Como tudo começou -Capítulo I

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Ja era tarde, quando meus pais decidiram voltar para casa, entramos no carro, quando estávamos na estrada começou a tocar uma melodia, que eu e os meus pais adoravamos, nos começamos a cantar muito animados, não me lembro muito bem, mas o que me lembro e que quase batemos em um caminhão, que entrou em nosso caminho, o meu pai tentou desviar porém o carro saiu da estrada e acabamos caindo de um penhasco. Tudo ficou escuro, eu fui abrindo os olhos, meu corpo estava latejando, passei a mão na minha testa, e senti o calor do meu sangue. Eu me rastejei até a frente do carro
-papai?! Fala comigo, papai, precisamos sair daqui. Ele nao me respondia
-mamãe, fala comigo, por favor, nao me deixe! Eu a abracei e comecei a chorar,Uma parte de mim tinha acabado de morrer ali, naquele momento. Eu comecei a gritar, por socorro, mas ninguém apareceu. Tudo ficou escuro, a única coisa que me lembro e do barulho de sirenes.

Quando acordei minha visão estava turva, tinha uma mulher na minha frente
-o-onde estou?
-estamos no hospital, você ainda está sob efeito dos remédios, melhor descansar.
Eu acabei adormecendo. Quando despertei tinha uma enfermeira no meu quarto.
-bom dia, como você está se sentindo princesa?
- meu corpo doi.
-logo você vai estar bem.
-onde estão meus pais?

-infelizmente seus pais não estão mais entre nós,eu sinto muito.
Aquela frase me fez morrer por dentro, aquilo não podia ser real. eu comecei a chorar e puxei os aparelhos do meu corpo e tentei fugir, a enfermeira tentou me segurar eu mordi ela e sai correndo pelo corredor eu parei por um instante pois nao sabia para onde seguir, um médico surgiu pelas minhas costas com uma seringa, o que me fez apagar, eu acordei eu estava em uma sala, provavelmente um consultório, tinha um médico com uma lanterna no meu olho nao sei o nome disso, provavelmente e para saber se Estou bem logo depois dos exames, eu recebi alta.

Fui recebida pela minha tia, Sandra que me abraçou e
Me disse palavras reconfortantes:

-Eu sinto muito Mary, mas vai ficar tudo bem, eu estou aqui. Susurrou Sandra enquanto seguiamos para o velório dos meus pais. O dia estava nublado, tinham muitos amigos próximos dos meus pais, prestando suas últimas homenagens.

O trajeto para o cemitério foi marcado por um silêncio pesado, pontuado apenas pelo eco dos meus soluços abafados Eu me vi submersa em uma dolorosa realidade e não conseguia acreditar que isso realmente estava acontecendo. Minha tia, alheia à minha dor, parecia mais preocupada com formalidades do que com tudo que estava acontecendo.Ao chegarmos ao local do enterro, ela seguiu imperturbável, enquanto eu tentava encarar a realidade.

Logo após o sepultamento chegou o momento de dizer adeus, eu me aproximei da lápide de ambos com buque de flores brancas. Uma lagrima escapou dos meus olhos em seguida com a voz embargada murmurrei minhas últimas palavras:

-Por que tinha que ser assim? eu nunca vou aceitar que voces se foram. Como eu vou viver sem você mamãe? Como posso aceitar um adeus tão doloroso papai? Vocês eram tudo para mim, e agora me sinto perdida e vazia.

Algumas semanas se passaram, minha tia Sandra estava morando comigo, para cuidar de mim. Ficar naquela casa só me fazia se sentir pior, tudo se tornou ainda mais difícil, eu ainda estava presa naquele terrível dia.

Eu estava no meu quarto havia dias, quando derrepente a porta se abre:

-posso entrar? Pergunta Sandra.

Eu fico em silêncio.

Sandra vem em minha direção e senta-se ao meu lado e logo começa a falar,desconsiderando tudo que acabou de acontecer revelando suas verdadeiras intenções, e interesses.

-Mary, você e como uma filha para mim, tudo o que fizer será para o seu bem.
Diz Sandra enquanto coloca suas maos levemente em meu ombro.

-Você nunca será a minha mãe. Respondo friamente.

Almas Em ChamasOnde histórias criam vida. Descubra agora