23 - Compreensão

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— Fique à vontade. Quer tomar algo? - Hyeri dizia, enquanto recebia o garoto em sua casa.

Casa esta que era simples e pequena, contudo aconchegante. Quando saiu às pressas da casa de Jisung, já havia planejado tudo, caso a resposta do mesmo fosse a rejeição - o que, de fato, aconteceu. Há alguns dias antes de se declarar para o Han, ela já havia alugado a casa, só estava esperando todos o móveis serem instalados para que pudesse se mudar oficialmente.

Lee era seu primeiro convidado desde então, o qual foi muito bem recebido, causando até mesmo um certo estranhamento por parte do moreno. Afinal, por que, de repente, Hyeri estava o tratando tão bem?

Ele estava realmente preocupado com o que lhe seria revelado por ela, mas numa tentativa falha de esconder seu desconforto, sentou-se ao sofá de cor beje, à espera da garota que foi a cozinha buscar a água pedida por ele.

Alguns minutos se passaram e Choi retornou para a sala com uma bandeja, contendo dois copos e uma jarra de água fria.

— Por que está tão assustado? - Hyeri riu. — Não é como se eu fosse uma bruxa, prestes a te sequestrar!

— Até porque já fez isso. - Minho sussurrou para si mesmo, não percebendo que a outra ouviu sua fala.

— Minho... - pigarreou. — Eu sei que nós começamos com o pé esquerdo. Mal nos conhecíamos e já estávamos brigando por causa do Jisung, sem ao menor saber de quem ele gostava.

— Que, no caso, é de mim. - o garoto acrescentou.

— É... Eu sei. - abaixou a cabeça, fitando os próprios pés. Respirou fundo e continuou, séria: — E eu te devo minhas desculpas, não só por aquele dia em que eu te disse tudo aquilo, como também pelo ocorrido mais recente que vou contar agora.

Minho franziu o senho e aguardou pela fala da mesma. Já não aguentava segurar a curiosidade e apreensão que o corroíam por dentro. Até que ela começou a falar, pedindo encarecidamente que o Lee não criasse mais um motivo para odia-la, e sim tentasse entendê-la e perdoar sua ações infantis.

E então disse tudo que a incomodava tanto nós últimos dias: sobre o beijo que deu em Jisung, contra vontade do mesmo; sobre o quanto estava se sentindo culpada por seu comportamento; sobre o quanto pensou no que poderia fazer para reverter a quantidade extravagante de problemas que surgiram na vida de ambos os garotos, tudo por sua causa.

E, em meio a tantos pensamentos, tantas ideias, uma dessas lhe pareceu adequada para reatar sua amizade com Jisung e - o mais importante - permitir que ele e Minho pudessem ficar finalmente juntos, sem sua presença para interferir.

A ideia de Hyeri consistia no seguinte:

— Quer que eu o peça em namoro?! - Minho escandalizou, com os olhos arregalados na direção da Choi.

— Sim! - animou-se a outra. — Não é incrível?!

— Ah, claro! - ironizou. — Como você acha que eu vou fazer isso? Aliás, como sabe que nós ainda não estamos namorando?

— Foi só um palpite. E é bem óbvio, na verdade!

Minho permaneceu com um pé atrás quanto a ideia um tanto arriscada da garota, e não se sabe como, mas ela conseguiu convencê-lo de aceitar. Hyeri estava realmente empenhada em ajudar os dois garotos, queria de qualquer forma se desculpar com eles e, neste momento, aquilo lhe pareceu a ideia perfeita.

— Não se preocupe, eu sou uma mulher de negócios, já tenho tudo planejado para que haja nenhum erro, okay?

Minho suspirou e a perguntou.

— Como pretende fazer isso?

' ' '

No dia seguinte, - um sábado - Hyeri levou Minho a algumas lojas de festas a fim de comprar decorações para o tão esperado pedido de namoro ao Han. Ambos sabiam muito bem dos gostos do loiro, mas o que sabiam se diferia para cada um, então, hora ou outra discordavam nas decisões de compra.

Entretanto, ao fim das compras, tudo correu bem. Conseguiram se resolver ao encontrar um certo conselheiro, também amigo do Han, nas ruas em que passavam.

— Obrigado de novo, Lix! Sem você, não conseguiríamos chegar a um acordo nunca! - o moreno disse.

— Até conseguiríamos se você, Minho, não fosse tão orgulhoso! - a menina vociferou. — Mas, acima disso, também devo meus agradecimentos, Felix.

O australiano riu da teimosia dos outros e se encolheu entre os dois, passando ambos os braços pelo pescoço de cada um. — Não precisam agradecer. Só fiz meu dever como amigo mais próximo do Sung!

Hyeri e Minho se entreolharam, antes de encarar o Lee mais novo com a sobrancelha erguida, em tom de questionamento.

— Ei! Não me olhem assim! Eu só disse a verdade. - se afastou. — Eu passo, pelo menos, 15 horas do meu dia com ele, seja em casa ou no trabalho. Sem constar que eu guardo todas as informações e preferências dos meus amigos; então eu sei muito bem que o Han iria preferir balões brancos e vermelhos, ao invés de rosas e laranjas!

— Tudo bem, senhor sabe-tudo! - Minho riu, vendo Felix revirar os olhos. — Agora que já está tudo decidido, precisamos pensar em onde e quando fazer a surpresa. Têm alguma ideia?

— Na casa dele, amanhã. - Choi respondeu de imediato.

Os dois Lee's a encararam.

— Confiem em mim! Eu já fiz alguma coisa errada ao se tratar de organização?

— Não sei. Nem te conheço. - Felix disse, causando uma risada silenciosa em Minho.

— Enfim... - ela continuou. — Vai dar tudo certo. Mas vou precisar da ajuda de vocês. - os dois amigos permaneceram calados por uns segundos, se olharam cúmplices e disseram juntos:

— Pode contar comigo!

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Beijinhos da Moondy~

(un)Friends - MinSungOnde histórias criam vida. Descubra agora