Não sabia se estava melhor agora ou antes. A minha vida deu uma volta de 180graus mas não tinha melhorado.
Depois do jantei fechei-me no quarto com o pretexto de "estudar", saí pela janela e fui até ao spot. Descrevendo agora melhor o lugar não há muito a dizer: fica perto de um café, e ficava por baixo de uma ponte que mal era usada. Era um sítio um pouco obscuro mas eu nunca gostei das coisas normais que as outras raparigas gostam. Então lá estava eu perto das dez da noite. A sacar do bolso o maço de cigarros e a sentar-me solitária no spot enquanto colocava os fones.
Não sei que horas eram porque entretanto adormeci e fiquei sem bateria só sei que, o sol já estava a nascer e então percebi que tinha de correr para casa para ninguém perceber que tinha saído.
Cheguei a tempo e ainda tomei banho e ninguém deu por nada. Mais um dia de aulas mas antes decidi fazer um pequeno desvio..
Voltei ao spot: encontrei lá o Tate. Sorriu ao me ver.
-Não tens aulas?- perguntou-me.
-Tenho mas também tenho muito tempo-respondi-lhe. Tirei um cigarro para fora enquanto ele colocou a mão no meu queixo e me forçou a olhar para si:
-Esta não pareces ser tu, tu tens algo que me atrai em ti, tu tens muito escondido e deixas-me intrigado, mas.. Mas..- eu fixei-me nos seus lábios até que, um de nós voltou a reagir:
-eu não posso, nós não pudemos..-disse ele. Dito isto, ele vai embora e deixa-me assim à deriva. Não tenho palavras para descrever aqueles momentos: senti uma grande compaixão com ele, uma conexão inexplicável, uma química inimaginável. E estávamos perto de nos beijarmos e ele foi-se. Simplesmente foi-se.
Quando olhei o relógio já passava da hora do toque e apressei-me. No caminho vinham-me várias questões à cabeça. De onde seria o Tate? O que queria ele dizer com não ser bom para mim? De não pudermos?!
Essas perguntas vinham-me cada vez mais à cabeça à medida que o tempo passava.
Ao sair da escola voltei para lá com esperança de o voltara ver. Mas nem um único sinal.
