Acordei com os raios de sol refletindo na janela, e olhando assim até parecia que o dia estava quentinho, mas o frio e neve continuava lá fora.
Levantei da cama e fiz tudo que tinha que fazer ainda dentro do quarto, e logo saí para o primeiro andar, onde meus amigos e Amy estavam.
Theo estava encostado no balcão da cozinha observando Sandy preparar um ovo mexido, e Blaise estava esquentando o leite para depois colocar o achocolatado.
- Onde vamos? - Perguntou Amy quando me viu chegar.
- A bonitinha não tá mais bêbada? Ontem a coisa estava feia! - Disse Theo e Amy mandou ele ir a merda, tão fofa.
- Precisamos ir até o Beco Diagonal, para comprar as coisas de Hogwarts. E Amy, se quiser ir com a gente, não tem problem. Talvez você ache algumas coisas pra Beauxbattons. - Disse Blaise pegando sua carteira e colocando no bolso da calça, após terminar seu chocolate-quente.
- Vou, sim. - Ela ainda parecia estar com ressaca da noite passada.
- Então vamos de uma vez. Quero voltar para minha cama quentinha. - Disse abrindo a porta e na mesma hora senti o vento congelante invadir meu corpo. - ANDA, GENTE!
Chegamos no caldeirão furado, cumprimentamos algumas pessoas que estavam hospedadas e passamos pela parede de tijolos que era o portal para o Beco Diagonal. E Amy a todo momento agarrada em meu braço.
O Beco estava lotado, parece que os bruxos gostam de deixar pra comprar o material de última hora, como eu.
Mas notei que uma coisa tinha mudado. Não tinha aquela magia confortável, aquele clima bom... tinha nervosismo, pessoas querendo ir embora, medo... todos pareciam querer fugir dali e viver escondidos.
E nem eu senti aquela excitação de ir no Beco Diagonal, de comprar os meus materiais novos, de rever pessoas... eu só queria voltar para casa de Theo, onde eu estava me sentindo seguro.
Puxei a mão de Amy delicadamente até a entrada da Floreios e Borrões, onde compraríamos nossos livros escolares. O local estava como sempre esteve, mas do mesmo jeito que as ruas do beco: lotado e triste.
A atendente do local nos entregou todos os livros da listagem de Hogwarts e em pouco tempo saímos da loja.
Depois fomos até Gringotes, onde Amy teve que pegar um pouco mais de dinheiro. Então como necessário, nos direcionamos até o prédio.
- Preciso ir até o cofre 279, por favor.
- Joseph irá levar vocês. - Disse um elfo sem a olhar e apontou para um outro pequeno gordinho com um enorme nariz.
Seguimos o elfo e entramos no carrinho que desde pequeno eu sempre amei entrar, pois me sentia em uma montanha-russa, e meus pais nunca deixaram eu ir em um parque de diversões, pois de acordo com eles, era "trouxa demais".
A viagem não demorou. Primeiramente porque o cofre de Amy não ficava muito longe e segundamente que o carrinho estava a quilômetros por hora.
Descemos do carrinho e paramos em frente a um cofre comum, e nem tão exageradamente extravagante como o da família Malfoy.
Amy abriu o cofre, fazendo com que olhássemos ali dentro. Não tinha muitas moedas, mas era o suficiente para uma família de classe média viver perfeitamente.
- Uhm, acho que tem pouco... - Amy disse um pouco desconfortável, e eu quis apertar ela com toda a força ali mesmo.
Ela pegou uma pequena quantia de moedas e colocou nos bolsos da calça jeans cintura baixa. Aliás, estava uma gostosa com a roupa que usava.
- Pegou tudo? - Perguntou Blaise e Amy assentiu com a cabeça.
Voltamos para as ruas do Beco e compramos todos os outros materiais necessários.
Quando estávamos indo embora, Theo insistiu que queria beber cerveja amanteigada e não tivemos muito o que fazer, então fomos a caminho do Caldeirão Furado.
Todos nós pedimos um copo de cerveja e escolhemos uma mesa que ficava bem escondida das outras, onde poderíamos ter mais privacidade e segurança.
O assusto era meio aleatório, sem rumo, mudava muito rápido. Até que Blaise tocou em um assunto que interessou mais a todos.
- Como acham que vai ser esse ano na escola? Com tudo que está acontecendo.
Ouvi suspiros pesados de todos, e logo Theo se pôs a falar.
- Provavelmente Dumbledore vai fingir que nada está acontecendo e continuar dizendo que Hogwarts é o lugar mais seguro do mundo bruxo... sendo que lá dentro tem a maior isca de Você-Sabe-Quem, o Potter. Isso me deixa puto. Parece que o velhote quer que a merda aconteça.
- Terá um professor de DCAT novo, por causa da farsa do ano passado. Será que vai acontecer o mesmo de sempre? Só que pior? - Blaise fez mais uma pergunta.
- Tem muitos comensais da morte espalhados pelo mundo... uns vão voltar para o Lord e outros vão tentar fugir e acabar sendo assassinados. E espero que estejam entendendo o que estou falando, Hogwarts é, com toda certeza, o principal lugar marcado por eles.
Vi que os meninos ficaram tensos, e notei o mesmo de Amy que se agarrou ao meu braço e escondeu o rosto no meu ombro.
- Amy, e Beauxbattons? Será que vai acontecer alguma coisa? - Theo perguntou e Amy levantou a cabeça para responder.
- Provavelmente. - Ela apenas disse isso, e não ousamos perguntar mais nada.
No fundo eu estou morrendo de medo, não só de acontecer algo comigo, estou com mais medo de acontecer algo com Amy que vai estar longe, em um castelo complemente diferente e com pessoas que eu não tenho o mínimo conhecimento.
A cerveja chegou e o assunto de encerrou, todos agora estavam em silêncio apenas bebericando a bebida.
O Caldeirão Furado estava completamente vazio, tirando Tom (o homem que trabalha aqui) e nossa mesa.
Quando eu estava terminando de beber, notei uma certa movimentação no local. Olhei para as escadas, de onde vinha o barulho.
Aos poucos fui conseguindo identificar o rosto por causa da escuridão do local. E quando consegui enxergar completamente, a única coisa que consegui sussurrar foi:
- Pai?
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𝐑𝐔𝐈𝐕𝐈𝐍𝐇𝐀; Draco Malfoy.
Fanfic𝐖𝐄𝐋𝐂𝐎𝚳𝐄; Draco Malfoy iria começar seu quarto ano em Hogwarts, com quatorze anos. Ele esperava ser mais um ano qualquer, onde Harry Potter fosse "salvar o mundo" novamente. Ele só não esperava que uma garota ruiva estrangeira fosse salvar a s...