Vampiro x Caçador ☪

137 12 3
                                    


  ⇒ Você se cansou dos humanos. Sempre eram escandalosos e estúpidos, sem falar que sempre tinham uma desculpa esfarrapada por te culpar por toda morte de algum animal na vizinhança.
Então decidiu ir morar num lugar isolado. Era lindo, calmo, e podia fazer suas coisas sem ter algum policial batendo constantemente na sua porta por alguma besteira. Sua rotina se tornou mais saudável, vazias caminhadas noturnas constantes, tinha uma pequena hortinha onde vinha a maioria das suas verduras. E, se ficasse em abstinência por sangue, podia simplesmente caçar algum animal.

Era perfeito.

Até que um dia ouviu alguém bater na sua porta de madrugada, havia acabado de voltar da caminhada matinal e ficou com um pulga atrás da orelha. Era quase uma da manhã, quem estaria ali a essa hora? Quando abriu a porta, sentiu uma pancada forte na nuca.
E tudo ficou escuro.

◟☪◝

 Sentiu o chão gelado, fazendo com que soltasse resmungos de desconforto. Abriu os olhos com um tanto de espanto pelo lugar que estava, parecia um porão mas estava num estado decadente. Conseguia notar as dezenas de teias de aranha e a poeira espalhada por todo lugar.
Mas sentiu seu fôlego ser tirado de si, conseguia ver as armas penduradas na parede. Facas, facões, qualquer tipo de arma branca que pudesse imaginar, estavam ali. Conseguia sentir as lágrimas descendo pelo seu rosto, quem era o psicopata que tinha feito isso com você?!

 Ouviu uma porta abrindo, mal conseguia olhar na direção de onde vinha. Não tinha coragem pra olhar nos olhos da pessoa, não, no monstro que estivesse na sua frente. Se encolheu no canto que estava, notando que seus pulsos estavam com cordas desconfortáveis e seus tornozelos acorrentados com o que parecia ser aço. Abraçou suas pernas, sentindo mais lágrimas virem e não conseguia mais parar.

 Passos ecoavam pelo cômodo, e vinham em direção à sua cela. Ouviu o que parecia barulho de chaves batendo nas grades da sua jaula, parecendo tentar chamar a sua atenção, o que você se negou a dar de mão beijada.

 Um suspiro frustrado foi ouvido do seu provável sequestrador, logo depois o que parecia ser uma cadeira ser arrastada para perto de onde estava. — Ei, morceguinho. — era uma voz grave, fazendo com que tivesse um pequeno susto, — Sei que tá me escutando. Vamos, olhe pra cá. — Conseguia ouvir o barulho fino do metal que o homem estava batucando. Era chato.

— ..o que você quer de mim? — disse com a voz deprimente, porém ainda não virando o rosto para olhar pra quem quer seja essa pessoa. — se for o bichinho de alguém morto, tenho mil e um motivos pra negar meu envolvimento — falou sem paciência alguma, — só me deixa ir pra casa..

 Finalmente virou o rosto para o rapaz, se surpreendendo com o quão grande ele era. Sua pele escura destaca inúmeras marcas de arranhões á balas, seus cabelos negros faziam os olhos esmeraldas destacarem como nunca. E mesmo com uma blusa branca larga, dava facilmente para notar seu porte musculoso. Esse homem poderia te esmagar como uma mosca, com toda certeza.
 Viu o mesmo sorrir com suas palavras, um sorriso que te ver arrepiar, era assustadoramente bonito.

 — Não...não foi nenhum bichinho de alguém, morceguinho. — Viu o mesmo se arrumar na cadeira, cruzando as pernas e apoiando o braço nelas, enquanto te olhava como um predador olhando para sua presa. — cinco homens. — O mesmo jogou uma pasta na cela, bem a sua frente, mostrando fotos de homens de diversas etnias — mortos nas últimas semanas. E seus corpos foram encontrados perto da sua residência.

 Isso te fez soltar o suspiro que estava segurando, se arrastou até a pasta, pegando as folhas e folheando. Notou o horário que catalogaram as mortes, todas eram de tarde. Ótimo, tinha um álibi! Porém, sabia que só isso não faria o homem à sua frente tirar as suspeitas que tinham em cima de você. — Então... — olhou pros olhos do homem, que te encarava com um tanto de curiosidade — Acha que é certo ir na casa de alguém, e sequestrar esse alguém, só porque corpos foram encontrados perto da casa desse alguém? — bufou de raiva, enquanto arrumava os papéis na pasta, — Vocês humanos. Parecem que nunca pensam com o cérebro, vocês ao menos tem um? — falou com desgosto, enquanto limpava as lágrimas que ainda teimava em cair.

 Ouviu a risada alta do homem, fazendo você olhar com mais desgosto ainda. Isso era uma piada pra ele?  soltou um resmungo, jogando a pasta de arquivos de volta para o homem que pegou, ainda rindo, o mesmo parecia não se importar com o olhar de desprezo que lançava para o mesmo. Porém ainda estava com uma pulga atrás da orelha. Ele não parecia ser um policial, quer dizer, tinha o porte de um, mas não parecia um. — O que você é? — perguntou, enquanto o olhava de cima a baixo — Com certeza não é um policial... — pensou um pouco mais, e parecia que algo tinha ligado na sua mente — UM CAÇADOR! Meu deus, como não pensei nisso antes... — Murmurou pra si, enquanto tentava achar uma posição mais confortável.

 — Sim morceguinho, eu sou um caçador. — O homem falou calmamente. Essa informação te deixou em confusão.

 — Mas...nunca um caçador tinha vindo pra esses lados da cidade! nunca tiveram muitos casos de monstros por aqui também... — disse, ainda mais presa em seus pensamentos, notando o olhar do homem sobre si.

 Viu ele concordar com o que dizia, ouviu barulho de chaves, e quando olhou para o homem ele estava abrindo a sua cela. Isso fez um arrepio percorrer pela sua espinha assim que ele pisou dentro e caminhava de forma relaxada até você. — Quero pedir desculpas, morceguinho. — Ele se ajoelhou ao seu lado, caralho, ele ainda conseguia ser maior que você. — Meu instinto é atirar primeiro, perguntar depois. — sentiu seus tornozelos serem libertados, deixando um pequeno sorriso de alívio aparecer no seu rosto, mas logo se encolheu novamente quando viu o mesmo pegar um canivete no bolso, — Shh, calma. — Ele pegou seus pulsos de forma bruta, cortando as cordas deixando a vista as marcas que haviam deixado, sentiu o mesmo alisar de maneira carinhosa seus machucados, te deixando seu corpo transbordar de nervosismo.

Curtas do Leitor ☻ x leitorOnde histórias criam vida. Descubra agora