Capítulo 41

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(Tiago). Tento ligar mais três vezes e também nada.
Não é possível que ninguém atende a merda do telefone.
Para que tem então...
(Babal). Já sei.Como foi o nome do hospital que disseram? Pego o celular e a notícia está em todos os sites de fofocas.
Meu telefone já estava congestionado de mensagens.
HGE. Esse era o nome do hospital.
Pego a chave do carro e documentos.
-. Vamos Tiago. Eu não quero ligar para mais ninguém, eu quero conferir essa história de perto.Vamos até o hospital.
Chegamos ao hospital e foi muito difícil entrar por causa da quantidade de repórteres que se aglomeravam na entrada.
Demorei um pouco mas consegui chegar até a recepção e infelizmente era verdade Lucas e Carlinhos haviam se envolvido em um acidente grave e ainda não tinham informações do seu estado de saúde eles estavam na centro cirúrgico.
Havia muitos repórteres que queriam  notícias e eu não sabia o que falar.
O diretor do hospital nos encaminhou para a sala de espera no quarto andar.
(Diretor). Vocês sabem como entrar em contato com algum familiar de Carlinhos Maia, precisamos tomar algumas providências necessitamos de  algum parente aqui.
(Babal). Eu tenho o número do escritório da  Maia produções, vou ver o que consigo.
Ligo para o escritório e a secretária está em choque com tudo o que viu na TV, me identifico e peço para falar com Nicolas mas a secretária me informa que hoje ele não tinha ido trabalhar.
Consigo o número da casa dos pais de Carlinhos na Califórnia, ligo para os pais dele, que estão desnorteados sem saber como agir e me dizem que estão tentando embarcar para o Brasil o mais rápido possível. Eles me passam o número do advogado eu entro em contato e ele me envia por e-mail uma procuração assinada pelos pais de Carlinhos para que eu possa tomar todas as providências necessárias até que eles cheguem no Brasil.
É mais responsabilidade do que eu posso carregar... O que eu devo fazer? Qual caminho devo seguir.

(Tiago). As horas naquela sala de espera eram intermináveis a cada minuto era angustiante e eu não sabia mais o que pensar.
Babal apreensivo chegava está pálido olhando para a janela, seu olhar estava perdido e eu não sabia o que ele estava pensando, eu não sabia como conforta-lo tudo era muito incerto.
(Ravi). Familiares de Lucas Guimarães.
(Babal). Olho para Tiago e me aproximo.
-. Somos nós.
(Ravi). Me chamo Ravi Portilho, sou o médico responsável pelo paciente Lucas Guimarães e vim atualizar o seu estado de saúde.
Lucas apresentou um pneumotórax, uma perfuração no baço ocasionando hemorragia interna.
Precisei operá-lo para reparar os danos tanto no pulmão como a retirada do baço Lucas precisou tomar duas bolsas de sangue.
(Tiago). Mas ele está bem, Doutor?
(Ravi). Na medida do possível sim. Tudo foi contido ele está na sala de recuperação anestésica. E daqui a uma hora já vai estar no quarto e vocês poderão ve-lo.
Ele está com algumas escoriações pelo corpo e vamos acompanhar sua evolução e conforme tudo se encaminhar amanhã ele já vai poder começar a andar.
Lucas teve sorte por estar de cinto de segurança. O acidente foi grave e se ele não estivesse de cinto, ele não teria a mesma sorte.
(Tiago). Babal e eu nos abraçamos eu me viro para o médico e pergunto:
E Carlinhos Doutor? Nos dê notícias.
(Ravi). Sinto muito. Não é a minha especialidade pelo que ouvi ele está na neurologia e seu caso é gravíssimo.
Agora me deem licença daqui a pouco eu mando uma das enfermeiras chamarem vocês.
Vou reunir a junta médica e passar o boletim hospitalar de Lucas para os repórteres.
(Babal). Fico aliviado por Lucas estar aparentemente fora de perigo, mas ainda temo pela vida de Carlinhos.
Não temos nenhuma notícia o que direi ao meu irmão quando ele acordar. Se algo acontecer com Carlinhos Lucas não se recuperar Ah eu sei... Lucas ama demais Carlinhos, assim como Carlinhos o ama.
Saporra! Ele precisa ficar bem.
2 horas se passam e Lucas foi transferido para o quarto mas ainda estava dormindo, deixei Tiago com ele enquanto continuo na sala de espera atrás de notícias de Carlinhos.

(Babal). Tiago já  me enlouqueceu de tanto que me enviou mensagem querendo saber de Carlinhos.
Olho no relógio e já são quase nove e meia  da noite, perdi a conta de quantas vezes liguei pra Caduzex e ele ainda não me atendeu.
Liguei também para Richard, nessas horas não se deve ter orgulho, ele trabalhou tantos anos com Carlinhos e quem melhor do que ele para me ajudar nessas burocracias.
Ligo para Richard mas ele não me atende ligo também para Nicolas e nada... Oxi.O que tá acontecendo com essa gente?
-Epaporra! Ninguém atende. Aonde esses cabruncos se enfiaram o dia todo?
Foram para o reg e desligaram o telefone.
Só pode.Será que não viram as notícias?
Saporra! Vou ter que resolver tudo sozinho.
Fico agitado, pergunto as enfermeiras sobre o estado de Carlinhos e elas me dizem que eu preciso aguardar que logo os médicos me trariam notícias.
Quase 8 horas de cirurgia, meu telefone não para de receber ligações, emails e mensagens todos querem saber como está  Carlinhos Maia e eu não sei mais o que responder.
Busco um café na cafeteria e respondo a mais uma mensagem de Tiago que me diz que Lucas acordou e que pergunta por Carlinhos.
Estou voltando para sala de espera e vejo o médico que me chama.
(Pietro)Familiares de Carlinhos Maia.
(Babal)Digito a última mensagem para Tiago.
Eu preciso ir, enrole ele... Eu logo estarei aí.
Coloco o telefone no bolso me aproximo do médico e digo:
-Aqui doutor.
(Pietro)Boa noite, vamos nos sentar.
(Babal)Oxe Doutor, que sentar o quê... eu fiquei sentado praticamente o dia inteiro.
Me diga logo como está Carlinhos?
(Pietro)Sou Pietro Salomão, neurocirurgião responsável pelo caso de Carlinhos Maia e você é o quê do paciente?
(Babal)Eu sou Emanuel Guimarães, cunhado, irmão do namorado dele. Sou responsável por procuração até seus pais chegarem eles estão vindo da Califórnia.
Não se demore  mais Doutor como ele está?
(Pietro)Foi uma cirurgia de alto risco pois ele apresentou o traumatismo crânio-encefálico,duas fraturas pelo relato dos socorristas ele despencou de mais de 5 m de altura sendo projetado para fora do carro o que ocasionou lesões graves reparamos  os danos,mas precisamos esperar as próximas 48 horas.

(Pietro). As próximas 48 horas serão cruciais, acompanharemos a evolução do seu quadro clínico e só depois dessas horas é que teremos mais informações concretas, no momento precisamos aguardar.
A cirurgia demorou mais do que o normal, tivemos algumas intercorrências o paciente apresentou um edema cerebral coágulo e sangramento e tivemos que remove-lo.
O paciente teve duas paradas cardíacas e precisou ser reanimado ele está na UTI e por hora não pode receber visitas.
(Babal). Mas ele está bem Doutor? Eu preciso saber, meu irmão está muito agitado perguntando por ele.
O senhor acha melhor transferi-lo para um hospital particular?
(Pietro). Não nesse momento. Seu estado é gravíssimo e inspira cuidados. E eu posso afirmar que eu sou o melhor que ele pode ter no momento.
(Babal). Desculpe doutor, eu não quis ofende-lo. É só que...
(Pietro). Eu entendo. Você só quer o melhor pra ele e eu te digo eu sou o melhor. Mas eu preciso avisar que nessas 48 horas o quadro pode evoluir para uma melhora ou retroceder.
Estejam preparados para o pior.
(Babal). O médico se retirou e eu não consegui ir até o quarto de Lucas como eu iria dar uma notícia dessas.
Como eu ia olhar para Lucas e dizer que Carlinhos pode morrer. Como eu ia dizer para Lucas que dentro das próximas 48 horas ele poderia perder o seu amor.
Como Lucas iria se sentir já que era ele que estava dirigindo o carro. Eu não entendo o que aconteceu Lucas,sempre foi responsável no trânsito eles estavam felizes, quando saíram do aeroporto.
Como esse acidente terrível aconteceu com eles.
Não! Não! Eu não consigo... Eu não quero. Eu não consigo respirar,eu preciso sair daqui.

(Babal)Saio do hospital pela porta dos fundos e caminho apressado até o estacionamento pego meu carro e saio e nem me dou conta quando cheguei a praia do Rio vermelho, desço do carro e me sento na areia colocando a cabeça no meio das minhas pernas sinto meu corpo trêmulo e minhas lágrimas descem compulsivamente.
Eu não consigo respirar... Eu não quero essa responsabilidade para mim. Eu não vou ter coragem de encarar meu irmão e contar tudo que o médico me disse.
Fico olhando a escuridão do mar as ondas que vinham devagar como se o tempo também quisesse parar. Tiago me manda um bocado de mensagem que eu não quero responder e por fim ele me liga.
-Tiago por favor agora não pivete.
(Tiago). O que aconteceu? Que barulho é esse? Aonde você está? Lucas dormiu chorando por Carlinhos e eu não sei mais o que inventar.
Babal... Oxe... Você tá aí? Babal me responde... Você não pode me largar nessa sozinho ,maninho.
(Babal). Eu não vou conseguir...
(Tiago). Oxente... Não vai por quê? O quê está acontecendo? Não me diga que Carlinhos...
(Babal). Não! Mas ele está muito mal, o médico não lhe dá 48 horas... Eu não quero dizer essas coisas para Lucas...você me entende.
E eu não sei o que fazer.
(Tiago). Saporra! E eu sei...
Não me deixa aqui sozinho... Não deixe Lucas sozinho... Ele precisa de nós nesse momento difícil.
Eu preciso de você nesse momento difícil. Eu detesto hospital. Falo elevando minha voz.
Então vem para cá agora...
Baballll... Grito sentindo meu desespero na voz.
Não seja covarde... Você não é covarde... Você é o irmão que sempre tira a gente de todas as enrascadas que a gente  arruma.
Então vem logo...Porque o Lucas está bem encrencado... Por favor...
Eu espero por você na cafeteria, em 15 minutos.
Vem rápido.
Desligo o telefone e olho para Lucas que está dormindo.
Saio do quarto secando minhas lágrimas e indo me encontrar com Babal nós precisamos  ter força para tudo que ainda vamos enfrentar.

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