Capítulo 25

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- Obrigada por me receber. – a mulher disse assim que adentrou a casa da morena.

- O que essa mulher tá fazendo aqui, filha? – Márcia questionou irritada.

- Vejo que meu nome já virou história por aqui.

- Fala logo o que você quer e não abusa da minha paciência, Gabriela! – Gizelly soltou raivosa passando pela DJ.

- Eu vim em paz. Não vim aqui com a intenção de causar nenhuma situação desconfortável.

- Acho difícil você se superar... – Gizelly disse estendendo a mão, sinalizando para que ela se sentasse no sofá.

Gabriela respirou fundo e sentou-se no sofá ao lado de onde Gizelly já estava acomodada.

- Eu vou deixar vocês a sós – Márcia disse a contragosto – Não vou me dar ao trabalho de lhe oferecer nada porque eu não sou obrigada e creio que a sua visita será rápida não é? – encarou a mulher com um sorriso forçado nos lábios.

- Eu estou bem, obrigada – Gabriela sorriu sem graça.

- Ótimo. Estou aqui na cozinha caso precise de mim, filha – disse saindo – Estarei aqui cortando alguns legumes com uma faca beem afiada! - a senhora disse dando mais uma olhada antes de ir para o outro cômodo

- E então? – Gizelly fez sinal para que Gabriela prosseguisse.

- Bem, eu não sei por onde começar – a loira apertou os dedos. Parecia nervosa.

- Comece explicando por que você agarrou a minha... – fez uma pausa se corrigindo – A Rafaella daquela forma?

- Eu fiz de propósito. A Rafaella não teve culpa de nada.

- Obviamente. Você não iria até o trabalho dela com a intenção de agarrá-la simplesmente porque sentiu saudades.

- Não precisa se alterar – sorriu irônica.

- Eu já disse pra você não abusar da minha paciência, Gabriela. Eu já fui educada demais recebendo você aqui.

- Ok... – disse em rendição – Eu vim para explicar o que aconteceu. Não para causar mais confusões. Bem, como eu disse, eu planejei tudo aquilo. Eu vim de uma turnê pela Europa com a intenção de abrir uma casa de shows aqui no Rio. Eu cansei de rodar o mundo sem ter lugar fixo em lugar algum. Cansei de viver rodeada de pessoas vazias, cansei de me sentir vazia.

- Eu não estou interessada na história da sua vida. Se quiser alguém pra desabafar procure um analista. Seja breve por gentileza antes que a minha paciência vá parar na sua cara.

A mulher suspirou e assentiu.

- Eu conheço a Rafaella há muitos anos. Desde a sua adolescência. Nós já viajamos por esse mundo juntas até ela largar essa vida e se tornar uma mulher responsável. Nós já vivemos muita coisa juntas – sorriu nostálgica – o fato é que eu sempre amei a Rafaella. Sempre fui apaixonada por ela desde que a conheci. Eu largaria tudo e me casaria com ela a qualquer momento se ela quisesse. O problema é que ela nunca se prendeu a ninguém. Nunca foi de uma só. E eu sempre respeitei isso. Nós tínhamos uma espécie de amizade colorida, sabe? – seus olhos marejados deixavam claro o quanto aquele assunto mexia com ela – Sempre ficávamos juntas quando nos víamos, mas nunca passou disso. Eu não a culpo, ela nunca me deu esperanças de viver um relacionamento com ela. Ela nunca se abriu assim para ninguém. Até você chegar na vida dela. Eu conheço a Rafaella há quase dez anos e eu nunca a vi assim por ninguém. Você conseguiu o que metade das mulheres que já passaram pela vida dela tentaram e não conseguiram. Conquistar o seu coração.

Gizelly sentiu um aperto em seu peito na mesma hora ao ouvir aquilo.

- Você foi a grande felizarda! A escolhida. A única que conseguiu quebrar todas as barreiras daquele coração fechado – sorriu sem humor – Eu esperei por ela por tanto tempo, por todo esse tempo – lágrimas já escorriam pelo seu rosto – Esperei pelo dia que ela se cansasse de viver sozinha, sem nenhum compromisso, e notasse que eu sempre estive ali esperando por ela. Mas ela não me viu. Não me notou porque seu coração já tinha sido preenchido.

My Boss - Girafa (adaptação)Onde histórias criam vida. Descubra agora