Capítulo 20

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CRISTIAN COLLALTO

Bea voltou com ele, aquele infeliz. Depois da revelação que ela me deu, jogou em meu colo, decidimos que seria melhor se ela voltasse antes que a irmã de James falasse algo. E assim fizemos, eu retornei para o lado de meu irmão e sua esposa, enquanto fui obrigado a observar Beatrice e James falando com os convidados dessa palhaçada.

Era pra eu ser, eu ao lado dela recepcionando nossos convidados. Isso traz uma sentimento imenso de impotência, como se eu não pudesse fazer nada por nós dois. Ah, mas eu irei. Observo os Savóia, que estão sentados em suas mesas particulares. Os irmãos delas estão com o olhar ficado demais no casal que desfila pelo hall da mansão. Enquanto isso, sua mãe, está conversando com a mulher do chefe australiano.

Preciso ir até lá, mas não sei como, com esses homens ciumentos olhando-a como se pudesse quebrar a qualquer segundo. Não posso culpa-los, me sinto no dever de protege-la de quem seja. Então, por isso, entrego um papel para Jane, que me olha de canto e sai pelo salão em direção à sua prima. Com um sorriso ensaiado, Jane a afasta de James e entrega disfarçadamente o papel. Enquanto eu olho para os homens Savóia, esperando que eles não percebam.

Minutos se passam e minha cunhada retorna. Ela e Vicenzo decidem ir até a cozinha privada da familia beber algo, bou atrás deles para não chamar tanta atenção. Quando chegamos na grande cozinha, eles rapidamente se sentam para comer um bolo de chocolate que havia ali:

— Porque sentaram? – questiono, olhando às horas e vejo que já são quase dez horas. Ambos parecem alheios a tudo ao seu redor, comendo o bolo de chocolate e rindo pela sujeira em seus dedos.

— O que você acha, Cristian? Não precisa ser um gênio para perceber que estamos comendo! Sente-se, relaxe um pouco. – disse Vicenzo, bebendo um pouco de água e voltando a comer o bolo. Reviro os olhos, perdendo a paciência com os dois.

— Algo lhe preocupa, cunhado?

— Sim, exatamente. – volto a olhar o relógio e vejo que faltam oito minutos para as dez, então decido sentar-me ao lado deles e pegar um pedaço do bolo atrativo

— Conte-nos, o que lhe apavora – Jane estimula, logo meu irmão me olha curioso e me vejo sem saída.

— Eu e Bea iremos nos casar – assumo, retirando uma surpresa de ambos que param de comer para me olhar.

— Pode repetir? Acho que não entendi..

— É isso mesmo, Vicenzo. Eu e Beatrice iremos nos casar – falo mais decidido e alto dessa vez, mas quando ouço passos atrás de mim, engulo seco.

— Que porra você está falando, Collalto? – quando me viro, Donato se aproximou com rapidez de mim. No segundo seguinte, me puxou pelo colarinho e me ergueu da cadeira, e antes que eu pudesse respondê-lo como uma confirmação, seu punho acertou meu rosto em cheio.

Droga, como arde.

— Donato! – Jane o grita, quando ele ia me socar novamente, seguro seu punho ainda no ar, mas o som no salão para e ouvimos gritos. Nesse momento, posso ouvir a voz de Dona Analese gritar por Bea.

Sem me olhar Donato me solta e sai correndo em direito a festa, faço o mesmo com minha cunhada e meu irmão no meu encalço. Quando chegamos no salão, um amontoado de pessoas fazem um círculo, no qual James surge com Beatrice desmaiada em seu colo. Meu sangue ferve instantaneamente, sem pensar, já começo a ir na direção deles, mas sinto uma mão segurar meu braço e quando vejo, é dona Analese.

— Se acalme, querido. – ela encara a cena na qual Donato e Armando correm até Bea, e Donato a pega no colo e sobe as enormes escadarias com os fios loiros descarando sua jaqueta. – Fique aqui, Cristian.

A Prometida - Nova Era 3 - ContoOnde histórias criam vida. Descubra agora