To build a Dynasty - Tobisaku

Love is selfless

Já passava da meia noite e a torre Hokage estava completamente vazia, exceto pelo escritório principal, onde um Naruto muito cansado encontrava-se observando a vila.

Se alguém o perguntasse, o Uzumaki responderia que era o mais bem sucedido dos homens. Havia conseguido alcançar o maior sonho de sua vida, havia se tornado Hokage e ganhado a admiração e o respeito de toda a vila.

Muitos o perguntavam se não se sentia sozinha por não ter se casado ou tido filhos, mas a verdade era que, para ele, a vila inteira era sua família e, de certa forma, aquele vazio em seu peito que existia quando era criança havia sido preenchido.

Também havia o time sete e seus integrantes que sempre seria sua maior fonte de felicidade. Com o tempo, Sakura havia se tornado uma irmã que não conseguia viver sem e os gêmeos eram uma fonte infinita de alegria e aconchego. Iruka, Kakashi e Yamato sempre seriam figuras paternas que o guiavam pela vida, até Sai tinha se tornado um companheiro indispensável que sempre estava presente para o apoiar quando precisasse. Ainda havia Sasuke que, com o tempo, Naruto aprendeu a entender e respeitar a distância e as barreiras que ele impunha. Sakura o havia explicado que Sasuke nunca seria como no tempo de genin, pois a bagagem emocional que carregava era muito pesada para que ele funcionasse e integrasse na sociedade como uma pessoa "normal". O Uchiha sempre teria suas reservas e o melhor que podiam fazer como amigos era respeitar isso e deixar que ele fizesse as coisas em seu tempo.

Havia tido algumas relações que, devido a sua carga horária desumana de trabalho, acabavam sempre com as parceiras o deixando por ele não ter tempo para elas. O mais marcante de suas tentativas de relacionamento foi com Shion, a princesa sacerdotisa. Naruto havia, verdadeiramente, tentado fazer as coisas darem certo entre os dois, pois tinha muito carinho pela princesa. Mas, foi aí que entendeu que nunca estaria apto para entrar em um relacionamento, pois sua prioridade sempre seria Konoha. Não era justo para as mulheres com quem se envolvia e tão pouco colocaria uma criança naquela situação. Havia crescido sem pai e sabia como doía, nunca colocaria um filho naquela situação sabendo que nunca poderia ser um pai presente.

Ultimamente se restringia apenas a ter casos com mulheres maduras o suficiente para entender que ele não queria relacionamento sério e que não faziam birra toda vez que tinha que cancelar um encontro pois teria que ficar preso no escritório.

Com a volta de Minato, seu pai, até isso havia se tornado um problema. O Uzumaki estava extremamente feliz por poder finalmente conviver com o pai e conhecer o homem que, embora tenha tido uma trajetória curta, era conhecido como uma lenda. Mas, podia sentir o olhar de julgamento do pai toda a vez que voltava para casa às cinco da manhã carregado com o cheiro de algum perfume feminino barato.

O Yondaime havia se casado aos dezassete anos com sua mãe, Kushina Uzumaki. Havia sido a única mulher que se envolveu e amou, desde a infância. Era um homem de família que acreditava piamente em seus valores, ver seu filho pular de cama em cama como um gato vadio não o agradava nem um pouco e fazia questão de demonstrar todo o seu desagrado.

Naruto que tinha suas necessidades e acreditava já estar bem grandinho para ter sua vida ditada por alguém, fingia não ver os olhares desaprovadores do pai, assim como fingia não entender as indiretas que ele o jogava durante o café da manhã, que era a única refeição que conseguia fazer em casa. Amava seu trabalho como Hokage, mas todas as horas trancadas em um escritório o deixavam stressado e sexo era a única coisa que o relaxava ultimamente. Seu pai teria que entender.

Em tempos de paz, seu trabalho como Hokage se resumia a trabalho administrativo. Naruto odiava essa parte do trabalho, principalmente por não ter talento nenhum para isso. Nunca foi considerado uma mente brilhante, entre seus colegas da academia era sem dúvida o último quando o quesito era inteligência, talvez só ficasse à frente de Kiba, na melhor das hipóteses. Era consciente de que acabava sobrecarregando Shikamaru. A papelada também acabava se acumulando de uma forma anormal, já que levava o dobro do tempo para resolver as coisas.