6 - a confissão

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— Eu gosto de você, Hoseok.

Para o garoto, aquela confissão parecia mentira. Parecia um sonho guiado por sua mente masoquista que adorava se fazer sofrer e remoer um sentimento que lhe parecia impossível de ser correspondido.

Mas ele estava ali, sentando na cadeira de sua cozinha, com o olhar no seu. A luz de seus olhos se encontravam e mostravam toda a verdade em cada momento.

Não conseguiu encontrar palavras porque não conseguia encontrar o que dizer.
Queria dizer que também se sentia assim, ou até mesmo confirmar o tipo do gostar (mesmo que ele tenha usado o termo específico para esse tipo de gostar) mas, dentro de sua linda mente juvenil e impulsiva, fez algo que confirmaria tudo.

Com a proximidade, se inclinar e alcançar Yoongi não foi difícil. O belo homem de pele pálida sorriu um pouco antes de fechar os olhos e receber o ato corajoso e meigo do garoto moreno. Os lábios se encostaram com delicadeza.

Yoongi segurou o rosto de Hoseok com as duas mãos e continuou o beijo, o transformou em além do toque, preencheu de movimentos e suspiros, o garoto estava em chamas, repleto da mais pura felicidade.

Levantaram e Hoseok o levou para a varanda, de mãos dadas observaram as montanhas no horizonte e a luz do sol alaranjada nas nuvens. O Min o segurou entre seus braços e serviu de aquecedor para o coração do Jung.
Passaram minutos apenas ali, dentro de um abraço acolhedor e sorrisos genuínos.

— Acho que está na hora do seu remédio. — Eles riram.

— Está, mas eu posso ficar mais um pouco aqui? — Yoongi beijou os cabelos castanhos e concordou com um murmúrio, os olhos pequenos passeando pelo céu bonito e o olfato se agradando do cheiro daquele garoto lindo.

— Você pode ficar aqui para sempre.

Assim, ambos seguiram sendo opostos que se completam em uma vida calma e feliz. Sempre cheia de sorrisos e carinho dentro da pequena casinha branca.
Min Yoongi se tornou o homem mais feliz do mundo porque Jung Hoseok mostrou a ele que a vida pode ser mais do que estresse. E Jung Hoseok nunca mais se sentiu sozinho, encontrou aquele que preencheu toda a solidão do abandono.

Estavam saudáveis, felizes e calmos.
Mas algo faltava, sabiam a cada ano que se passava. Cada aniversário, cada viagem e jantar em família.

Certo dia, viajaram para a fazenda da senhora Min. Um final de semana muito aconchegante e divertido, mas acordaram no meio da primeira noite com os barulhos das pessoas da casa. A égua, que estava prenha, começou a entrar em trabalho de parto. Eles presenciaram aquele momento e viram como todos choraram de alegria ao que tudo correu bem. Foi um momento lindo, emocionante e trouxe o pensamento que estava implícito na convivência do casal.

Eles queriam uma filha. Queriam poder ensinar o que aprenderam, poder cuidar e ver crescer uma nova pessoinha dentro do mundo em que vivem. Precisavam do elo mais forte e talvez o mais difícil.

Estavam ali, diante da sociedade na qual viviam mas, mesmo depois de saber como seria difícil, não desistiram.

Pela manhã, durante o café, o telefone tocou.

— Hm, pode deixar que eu atendo. — Min disse ainda com a boca cheia. Se levantou e engoliu o que mastigava antes de falar. — Alô. É Min Yoongi.

Hoseok, muito atento ao marido, se levantou e deixou de lado o pão que antes se ocupava em passar geléia. Ao se aproximar, se assustou ao ver o rosto vermelho e cheio de lágrimas do outro.

— Nós vamos o quanto antes. Entendi. Muito, muito obrigado. — Ele pendurou o telefone no atracador e encarou Hoseok com um sorriso brilhante. — Nós podemos buscar ela.

— Ela vem para casa? Nossa filha? — Ofegantes e sorridentes de um jeito avassalador, se abraçaram e trocaram beijos e lágrimas.

— Nossa filha. — Concordou e abraçou mais forte.

Viajaram por algumas horas, o lugar já foi visitado muitas vezes por eles mesmos em suas visitas para acompanhar e conviver aos poucos com a menina.

Ao chegar foram direto para a sala da assistente que os apoiou em todo o processo.

— Sejam bem vindos, Wonyoung está na brinquedoteca. Vocês precisam assinar mais alguns documentos e logo em seguida poderão ir buscar a pequena princesa. — A mulher sorriu e eles retribuíram. Não havia como negar a felicidade em seus rostos.

Então, o momento chegou. A linda garota de seis anos estava sentada de costas, terminando de montar um quebra cabeças.
Yoongi e Hoseok encontraram seu elo mais precioso, os três pares de olhos se encontraram e a menina deu o sorriso mais lindo da face da terra.

— A tia Song disse que agora eu sou filha de vocês. — A menina disse quando os dois ficaram iguais duas batatas, parados sem conseguir expressar a felicidade de poder ver ela agora como sua filha oficialmente. — Eu gosto muito disso.

— É perfeito. — Hoseok disse e ofereceu os braços, ela se inclinou e deixou ele a pegar no colo. Yoongi os abraçou e beijou ambas bochechas, se demorando mais na pequenina.

— Vamos para casa, minha princesa.

Ao chegar na casinha, Wonyoung pulou e correu para todos os lados, tão feliz por ter uma casa linda no alto de uma ladeira.
Ela deitou no colo do pai na cadeira de balanço da varanda enquanto tomava uma caixinha de leite de banana saborizado com chocolate. O Min ajeitou o cobertor no corpo pequenino e sorriu para o horizonte.
Hoseok estava lá dentro, guardando as louças do café da manhã.

Ocupou a cadeira ao lado e aceitou quando sua princesa lhe ofereceu o canudinho de seu leite de banana favorito.

— Obrigado, princesa. — O agradecimento foi direcionado a ela, mas ele logo tratou de levantar o rosto e encarar os olhinhos cheios de lágrimas do homem antes tão mal humorado e cisudo, lhe deu um beijo na ponta do narizinho de botão e sorriu. — Obrigado, meu amor. Por tudo.

Wonyoung observava tudo com seus lindos olhos escuros, atenta ao amor e carinho tão grandes vindo de sua nova família. Seu coraçãozinho sentiu que tudo ficaria bem junto a eles, porque eles eram rodeados de amor puro.

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