Capítulo 02 - A Maldição de Vecna

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Leiam as notas da autora e cuidado com os spoilers!

Boa leitura!

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Já estavam pedalando fazia um tempo, e (S\N) tentou não puxar muito assunto com Robin, ou com qualquer outro dos colegas que ela tinha ao lado. Sua cabeça estava cheia de pensamentos curiosos sobre a cidade de Hawkins, sobre os experimentos no laboratório e, principalmente, sobre a polícia. Será que eles poderiam culpar o garoto Eddie sem nenhuma prova?

Eles foram sendo guiados até o campo onde ficavam os trailers, uma localização nova que (S\N) aprendeu. Quando a garota ruiva e o garotinho - que ela descobriu se chamarem Max e Dustin, respectivamente - desceram de suas bicicletas e correram até o trailer que devia ser do tal amigo, (S\N) encarou Robin descendo de sua bicicleta e suspirando.

- Ei, se você pudesse... sei lá, ganhar qualquer presente no mundo, o que gostaria de ganhar?

A pergunta pegou (S\N) de surpresa. Ela nunca tinha pensado nisso, e não fazia ideia do porque estava pensando nisso agora. O garoto maior, que se chamava Steve, encarou as duas com a expressão mais confusa do mundo, e se aproximou logo de Robin, passando um braço ao redor dela.

- Ela diz isso porque está tentando impressionar uma garota.

- Steve!

(S\N) segurou a vontade de rir. Não era incomum para ela que garotas gostassem de garotas, vira em várias das cidades que chegara com a trupe do circo alguns casos parecidos, e é claro, existia o seu caso. Ainda era mais uma confusão mental do que uma certeza, e ela tentava achar qualquer outra explicação plausível para que o seu coração acelerasse quando via May Robinson. 

A sorte de (S\N) é que May Robinson estava do outro lado de Hawkins, e provavelmente nunca mais iria grudar aqueles olhos lindos nela. (S\N) deixou um suspiro teimoso escapar.

- Eu não sei... provavelmente... - ela não conseguia pensar no presente perfeito. O último presente que ganhara foi quando tinha oito anos, a caixinha de música que era a única lembrança de sua mãe, e possivelmente, a única lembrança que tinha fisicamente falando do laboratório de Hawkins. - Mas, ei, você não devia estar perguntando isso para mim, se gosta de outra garota. Devia estar perguntando isso diretamente para ela.

Robin revirou os olhos.

- Eu sei, gênio. Mas a Vickie não é qualquer garota. Ela é especial. Tem que ser algo perfeito!

Dessa vez, ela conteve a vontade de revirar os olhos também. Sua terapeuta lhe dissera uma vez que era bastante natural que (S\N) tivesse repulsa por alguns sentimentos que não conhecia, ou que não conseguisse expressá-los. Apesar de os pais adotivos sempre estarem demonstrando amor em pequenos atos, e o fato de terem-na adotado depois de tudo o que ela passou, (S\N) não conseguia enxergar o amor de forma tão benéfica, não via motivo para as pessoas amarem umas as outras. A única pessoa do laboratório que ela amava de verdade a traíra na frente de todos e ainda tirara a vida de seus amigos. 

Ela nunca ia conseguir perdoar Peter pelo que ele fez.

- Não se preocupe - disse Peter uma vez, quando ela tinha acabado de ser testada e tinha falhado, algo que raramente acontecia nos exames do "papai". Não havia mais ninguém no momento na sala do arco-íris, estavam apenas os dois, ele fazia o papel de guardião e irmão que ela precisava no momento. - Não vai acontecer sempre, e você não precisa acertar sempre também, a vida é assim, sabia?

FIVE | robin buckley x youOnde histórias criam vida. Descubra agora