Capítulo único

424 57 12
                                    


N/A: Essa história é em comemoração a proximidade do dia dos namorados e eu espero que vocês gostem. Não deixem de favoritar e comentar, isso é muito importante para que eu continue escrevendo para esse fandom!!

Admito que me inspirei muito nas cenas do Jaskier com a Yen da segunda temporada, bem como na música  "Burn Butcher Burn", que convenhamos, é claramente uma música de quem terminou e quer tacar fogo no ex.

Boa leitura!!


~


– Geralt deixou um gosto amargo na sua boca – Yennefer comentou, olhando em meus olhos por alguns instantes antes de provar a bebida que eu oferecia.

– Ele não... Geralt não deixou gosto nenhum na minha boca – murmurei, tropeçando nas palavras apenas para reafirmar o que sempre me disseram: que eu sempre fora um mau mentiroso. O olhar da maga me fez suspirar em derrota – É tão óbvio assim?

– Só para quem ouve suas canções – assenti, sorrindo ao perceber que a ferida ainda estava ali. É claro que aquele bruxo estúpido havia deixado um gosto amargo em minha boca.

– Ao menos eu não fui a única pessoa a ser magoada por aquele idiota – resmunguei conformista e tomei um gole direto da garrafa. Ao ouvir o vidro bater na bancada de madeira, não contive uma careta de frustração e me peguei olhando de soslaio para Yen.

– O que foi, Jaskier? – A morena questionou, sem um pingo de incerteza na voz. Mesmo que fossemos amigos a poucas horas, ela já parecia conhecer muito bem meus sinais.

– Você ainda pensa nele? – A frase saiu como se estivesse presa na ponta de minha língua desde o momento em que reencontrei minha antiga rival pela atenção de Geralt. Eu podia ter o dom da palavra, mas as vezes tudo que eu me sentia era um grande língua solta.

– É claro – Ela disse, sem saudosismo ou sem mudar a expressão. Quem dera eu tivesse aprendido a ser tão indiferente.

– Com que frequência? – Amaldiçoei minha curiosidade, mas pelos deuses, eu não conseguia parar de pensar em Geralt de Rívia desde que o conhecera a muitos anos atrás. Era constante a sua presença em meus pensamentos, talvez por isso eu quisesse tanto que outra pessoa se sentisse da mesma forma.

– Por que a pergunta? – Yennefer perguntou com os belos olhos violetas em mim. Bufei e passei as mãos pelo rosto, tentando afastar a sensação avassaladora de fracasso desde o dia em que aquele bruxo havia me jogado para fora de sua vida como se eu fosse um trapo que já não servia mais.

– É normal... Que esse gosto esteja como veneno na minha boca até hoje? – disse devagar, provando do derrotismo que a maioria dos poetas conhecia como uma velha amiga.

– Algumas coisas são difíceis de esquecer – Ela falou com cuidado, sorrindo para si mesma.

– Você tem memórias favoritas? – Eu tinha, mas sabia que aquelas não seriam as favoritas de Geralt. E podia ser apenas um palpite, mas era muito mais provável que as memórias de Yen fossem as mesmas do nosso elo em comum.

– Tenho – A maga admitiu com o sorriso se tornando mais largo por poucos segundos, antes que seus olhos se perdessem no nada – Você não? – sussurrou, fazendo meu estômago se revoltar.

– Você está perguntando se eu e ele...? – Fingi indignação, um tanto por orgulho e outro tanto por ter a certeza de que Geralt jamais admitiria o que nós tivemos, muito menos para sua maior paixão.

– É natural que eu pergunte, poucas pessoas tem o poder de nos deixar com esse gosto amargo por tanto tempo sem terem entrado muito fundo em nossa essência.

Sonhos de uma noite de inverno - GeraskierOnde histórias criam vida. Descubra agora