- Gizelly Bicalho... – o homem muito bem-apessoado disse sorrindo – Boa noite!- O que faz aqui? – Gizelly não ficou nem um pouco feliz com aquela visita.
João Vicente arqueou uma sobrancelha mirando a morena com bom humor.
- Eu poderia conversar com você um instante? Se não for incômodo...
- Você vai me desculpar, mas é um incômodo sim. – disse irritada – Acabei de chegar do trabalho e estou muito cansada para receber visitas. Aliás, como encontrou minha casa? Como sabe onde eu moro?
- Eu poderia lhe responder todas essas perguntas e outras mais que imagino que tenha a me fazer se pudesse, por favor, me deixar entrar.
A morena suspirou impaciente.
- Ok. – disse estendendo a mão para lhe dar passagem.
Sentados no sofá da sala, Gizelly fitava o homem com olhar acusador, esperando uma explicação plausível para aquela visita inesperada.
- Bom, imagino que esteja se perguntando o porquê da minha visita.
- Primeiro eu quero saber como foi que encontrou a minha casa.
- Digamos que não é difícil descobrir. Você trabalha para uma amiga minha, o Rodolffo é um velho conhecido. Saber a rotina da casa dos Kalimann não é um problema para mim. Eu só precisei seguir o motorista. Durante o dia ele serve a casa, mas o seu primeiro e último trabalho do dia é servir você. Claro que por ordens da Rafaella. Imagino que se sinta privilegiada por isso, Senhorita Bicalho. – a morena o encarou com irritação – Não é fácil conquistar a atenção especial de uma mulher como ela.
- Creio que não esteja aqui para falar de como a Rafaella trata os seus funcionários, João Vicente. E eu já estou cheia de ouvir isso por hoje!
- Acredite, minha cara, você é muito mais que uma simples funcionária para a Rafaella. – sorriu maldoso – Mas de fato não estou aqui para falar da vida amorosa da minha amiga.
Gizelly o fitou com indignação.
- Estou aqui para falar da minha vida amorosa. – completou.
- Se procura o Eusébio, veio ao lugar errado. E se está pensando que irei mover um dedo sequer para ajudá-lo a falar com ele, está duplamente enganado.
- Vejo que já sabe que não nos falamos desde o ocorrido na festa. Imagino que saiba de tudo com detalhes. Ele me falou muito de você e se não me engano é mais que uma amiga para o Eusébio.
- Sim, o Eusébio é como um irmão para mim e como tal eu quero a felicidade dele, coisa que ao seu lado acho difícil ele ter.
O homem de olhos castanhos sorriu fraco.
- É claro que você deve me achar um cafajeste, no seu lugar eu também concordaria. Mas acredite, eu tenho meus motivos para querer manter a discrição.
- Manter discrição é muito diferente de desprezar e tratar com indiferença, João!
- Sim, concordo. Confesso que me desesperei de certa forma ao vê-lo ali naquela festa. Não imaginei que ele estaria lá naquela noite.
- Se desesperou porque tinha medo de ser visto ao lado dele ou porque estava com a Rafaella ao seu lado? – provocou com raiva.
João Vicente não conteve o riso.
- Vejo que não sou o único que tem questões pendentes relacionadas à sexualidade por aqui.
- O que é que você está querendo, João Vicente? Fale de uma vez e pare de fazer insinuações.
VOCÊ ESTÁ LENDO
My Boss - Girafa (adaptação)
FanfictionRafaella Kalimann é a dona de uma das maiores empresas do ramo hospitalar do Rio De Janeiro. Gizelly Bicalho é a sua assistente jurídica, mais que isso, seu braço direito. Tudo ia bem até que Rafaella se vê perdidamente apaixonada por sua funcionári...