Aulas. Geralmente, eu adorava. Mas, agora, nada parece eatar no lugar. Encaro a lousa pela oque parece a milesima vez. Matemática. Os números estam todos embaralhados, os sinais do avesso, e o professor parece estar falando japonês, ou coreano.
Olho para Maia, que está sentada na carteira ao meu lado. Ela está copiando as coisas, e fazendo os exercícios solicitados pelo professor Marco. Ela percebe meu olha, se vira para mim, da um sorriso, e volta para o caderno.
Olho para o meu.
Eu adoro Matemática. Sempre fui apaixonada por números... Mas, agora, está tudo confuso. Foi minha irmã, Madalena, que apresentou a matemática para mim. Agora que ela morreu, naquele acidente de carro, parece que os números deveriam sumir, evaporar... Sublimar! Mas não. Eles ainda estão aqui.
O sinal toca, explodindo minha cabeça. Fecho o caderno, faltando mais da metade dos exercícios para resolver.
Percebo braços em volta de mim.
Abraço Maia de volta, apoiando minha cabeça no seu peito.
Sinto vontade de chorar. Fico pensando "chega de chorar, Pietra. Você já chorou de mais. Não vai chorar..." Mas eu fracasso, e choro, até a Professora Mirela entrar na sala. "Eba!" Penso, desanimada. "Aula de Teatro!"