Capítulo IV- O Reencontro

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 Eu o observei ao longe a partir, na dor da possibilidade de nunca mais o ver, mas confiava o suficiente no destino para saber que nos encontrar-nos-íamos um dia no futuro... Depois dele desaparecer no horizonte decidi abrir a carta da minha avó, encontrando para minha surpresa um mapa, foi após ter percebido a sua localização que soube exatamente por onde iria começar a minha viagem pelos Clãs, a minha primeira paragem seria o Clã das Fadas que era extremamente perto de onde ficava o ponto assinalado a vermelho no mapa de Annelise...

A viagem até ao Clã das Fadas fora um pouco longa, mas valeu a pena... Antes de chegar ao Grande Clã das Fadas fiz uma pequena paragem para desenterrar o que quer que fosse que a minha avó me tinha deixado... Depois de algum tempo a escavar o local marcado no mapa descobri uma pequena caixa de madeira e fiquei abesbílica com o que se encontrava no seu interior.... Era um pequeno medalhão de ouro com uma foto no seu interior, uma foto da minha avó com um lindo homem, que logo reconheci como sendo o meu avô pela grande semelhança com o meu pai, finalmente consegui ver perfeitamente a cara do homem das histórias que a Annelise me contava antes de eu dormir.... Sorri com o meu pensamento e logo o coloquei ao meu pescoço seguindo imediatamente a minha viagem...

Bem, no total a minha missão de trazer a paz aos Clãs demorou aproximadamente 6 anos, um ano para cada Clã e neste momento devem estar a pensar, "mas Ayla um ano é muito tempo" e eu discordo convosco, pois eu não entreguei apenas as provas... Durante esse ano eu entreguei as provas, aprendi imenso sobre a cultura do respetivo Clã em que me encontrava e ensinei sobre o meu. Rapidamente fiz vários amigos o que facilitou a minha estadia durante o tempo em que ficara lá...

No final da minha viagem, houve uma reunião com todos os 6 Clãs, onde fora atribuído o castigo aos culpados, que após verificarmos os documentos que eu trouxera do forte descobrimos serem os cientistas desaparecidos antes do incidente acontecer... Todos eles foram sentenciados sobre pena de morte por alta traição contra todas as espécies e no final da sua morte os 6 Clãs assinaram o tão esperado tratado de paz e agora a minha missão estava concluída e finalmente estava livre para regressar a casa, regressar a Kev...

Segui a minha viagem em direção à cabana das montanhas na esperança de Kev lá estar e foi então que 6 anos depois o voltei a ver... Lá estava ele, no alpendre, sentado numa poltrona enquanto lia o seu livro preferido.... Pude ver imediatamente algumas mudanças, entre elas o cabelo que agora ia ao encontro das suas ancas ou então os óculos que se encaixavam perfeitamente no seu belo rosto quando este estava concentrado.... Enquanto eu estava completamente imersa no seu novo visual, este notou finalmente a minha presença, tirando-me dos meus pensamentos quando decide se levantar bruscamente e sair a correr no meu encontro. É óbvio que eu fiz o mesmo, que resultou em nós dois caídos, sobre a relva fresca já que estávamos em pleno Verão...

-Oi... (digo enquanto coloco uma madeixa do seu lindo cabelo atrás da sua orelha esquerda).

-Oi... (diz puxando-me em seguida para um beijo demorado).

-Tive saudades (arrisco dizer quando nos afastamos).

-Eu também... (diz juntando as nossas mãos).

-Estás sozinho? (pergunto olhando em nossa volta).

-Sim.

-Porquê? Aconteceu algo aos teus pais? Achei que quisessem recuperar o tempo perdido...

-E queríamos... Eles viveram durante um tempo aqui, mas logo quiseram retornar a casa...

-Porque ficaste?

-Porque sabia que me virias procurar aqui, então decidi esperar por ti...

-Esperaste por mim este tempo todo? (vejo-o a assentir) Porquê?

-Achei que já soubesses.... Esperei por ti porque te amo e não me consigo ver com mais ninguém! (diz enquanto me olha nos olhos).

-Há seis anos atrás não esperaste a minha resposta... Eu também te amo... (Digo antes de o beijar novamente).

-Tenho algo a te propor! (diz após nos afastarmos novamente).

-O quê?

-Torna-te minha mulher!

-Kev...

-Nós podemos nos casar agora.... Está escrito no tratado de paz... Duas criaturas podem se casar mesmo sendo de espécies diferentes! Deixa-me ser teu para o resto das nossas vidas... (diz enquanto me olhava com aquele olhar pelo qual eu me tinha apaixonado há alguns anos atrás).

-Eu aceito!

Semanas depois...

-Mãe e Pai esta é a Ayla, a minha futura mulher.

-Olá de novo Ayla (diz o casal simultaneamente) Bem-vinda à família!!

-Obrigada por me terem aceitado, mesmo eu sendo uma lobisomem...

-Não te preocupes com isso, mas então quando será o casamento?

-No próximo eclipse (o meu noivo diz).

-Porquê?

O meu futuro marido sorriu-me antes de responder à sua progenitora.

-Por causa da lenda do Sol e da Lua, a história preferida da Ayla...

-Porquê a preferida?

-Porque era a que a minha avó mais me contou enquanto era viva. (digo relembrando a lenda que eu tanto amava) ...

"LUA e SOL seguem seu destino, ele solitário mas forte, ela acompanhada das estrelas, mas fraca.

Humanos tentam a todo instante conquistá-la, como se isso fosse possível.
Vez por outra alguns deles vão até ela e voltam sempre sozinhos, nenhum deles jamais conseguiu trazê-la até a terra, nenhum deles realmente conseguiu conquistá-la, por mais que achem que sim.

Acontece que Deus decidiu que nenhum amor nesse mundo seria de todo impossível, nem mesmo o da LUA e o do SOL... e foi aí então que ele criou o eclipse. 

Hoje Sol e Lua vivem da espera desse instante, desses raros momentos que lhes foram concedidos e que custam tanto a acontecer.

Quando você olhar para o céu a partir de agora e ver que o SOL encobriu a LUA é porque ele deitou-se sobre ela e começaram a se amar e é ao ato desse amor que se deu o nome de eclipse.
Importante lembrar que o brilho do êxtase deles é tão grande que aconselha-se não olhar para o céu nesse momento, seus olhos podem cegar de ver tanto amor."


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