Até o Arpoador

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Samba de verão

Prólogo

Rio de Janeiro, 18 de Fevereiro. (Abel)

A noite passada não foi uma das melhores; O despertador tocou às 08:00 e levantei abatido. Aquela tinha tudo para ser mais uma manhã corriqueira mas tudo mudou quando desci na estação Nsa. Da paz, vi um menino enrolado com a máquina de tickets e resolvi ir ajudá-lo.

- Oi, pode deixar isso comigo. - Digo.

Ele se vira e assente com a cabeça agradecendo. Dei alguns tapinhas na máquina e ela devolveu o dinheiro.

- Isso sempre acontece, por isso agora compro apenas nos guichês; As moças costumam ser simpáticas - Digo rindo.

- Que situação, me desculpe ! Vou seguir sua dica na próxima vez. Prazer, Caiam ! - Ele estende a mão, acompanhado de um sorriso.

- Não precisa se desculpar, eu sei que às vezes a tecnologia nos deixa de lado.

- Tecnologia bobona. - Caiam me interrompe, com risadas bobas.

Observei que o menino do metrô usa fones de ouvidos, e pergunto o que ele escuta.

- O que te entretem nesses fones ? - Questiono.

- Ah, bobo. Você ainda não se apresentou - Ele fala, como Górgias.

- Desculpe, Sou Abel.

- É uma música da Rita Lee. Olhe ! - O menino carioca me mostra o celular.

~ Desculpe o auê, Rita Lee [1:22]

- Acho que já ouvi falar nessa cantora. - Falo.

O menino me olhou como uma criança que acabou de tirar sua primeira nota baixa.

- Isso foi corajoso ! Agora, para não me deixar magoado, você está convocado para uma longa conversa sobre Rita Lee.

- Ah, se essa for a forma de receber o seu perdão. - Abel, fala como um jogador convencido.

- Acho melhor corrermos, o metrô está próximo.

Caiam segurou a mão de Abel, e se apressaram enquanto as toneladas do tirano dos trilhos se aproximava com seu som estridente e único. Naquela viagem os dois jovens se encontraram entre conversas e obviamente, Rita.

Eduardo Vittini

2022

Samba de VerãoOnde histórias criam vida. Descubra agora