ృ 🐺 : 𖥻𝗽𝗿𝗲𝗹𝘂𝗱𝗶𝗼

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𖥔 [PRELÚDIO] 𖥔

O céu estava escuro quando a Alfa Camila Cabello Estrabão desceu do Audi preto.

Verificando a hora em seu relógio de pulso, ela se apressou em alcançar a calçada e bastou mais alguns passos para que alcançasse a entrada do hotel onde se hospedaria nos próximos dias para uma convenção de empresários.

Após passar pelas portas de vidro automáticas, ela foi diretamente para a recepção e confirmou seu check-in com a recepcionista, pedindo ao concierge do hotel que comprasse um novo terno de uma marca específica, antes de seguir para o lobby e se sentar em uma poltrona. Ela não queria subir para o quarto sem falar com Dinah Jane e descobrir por que diabos sua amiga estava tão atrasada.

Autoconsciente de que era observada por uma ômega e duas betas, a alfa sorriu, se regozijando com a sensação de fascínio que despertava onde quer que fosse. A latina não estava interessada em uma conexão, entretanto. Verificando a hora outra vez, a alfa percebeu que se passou apenas dois minutos desde que sentou-se naquela poltrona, e nem mesmo o champanhe servido serviu para acalmá-la.

Impaciente, ela tirou o celular do bolso da calça social preta e discou o número na tela do aparelho. Diligentemente , ela esperou que a ligação fosse completada.

- Não grite comigo, sei que estou atrasada -, respirando com dificuldade, a alfa se antecipou à irritação da amiga.

- Onde você está? - Perguntou, acariciando o rosto acima do queixo.

- Estou chegando. - Afirmou e a outra ouviu o barulho insistente de buzinas.

- Acho bom você estar aqui em uma hora, Jane. - Rosnou por entre os dentes semicerrados, apertando os dedos sobre sua perna esquerda.

- Culpe esse maldito trânsito. - A resposta veio sem demora. - Está chovendo e os carros não se movem. - Ouvir a justificativa não fez a raiva de Camila desparecer.

- Venha a pé, mas esteja aqui em uma hora. - Antes que a polinésia tivesse a chance de responder, a executiva encerrou a chamada e guardou o celular no bolso.

Exibindo um sorriso confiante, Camila seguiu para o elevador do hotel e apertou o último andar. Quando as portas metálicas deslizam para os lados, o que ela viu deixou-lhe de mau-humor, outra vez. Havia uma mulher de joelhos com esfregão.

Ela detestava ter que lidar com funcionários, por isso pedia que os quartos nos hotéis onde se hospedava fossem limpos, apenas quando ela não estivesse presente. Parada, em frente ao elevador, com o corpo rígido, Camila observou a funcionária do hotel com curiosidade.

No instante em que ela percebeu sua presença, se levantou depressa e o pânico em seu rosto fez o instinto protetor de um alfa despertar em seu interior. Gotas de suor estavam perolizadas em sua testa e seus lábios trêmulos se apertaram quando a outra se moveu. Ela era uma ômega, Camila não demorou para perceber. Seu cheiro era confuso; uma mistura de pânico, curiosidade e excitação. Se ela não estava perdendo o juízo, aquela ômega de olhinhos verdes estava prestes a entrar no cio.

Impedindo seu lobo de subir à superfície e assumir o controle, ela parou a uma distância segura e o observou com cautela, irritada por não conseguir ser incólume à figura pequena e assustada em sua frente.

- Perdão por estar aqui, senhora. - A ômega murmurou, tirando os fios negros grudados pelo suor de sua testa. - Estou saindo e... - ao tentar sair do lugar, a ômega cambaleou e caiu de bunda no chão.

Contra seu desejo racional, a alfa correu para ajudar a funcionária. Ficar de joelhos para alguém era algo atípico para Camila Cabello, ainda mais uma funcionária simplório. Jogando os pensamentos confusos na lixeira de seu inconsciente, ela segurou a ômega em seus braços e foi como se um raio percorresse seu corpo e tudo que ela conseguia ouvir era o tinlintar de sinos em sua mente, sacudindo cada uma de suas terminações nervosas.

Ela já ouvira sobre parceiras e parceiros predestinados, mas o que ela ouviu não chegou, sequer, perto do que ela sentiu ao tocar a ômega.

O desespero apologético de seu coração fez sua visão nublar por alguns segundos. A cunha de emoções foi demais para absorver. Respirando alto e longamente, a alfa se sentou no chão e, outra vez, agindo fora de sua mente, Camila fez com que a ômega se sentasse em seu colo e correu os dedos nos cabelos úmidos de suor, se sentindo incrível quando a menor deitou a cabeça em seu peito, acariciando distraidamente a parte de trás de seu pescoço com as pontas dos dedos.

- Você está perto ou já está no cio, ômega? - Perguntou retoricamente.

- Eu sinto muito. - Sem se dar conta, a pequena mulher começou a se esfregar contra o corpo da maior, deslizando o nariz pelo pescoço da alfa.

- Trabalhar no cio é algo inaceitável. - Camila rosnou, inconformada.

- Se eu perder o emprego, não vou ter como me alimentar e pagar o quarto na pensão onde moro. - A ômega tentou se justificar.

- O hotel não te dá folga no seu período fértil? - Indagou, lutando para afastar seu lobo daquela ômega, que parecia estar chamando-a.

- Já estou no último dia, eu juro. - Sua voz tornou-se enfática.

- Você vai para casa e vai cuidar de si mesma. - Exigiu, acariciando as costas da menor de modo carinhoso.

- Você não manda em mim. - Desafiou a autoridade da alfa.

- Acredite em mim, você não vai querer discutir comigo. - demostra , sorrindo para o beicinho fofo que a ômega exibiu.

- Mas eu não posso me dar ao luxo de descansar, senhora. - Se endireitou no colo da alfa, apertando os dedos para se impedir de continuar tocando a outra.

- Não se preocupe, vou cuidar para que você não seja punida por descansar em seu período fértil. - Garantiu, esperando a nova diretiva da outra.

- Você parece um anjo. - Ergueu a mão para tocar o rosto da desconhecida.

- Anjo? - Camila se sentia na outra extremidade da comparação. - Não, estou longe de ser um anjo. - Objetou, dando tapinhas nas costas da ômega, que entendeu o pedido implícito. - Agora vá para casa e cuide de si mesma.- Ditou, se levantando do chão, logo após a menor.

- Eu me chamo Lauren Jáuregui. - A ômega se apresentou, curvando-se em uma reverência respeitosa.

- Um nome bonito, combina com você. - Elogiou timidamente.

- Você não vai me dizer seu nome? - Indagou, com as mãos para trás de seu corpo.

- Camila Cabello. - Estranhamente, ela curvou-se para a ômega. Em muito tempo ela não se curvava para um'a ômega, entretanto, Lauren a deixava fora de sua mente.

- Um nome bonito, combina com você.- Afirmou, repetindo as palavras da maior, seguindo para o elevador dos funcionários do hotel com toda a rapidez que conseguiu.

Em seu coração, Camila Cabello não teve dúvidas que havia encontrado a ômega com o qual gostaria de passar o resto de sua vida.

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🐺⇝ ᴇx ᴅᴇ ᴜᴍᴀ ᴍɪʟɪᴏɴᴀ́ʀɪᴀ.  Ꮧ·ß·Ω   𝗞𝗰𝗰 • 𝗟𝗺𝗷   Onde histórias criam vida. Descubra agora