Por falar em amor...Nortus amou, sim ela amou mas não foi alguém que poderia corresponde-la, bom não por escolha, e sim porque já vivia para um outro alguém...e chega, hora de dormir”

- Ah não Nor, você prometeu que iria contar tudo dessa vez! – disse a pequena elfa emburrada fazendo uma careta que ao ver da irmã era a coisa mais fofa.

- hiii, já sabe a regra, nada de dormir tarde! Eu sou sua irmã mais velha então me obedeça! – respondeu a garota, segurando o riso para não acabar com a pose. – e outra, eu posso terminar a história amanhã...tempo não me faltará- Falou já indo arrumar a coberta do garotinho dessa vez.

- Nu... você conta mesmo amanhã?- perguntou o pequenino com os olhinhos pidões que já amoleceram o coração da ruiva mais vezes que a mesma poderia contar.

- Sim meu pequeno sol mas não se esqueça, precisamos ter paciência. – finalizou já saindo do pequeno cômodo.
-Elwin...win?- chamou o menino, esperando que a irmã respondesse.

- O que foi? Não vê que estou tentando dormir!- disse a pequena ainda irritada por não ter o fim de sua história. Depressa o garotinho correu para a cama da irmã e subiu em cima da mesma a fim de se deitar com ela.

- Win...medo abraça eu?- Mesmo com a carranca a menina abraçou o irmão sem dizer nenhuma palavra afinal também sentia medo, não sabia até quando conseguiriam se manter seguros.

Como se fosse para confirmar os pensamentos da garota, uma correria começou do lado de fora da grande casa, podia-se ouvir muitos gritos e barulhos de coisas quebrando e para os espantar mais ainda, a irmã mais velha entrou como um furacão no quarto pegando o garotinho no colo e puxando a garota sempre a mantendo perto, os barulhos pareciam ainda mais altos e os gritos ecoavam na cabeça das crianças, foi impossível impedir a onda de choro vinda do menino de apenas 5 anos, enquanto a garota de 10 já começava a ter uma ideia do que estava acontecendo. Chegando ao sótão Nortus abriu uma pequena passagem que daria direto na casa da vovó Piah, a senhorinha não tinha netos de sangue mas cuidava de todos da aldeia com muito amor e carinho, além disso quando nova era uma excelente guerreira e se encarregou ela mesma de treinar todas as meninas que vivam ali, inclusive Nortus, que era sua aluna favorita, seu pequeno prodígio. Chegando ao fim do túnel a ruiva deu uma batida codificada que somente ela e a grisalha sabiam e esperou até que a mulher abrisse.

- Acredito que a hora tenha chegado minha querida...venham entrem- mas antes mesmo que mais velha desse passagem a garota a parou. – Vovó Piah...eu não ficarei- disse tentando passar o garoto em seus braços para a avó, esse que ao ouvir a irmã mais velha dizer tais palavras a segurou com mais força.

- Nor... eu sei que não há nada que eu diga que vá fazer você ficar então prometo cuidar deles com a minha vida- disse olhando no fundo daqueles olhos amarelos como se fosse a última vez.

Entregando o garotinho para mulher depois de muita insistência, Nortus se abaixou e falou com os pequenos.
- Escutem agora eu preciso que fiquem com a vovó, podem fazer isso por mim? – vendo a confirmação em seus olhinhos cheios de lágrimas continuou- Elwin você quem está no comando agora, você precisa protegê-lo, o mundo é um lugar cruel demais para pessoas como ele – então tirou seu relicário e entregou a menina. – Guarde eles com você- então olhou uma última vez para os irmãos guardando cada mínimo detalhe desde os olhos brancos do irmão até a pele negra da irmã, cada traço desde os semelhantes aos seus até os mais diferentes e como última despedida abraçou-os apertado, soltando após ouvir barulhos vindos do começo do corredor, então os colocou para dentro e trancou com a chave que pegou da avó, seguindo em direção a sua batalha.

Os Primeiros Filhos Da TerraOnde histórias criam vida. Descubra agora