Terceiro Ciclo: Revelações - O Despertar.

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Atenção: capítulo contém cenas de violência explícita e palavras depreciativas que podem servir de gatilho para algumas pessoas. leiam tendo esse recado em mente.

"Honra teu pai e tua mãe, a fim de que tenhas vida longa na terra que o Senhor, o teu Deus, te dá." (Êxodo 20:12)

Para os humanos, o pai é quem lhes dá a vida e também quem os ensina a vivê-la. Mas nem sempre um pai cumpre as duas funções. Há pais que só dão a vida e outros que só ensinam a vivê-la. Por ausência ou por presença, são os pais que marcam seu caminho. Aqueles que deixam uma marca indelével. O pai é um espelho no qual o filho se olha, o filho deseja ser idêntico ao pai e copia cada gesto. Você entra na idade adulta quebrando esse espelho. Somente quando o espelho quebra eles podem se ver como pai e filho.

O vínculo pai-filho é o que deixa a marca mais indelével no ser humano. Para um filho, os pais lhe dão tudo. Vida, sustento, educação e irmãos. De todas as espécies animais, o filhote humano leva mais tempo para crescer e se defender. Durante todo esse tempo seus pais estão lá, preparando a criança para o amanhã, e nesse longo processo, os pais por presença ou ausência, por ação ou omissão, deixam marcas em seus filhos. 

Alguns pais são obstinados em acreditar que seus filhos são deles, que eles pertencem a eles. Eles resistem à ideia de que os filhos pertencem à vida, que só cuidam deles até que estejam prontos para o amanhã. Dando amor, contenção e limites, os pais constroem o amanhã. Bons ou maus, unidos ou divididos, os pais também dão aos filhos uma família: o melhor lar da infância.

Alguns pais preparam seus filhos para o amanhã, outros invejam o amanhã, porquê pensam que isso os afastará deles. Amanhã inverterá os papéis, e o filho ajudará o pai a caminhar. Amanhã, o filho tratará o pai como o pai tratou o filho. É simples assim. É a lógica do ser humano.

Ou ao menos deveria ser assim.

Lux soube que havia algo muito errado bem antes de pegar o primeiro voo para a Coreia do Sul, em direção à cidade Natal de Seo Soojin, é claro que ela soube. Contudo, seus desejos interiores falavam muito mais alto do que qualquer outra coisa. Não se importou com o peito apertado ao deixar o avião, tão pouco com o sentimento de aflição que lhe sondou no momento em que se viu parada diante a casa onde passou grande parte de sua vida humana.

Precisava da carta de Hades, e apenas iria conseguir com uma pessoa.

Compreendendo que suas cartas infernais sempre foram eficientes para si e uma dor de cabeça para Lúcifer, Lux foi sábia em escondê-las da forma mais discreta possível. Cinco cartas quedaram-se muito bem guardadas sob a proteção de Aesma e Saleos, que dariam suas não vidas para proteger o bem mais precioso de sua princesa. Já a sexta carta... Bem, digamos que Lux havia deixado esta por último, onde nem mesmo Satanás e seus aliados seriam capazes de achá-la.

Porquê, em grande sinceridade, seu pai jamais buscaria a carta de Hades em um mero humano.

Uma metade jazia-se em seu pescoço, no crucifixo que carregava consigo para todo lado. a outra metade, estava guardada no adorno que Hwanwoong, seu irmãozinho, carregava no pulso.

Brilhante ideia, é claro!

Quando adentrou à pequena casa aconchegante, franziu a testa em uma confusão verdadeira ao encontrar as luzes apagadas e nenhum sinal de Woong ou até mesmo Ranya, sua mãe. Soltou um bufo, fechando a porta e ligando a luz.

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