- Gizelly você disse alguma coisa? - Talles chamava a mulher em sua frente que mantinha o olhar fixo em um ponto ao longe sem o fitar - Gizelly, você ainda está aí?- Sim. Eu... - disse voltando a si - Eu me distraí.
- Está tudo bem? De repente parece que viu um fantasma.
- Não, é só uma sombra do passado - Disse tentando retirar o nervosismo que crescia em seu peito naquela hora.
Talles encarava confuso, mas preferiu não questionar.
- Então vamos pedir o jantar? Quer dizer, você ainda quer jantar comigo? Como amigos, é claro. Vamos selar a nossa amizade com esse jantar com a minha promessa de que eu não vou mais me insinuar romanticamente pra você - sorriu sem jeito.
Gizelly mal prestava atenção no que o homem falava. Seus olhos não saíam da mulher sentada a alguns metros dali.
- Num dia ela diz que me ama e poucos dias depois está jantando acompanhada, toda animadinha. Francamente Rafaella - sussurrou raivosa com o olhar fixo em sua ex-chefe.
- Como disse? - Talles continuava sem entender.
- É... Vamos sim. Jantar, isso.
- Gizelly, você está bem? Se preferir podemos ir embora, eu vou entender.
- Não, quer dizer, sim. Na verdade eu prefiro ir, Talles. Não estou me sentindo muito bem.
- Tudo bem, vamos então.
- Mas se eu sair agora ela vai me ver - continuava fitando à frente arregalando os olhos..
- Ela quem?
- Hã? Quem? - encarou o homem.
- Acho que você não está bem mesmo - sorriu - Podemos ir então?
- Não. Eu acho melhor nós ficarmos. Talvez o jantar me faça bem - disse tensa tomando um pouco de água tentando aliviar a situação.
- Você tem certeza? Podemos marcar para outro dia.
- Não - sorriu forçadamente ao observar Rafaella numa conversa cheia de sorrisos com uma elegante mulher morena à sua frente - Eu vou ficar para ver até onde vai esse jantar.
Talles a fitava cada vez mais confuso, mas apenas assentiu e chamou o garçom.
Gizelly engolia a comida como se fossem pedras cortantes rasgando a sua garganta. Tomava um gole de vinho após cada garfada na tentativa de conter o misto de sentimentos nada nobres que passavam por si.
- Eu não entendo como as pessoas são relapsas quando se trata da própria saúde - Talles dizia em uma conversa quase monóloga, enquanto Gizelly ainda mantinha os olhos, faiscando de raiva, fixados na mulher na outra mesa - Manter hábitos saudáveis não é difícil e evita muitos problemas. O número de pacientes dentro de um hospital diminuiria consideravelmente se as pessoas fossem menos negligentes ao cuidar da saúde mental e física.
- Sim, é mesmo - a morena assentiu sem nem saber do que se tratava - Cara de pau. Cínica! Dissimulada - sussurrou irritada.
- O que? - Talles a encarou com os olhos arregalados.
- O que? - Gizelly o fitou.
- Gizelly - disse impaciente levando o guardanapo até a boca - o que é que está havendo?
- Nada.
- Como nada? Você parece aflita, inquieta. Mal presta atenção no que eu digo e está falando sozinha, dizendo coisas desconexas desde que chegamos.
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My Boss - Girafa (adaptação)
FanfictionRafaella Kalimann é a dona de uma das maiores empresas do ramo hospitalar do Rio De Janeiro. Gizelly Bicalho é a sua assistente jurídica, mais que isso, seu braço direito. Tudo ia bem até que Rafaella se vê perdidamente apaixonada por sua funcionári...