CAPÍTULO 9

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(C)Observo a equipe do surfista atrasado apreensiva tentando justificar sua demora, Richard também esta nervoso, apertando as mãos e vejo um suor brota no seu rosto.
- Oxi pivete, o  que você tem? Está passando mal?
(Richard). Eu?
(C). Oxente... Não... Eu... Agora deu a gota.
O que você tem? Não para de olhar  para os lados... Tá preocupado?
O que você tem?Por acaso você conhece esse irresponsável que não consegue nem chegar no horário.
(Richard).Carlinhos faz tantas perguntas ao mesmo tempo e a única coisa que eu queria era que ele calasse essa maldita boca dele.
Quero prestar atenção  ao meu redor e estou tentando forçar o início do evento para que Lucas seja desclassificado, mas Carlinhos não para de falar e não sei o que responder não sei se digo que conheço Lucas ou não... Vou dizer que é meu peguete assim é melhor.
-. Na verdade sim. Eu o conheço.
Bom estamos nos conhecendo se é que você me entende.
(C). Oxente. Não me explique. Conhece de onde?
(Richard). Pensei que tinha dito... O conheci no dia do show de Léo Santana no farol da barra.
(C).Ah sim!Eu me lembro de você ter comentado alguma coisa nesse dia.
Hum quer dizer que é um surfista rsss... Boa boa... Então cadê ele?
(Richard). Oxente e eu que vou saber eu estive com ele ontem passamos algumas horas juntos. Era pra ele já está aqui.
(C). Como é mesmo o nome dele?
(Richard). Finjo não escutar o que Carlinhos diz e saio em direção a equipe de Lucas fingindo preocupação.

(L). Como demoro para me arrumar,Babal foi na frente com minha equipe e minhas coisas para organizarem tudo.
Pego o carro e saio apressado,ando por uns 500 metros e ouço um barulho diferente sinto o carro puxando e paro para verificar o que tinha acontecido.
Dois pneus furados... Não era possível.
O que vou fazer agora? Nem que eu quisesse conseguiria colocar o estepe.
Não é possível que isso esteja acontecendo...
Eu vou perder o horário da minha competição Lá ele (Deus é mais).
Hoje não é meu dia de sorte e agora o que vou fazer para chegar até a praia. Olho o relógio e gastaria muito tempo a pé.
Não vai dar tempo... O que eu faço... O que eu faço...
Preciso pensar... Não eu preciso tentar...
Ligo para Babal mas sem sucesso não tem cobertura de sinal,só caixa postal, coloco minha mochila nas costas e começo a caminhar rumo a praia seria uma caminhada de pelo menos 20 a 25 minutos, ainda bem que não estou com meu equipamento seria impossível chegar lá levando eles nas costas.
Estou caminhando, quase correndo pra ser sincero,quando uma moto passa por mim e para na minha frente.
(Morgana).Lucas... Lucas Guimarães.
(L). Sim o próprio. Fico olhando aquele nega(mulher) tão excêntrica, mais com um sorriso lindo e tento me lembrar da onde eu posso conhecê-la.
(Morgana). Não. Você não me conhece.
(L). Oxi.  Como disse?
(Morgana). Você não me conhece. Me chamo Morgana, e sou uma grande admiradora e fã sua, e surfista amadora rss.
Estava indo para sua competição o que aconteceu?
(L). Meu pneu furou. Não um... Dois acredita.
E agora não sei se dará tempo de chegar lá. Pra mim já era essa disputa.
(Morgana). Já era nada. Se você não tiver medo de ir na garupa de uma moto pilotada por uma mulher eu posso te dar uma carona.
Eu te garanto que você chega lá em 10 minutos.
(L). Oxente e o que você está esperando nega, só se for agora.
Voa nega... Voa.

(L). Morgana me passa o capacete e como a palavra mesmo disse ela voava custurando entre os carros.
Chego no início da praia no minuto exato que o convidado de honra está no meio do palco para acionar o sinal para começar a disputa.
Pare! Pare Morgana eu preciso correr.
(Morgana). Nada disso se  segure firme.
Acelero em direção ao palco, a areia era firme facilitando o caminho. Começo a buzinar chamando a atenção de todos impedindo de soarem o apito.
(C). Estou pronto para disparar o sinal sonoro avisando aos competidores que já estão na água que a competição iria começar, quando uma moto invadiu o local nos fazendo olhar para ele.
A moto parou em frente ao palco e quando o motoqueiro tirou o capacete era um mulher linda, de roupa de couro e cabelos ruivos,olhos azuis e boca vermelha. Um belo contraste.
Ela começa a gritar.
(Morgana). Esperem... Esperem um minuto...
O último competidor chegou... Ele tava meio perdido sabe, mas eu achei. Falo me gabando.
(Coordenador). Você tem exatos cinco minutos, Lucas Guimarães.
(Babal). Rápido por aqui. Onde você estava pivete.
(L). Depois eu te explico. Falo entregando capacete para Morgana.
-. Obrigado você me salvou.Digo beijando seu rosto.

(Morgana). Vai lá e arrasa com esses amadores. Eu quero esse troféu nas suas mãos, porque eu quero ter uma desculpa para viajar para Portugal. Falo sorrindo e indo até arquibancada improvisada.
(L). Me viro  para ir  onde Babal está me esperando, ao olhar para o palco para agradecer a oportunidade,meus olhos se encontram com os de Carlinhos Maia.
Ele era o convidado de honra, Carlinhos franze a testa como se me reconhecesse, mas Babal me puxa me levando para pegar minha prancha,colocar minha wetsuit(roupa de surf) e entrar na água,pois só faltava eu.
(Richard). Não era possível meu plano para impedir Lucas de chegar aqui não deu certo. Não adiantou nada eu ter mexido nos pneus,usei um método primário enchi os pneus com tachinhas pra ninguém desconfiar,mas tinha que aparecer alguém pra estragar mais uma vez meus planos.
Droga... Como vou proceder agora... Pense Richard pense...
(C).Aquele olhar... aquele olhar é... não sei... impactante...
Quando tento me aproximar sou distraído por Richard que chama minha atenção mandando que eu me concentrasse no início da prova.
-. Seu pivete é bem bonito, vamos ver se ele também é bom de prova.
(Richard). Você sabe que eu tenho bom gosto.
(C). A coordenação me pediu desculpas pelo ocorrido e Lucas... Esse era seu nome.
Lucas tomou uma punição de menos 2 pontos no placar geral pelo seu atraso.
Fico analisando suas costas e o seu andar até a água e ele me parece familiar. Ele cai na água e começa a remar e sua bunda avantajada me causa calafrios.
Balanço minha cabeça e repito comigo mesmo.
-.Oxente Carlinhos meu fio, o que tá acontecendo deu pra ser talarica agora foi.
Sorri sozinho,pego o megafone e anuncio:
Competidores na minha marca... é um, é dois, é três e aperto o sinal dando início a disputa para última vaga da final WLS.

(L). Remo até onde estava meus adversários, me desculpo pelo imprevisto  eles me olham com desdém, sinto meu coração acelerar no peito e tento manter a calma quando ouço o sinal sonoro.
Não tinha como pensar muito fecho os meus olhos por alguns segundos buscando a tranquilidade que eu preciso para o momento, eu estava ofegante por conta da remada rápida mas precisava me acalmar.
Eu preciso ler o mar e o mar precisa me ler, precisamos estar em total conexão para uma boa execução.
Escolhi o meu ponto de referência entre o palco e o quiosque começo a remar para me manter próximo do line-up ( local certo para o início da onda) deixo algumas ondas passarem consigo enxergar que As valas (corrente de ar de retorno) estão bem definidas e firmes o que vai me ajudar para retornar para o outside (lado de fora) serão três baterias e eu preciso tirar números altos já que estou com uma punição na pontuação.
Meus adversários começam aí até o pico (onde a onda começa) se colocam de pé e vão para as suas sequências não me atento as suas performances senão ficaria mais ansioso ainda.
Duas baterias se foram e eu preciso alcançar a média de 5.75 para derrotar o meu adversário.
Eu estou confiante e nervoso ao mesmo tempo.Eu sei que quem comanda tudo é a mãe natureza mas eu peço que ela me ajude com  ondas limpas.
Deixo  passar a primeira onda e vejo começar a nascer a segunda onda mais limpa e melhor que a primeira me preparo para pega-la.
Aliso minha prancha e digo: só mais essa me ajuda vu(ok). Agora só tem nós dois meu benzinho você e eu e eu e você vamos arrasar eu confio em você.
Me posiciono e começo a remar e quando a onda surge bem em cima de mim eu me levanto iniciando a minha última apresentação.

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