Primeiro Ato: Éden + Lilith.

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Desde crianças, ouvimos a história de Adão e Eva, um casal que pertencia a um esplendoroso paraíso, eram felizes. Contudo, há um final triste; expulsos do jardim por terem se deixado cair em tentação.

Entretanto, essa pode não ser a verdade interina. Deus teria feito Lilith antes de Eva, do pó da terra, assim como Adão. Desta forma, seria a primeira esposa de Adão e primeira mulher da história da humanidade.

No primeiro ato sexual, Lilith se recusa a ficar por baixo de Adão, exigindo ser tratada da mesma forma que ele. Devido à isto, Lilith então rebelou-se contra a superioridade masculina de Adão, deixando o Éden e renunciando à Deus.

Com a falta de sua esposa, Adão dialoga com Deus sobre como sentia-se só. O Todo Poderoso então, inclinado em atos bondosos, o fizera cair em sono profundo, e da costela de Adão criara Eva, sua segunda esposa.

Por muito tempo, Adão e Eva viveram felizes, submetidos às vontades de Deus e satisfeitos com suas funções como homem e mulher. Porém, em um belo dia, Eva deu-se conta de que, por mais que a atenção e amor do Criador fosse voltada para os dois, Adão parecia ter muito mais em comum com Deus, por ser homem, do que a ela. Esta pequena constatação havia lhe tirado o sono, provocava-lhe dúvidas cruéis e que jamais foram respondidas.

Por outro lado, Lilith, muito solitária, procurava, de tempos em tempos, reconstruir a comunidade humana que havia no Jardim. Depois de sua primeira tentativa infrutífera de destruir os muros do Paraíso, Adão trabalhou muito para construí-los mais uma vez, ao lado de Eva, a quem lhe contou histórias terríveis sobre Lilith. Segundo ele, Lilith não passava de um medonho demônio que atormentava mulheres em seu parto e roubava crianças de seus berços para torná-las suas. Eva, por sua vez, assustada, resolveu aquietar-se ao lado do marido, pois pensava que estaria segura dos planos maléficos de Lilith ali.

Mas Lilith não se deu por vencida, e a segunda vez que invadiu o paraíso, ela atacou o portão principal do jardim e houve uma grande luta entre ela e Adão, onde foi, uma vez mais, vencida. Desta vez, porém, antes que Lilith fugisse, não pôde deixar de notar Eva, a segunda mulher de Adão. Da mesma forma que Eva lhe notou, encatando-se com a beleza absurda da mulher.

Ora, onde estava aquele demônio medonho que tanto contava Adão? Porquê a beleza de Lilith e seus traços inocentes nada condiziam com as histórias contadas por Adão.

Depois deste encontro, sementes de curiosidade e dúvida começaram a crescer na cabeça de Lilith e Eva.

Lilith não pôde impedir que um rápido interesse lhe tomasse com a imagem de Eva. Seus cabelos absurdamente louros, os olhos brilhavam em uma inocência que jamais vira em Adão ou até em si mesma, insano! Já Eva, pensava no quão linda era Lilith, e quão bravamente lutara contra Adão. Havia se identificado, pela primeira vez desde sua criação, com alguém, da mesma forma que fazia Adão com Cristo.

Pelas dúvidas e curiosidades que lhe perseguiam acerca uma da outra, decidiram que era hora de aventurarem-se às extremidades.

Sentaram-se e conversaram sobre o passado e o futuro. Falaram, não uma vez, mas muitas vezes e por muitas horas. Conversaram sobre muitas coisas, contaram histórias, riram e choraram juntas, repetidamente, até que os laços de afinidade estreitaram entre elas e apaixonaram-se profundamente uma pela outra.

Furioso pela descoberta, o Criador então expulsa Eva do jardim, condenando Lilith ao Inferno, vagando durante anos à procura de sua amada.

Desde então, Deus e Adão ficam aguardando e temendo a possibilidade do dia em que Eva e Lilith se reencontrassem e retornassem ao Jardim, cheias de possibilidades, prontas para reconstruí-lo juntas.

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