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— Pai cheguei! — Digo alto em quanto deixo minhas coisas no sofá.

— Boa noite senhorita Sonza, irá querer algo pra comer antes de ir dormir? — Madalena, a empregada mais competente dessa casa, a que eu mais amo, diz com um sorriso.

— Eai Mady, eu vou querer sim, um sanduíche talvez? — digo pegando meu celular na bolsa.

— Do Ifood ou eu preparo? — questiona curiosa.

— Prepara por favor Mady, quero um suco também, faz com pão de bisteca e também, eu quero uma massa...

— Isso é hora Luiza?! — Escuto a voz grossa do meu pai ecoar na sala. — Pode ir Madalena.

— Sim senhor, com licença. — Ela diz e sai da sala.

— Já são uma hora da madrugada e você está chegando em casa. Já era pra você vê estar na cama. — ele diz descendo as escadas.

— Ah pai, pelo amor de Deus né? É sério? Eu tenho vinte anos não cinco.

— Mas a gente mora no Rio de Janeiro, onde você tava garota?

— Eu só sai um pouco com os meus amigos, para de ser insuportável! — Digo ficando de frente com ele.

— Quem? — Revirei os olhos.

— Ruby e Leo, pra que tudo isso?

— Por que eu me preocupo com tú caralho! Falei pra estar aqui as dez e já é uma hora da manhã filha.

— Tá, foi mal ai eu me atrasei um pouquinho.

— Não é só porquê eu vou foder com a vida do filha da puta que te fizer mal, que você tem que ficar por aí de madrugada perambulando pelas ruas. Não faz mais isso não, tá ouvindo?! — respiro fundo recuperando minha paciência, ele apenas me olha bravo e pega seu celular.

— Eu já sou uma adulta, quando eu morar sozinha vai ser assim também? Que inferno!

— Tú não mora sozinha, não trabalha e mora debaixo do meu teto, eu pago suas porcarias então, sou eu que mando nessa merda. — Cruzei os braços de tédio e ele caminha o celular para o ouvido. — Já colo aí, ela chegou. — Diz e desliga o celular colocando no bolso.

— Tu vai a onde? — Pergunto e me jogo no sofá, vendo ele procurando alguma coisa.

— Resolver umas paradas das grande. — Responde em quanto abre uma gaveta aleatória e tirando sua glock 9mm e colocando na cintura.

— Eu não posso me atrasar três horas mas tu pode sair por aí, com a porra de uma arma, pra resolver umas paradas das grande. — digo irônica e bufando.

— Já disse que é eu que mando! Eu te amo, prometo não demorar. — Ele diz por fim e beija minha testa, ainda estava irritada com a bronca desnecessária.

— Também te amo, e ó! — Digo chamando a atenção dele. — Vou dormi na tua cama e não quero nenhuma puta me acordando de manhã, dessa vez eu expulso no soco! — Ele revirou os olhos e riu. — Tô falando bem sério.

— Claro que tá! — Ele diz parando de ri. Da última vez eu tirei no chute, a imbecil ainda teve coragem de me chamar de piranha.

— Com licença senhorita, aqui está. — Mady diz colocando a bandeja na mesinha de centro a minha frente, senti o cheiro e fiquei com fome automaticamente como se eu estivesse amarrada antes.

— Obrigada Mady, você é a melhor.

— Falou ai pra vocês, beijo filha e se fugir eu vou saber! — Meu pai diz.

𝖒 𝖆 𝖋 𝖎 𝖔 𝖘 𝖆 - Luiza SonzaOnde histórias criam vida. Descubra agora