Prólogo

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Estou sentado agora no mesmo lugar onde estive com ela pela última vez. Quando olho agora para o lado onde é ocupado por um vazio que é o mesmo que me preenche, uma angústia sombria me toma.

Eu gostaria bastante de chorar... Sério! Atingir o pico de tristeza onde deixo-a me preencher e isso naturalmente me traria um certo alívio. Pelo menos momentâneo. Mas infelizmente não consigo chorar, nem mesmo querendo e me forçando a isso.

Digo isso pois tive uma experiência boa ontem, onde deixei escorrer algumas lágrimas, a dor me preencher e após alguns minutos pude sentir a angústia indo embora por um tempo. E consegui proseguir com o meu dia.

Porém ela volta, e volta forte se você negligenciar esse sentimento. Por isso aqui, agora, sentado nessa vista maravilhosa onde vejo toda as luzes da cidade lá em baixo, junta a escuridão da noite, o que eu mais queria é chorar. Mas não consigo. E o fato de eu não conseguir colocar toda essa energia ruim para fora, ela permanece em mim e acaba me seguindo onde quer que eu vá, e a todo momento, sério (literalmente a todo e qualquer momento) a angústia está em mim.

Por vezes ela se aflora de uma maneira mais calma, mas é como um corte, ele fica ali, não sai. E mesmo com a saúde em dia, esse corte não lhe permite retirar a atenção dele.

Na verdade essa é a essência da sensação do término de um relacionamento.
Uma sensação que te corrói e de mantém inteiro para continuar corroendo. Odeio isso...

Seu pensamento vaga da pessoa para a pessoa... É como se você percorresse um longo caminho fugindo dela, e a encontrasse quando chegasse no final.

Pior ainda se ela tiver um nome comum, em que você a vê em todos os lugares.

Por fim, talvez você entenda, pois se você está lendo isso aqui, pode ter absoluta certeza que eu te entendo...
E esse livro é dedicado a ti (:

Manual do término de relacionamentoOnde histórias criam vida. Descubra agora