Capítulo 30

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Rafaella encarava ainda sem reação o homem à sua frente. Sua boca entreaberta e seus olhos levemente arregalados demonstravam o seu estado de choque.

- A Gabriela está morta? – conseguiu dizer num fio de voz.

- Senhorita Kalimann, você conhecia a Senhorita Prioli há muito tempo?

- Sim, eu... – olhava para o chão enquanto tentava assimilar a informação – Eu a conheço desde a adolescência.

Gizelly ainda estava parada no mesmo lugar. Observava o homem sem tirar os olhos de sua feição desconfiada. Estava tão chocada quanto Rafaella, mas com um agravante. Ela sabia quem provavelmente foi o autor do crime.

- Qual foi a última vez que a viu, que teve contato com ela?

- Eu não sei, pouco mais de um mês talvez. – a mulher caminhou até o sofá de sua sala e sentou-se. Suspirou fundo e passou as mãos visivelmente trêmulas pelos cabelos – Sente-se, por favor.

- Obrigado. – o homem de terno alinhado sentou-se no sofá ao lado, se dando conta da presença de Gizelly que permanecia imóvel em frente à porta – E a senhorita, quem é?

Gizelly saiu de seu transe e o fitou assustada.

- Gizelly, Gizelly Bicalho. – se aproximou e sentou ao lado de Rafaella.

- Conhecia a Senhorita Prioli? – o homem a fitou.

- Não, quer dizer, sim. Eu a conheci há pouco tempo atrás.

- E qual a sua relação com a Senhorita Kalimann e com a Senhorita Prioli?

- O que? Como assim? – o nervosismo de Gizelly aumentava a cada pergunta.

- A Gizelly trabalhava pra mim. – Rafaella interrompeu impaciente – Ela foi minha assistente e agora é uma... – fitou a morena de relance – uma amiga. Onde é que o senhor está querendo chegar?

- Veja bem, Senhorita Kalimann, Gabriela Prioli foi assassinada na noite de ontem sem nenhum motivo aparente. Levou dois tiros quando saía de seu carro, estacionado em frente ao hotel em que estava hospedada aqui no Rio. - ele mexeu em algumas anotações e prosseguiu logo em seguida - Testemunhas disseram que um homem numa moto se aproximou, efetuou os disparos e fugiu. Não houve assalto e nem alguma explicação lógica para a ocorrência do crime. Estou buscando respostas e qualquer pessoa que tenha ligação com ela poderá ajudar a encontrar o caminho certo para que eu chegue a uma solução.

- Eu fui amiga da Gabriela, a Gizelly não. O tipo de relação que havia entre nós três não vai ajudar a solucionar um crime. – Rafaella estava cada vez mais irritada.

- Houve algum tipo de relação entre vocês três?

- O que? – a mineira o encarou indignada – A minha vida pessoal e as relações que mantenho nela não lhe dizem respeito, senhor Inspetor. Isso com certeza não ajudará na investigação.

- Eu não teria tanta certeza. Sabe, senhorita, a investigação do departamento de Polícia onde eu trabalho é bem eficiente. E a sua vida pessoal é bastante comentada pela mídia do Rio De Janeiro assim como a da Senhorita Prioli. Ela era uma DJ famosa. Não foi difícil notar a proximidade entre vocês.

- Eu já disse que éramos amigas desde a adolescência.

- Sim. E de uns tempos pra cá se tornou muito amiga da Senhorita Bicalho também. A mídia nos deixa bem informados. – sorriu irônico para a morena.

- O senhor está me dizendo que está baseando a sua investigação na análise de sites de fofoca?! – Rafaella o fitou com uma sobrancelha arqueada.

- Eu estou dizendo que há fatos que ligam a senhorita à vítima e isso é inegável. Estando essas informações contidas em sites de fofocas ou não, não deixa de ser um fato. Se você era próxima da Senhorita Gabriela, pode ajudar. Sabe se ela tinha inimigos ou estava sendo ameaçada por alguém?

My Boss - Girafa (adaptação)Onde histórias criam vida. Descubra agora