Após a aula, Maia e eu fomos a uma padaria ao lado da escola. Pedimos misto quente para a moça do balcão, e nos sentamos em uma mesa ao lado das janelas.
-Pi? - Maia disse. Ela me chamava de Pi, ao em vez de Pietra... - Ta tudo bem?
-Aham. - Digo, assentindo, mesmo que seja mentira.
-Você sabe que não sabe mentir, né?
-Sei, Maia... Mas, eu to bem, sério! - Dou um sorriso forçado.
-Não, você não está. Olha, sei que é difícil... E estou aqui para ajudá-la. Juro que não vou sair do seu lado. - ela pega minha mão, por cima da mesa.
"Não. Eu não vou chorar de novo" Penso. Poha, como eu odeio chorar na frente dos outros. Pisco, para sessar as lágrimas.
Nesse momento, um garçom, com cabelo preto espetado, e uniforme azul marinho deixa nossos mistos-quentes na mesa.
Solto minha mão da de Maia, para comer. Sinto o queijo derretendo em minha boca.
Maia come em silêncio, olhando para a janela, e eu olho para mesa. Faz aproximadamente 4 dias que não como mais do que meio sanduíche de presunto... Quando percebo, acabei o pão. Não sabia que eu estava com tanta fome...
Depois de pagarmos a conta, fomos para uma praça que tinha ali perto. Adoravamos aquele lugar. Não tinha bancos, então nos sentamos na grama úmida, encostadas em uma árvore.
Maia apoia sua cabeça em meu ombro, e eu, a minha cabeça na dela...
Ficamos em silêncio, mas não um silêncio desconfortavel e estranho.
Quando percebo, sussurro:
-Eu te amo, Maia.
-Eu também te amo, Pi - Ela respondeu
E ficamos lá, em silêncio, até anoitecer.