Capítulo 2

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Eduarda Amorim

Bato na porta do escritório da Madame Lavoisier antes de entrar com a bandeja.
Escuto ela falando um entre,  abro a porta e fecho atrás de mim. A encontro sentada em sua mesa concentrada no notebook.

-Oi querida.

-Me disseram que a Senhora queria falar comigo, aproveitei e trouxe seu chá.

-Toma ele comigo?

-Sim Senhora.

Ponho a bandeja na mesa baixinha entre os sofás. Me ajoelho no chão e sirvo uma xícara para ela.

Ela logo chega e se senta num dos sofás de frente para mim, e pega a xícara de minhas mãos.

Eu sirvo para mim e continuo no mesmo lugar, bebericando o chá.

- Precisamos conversar querida. O seu curso terminou, então está na hora de vc ir em frente. Já pensou bem no que vai fazer?

-Sim Madame, está na hora de eu me dedicar a um dominador. Passei esses dois anos treinando para isso.

-Então eu já tenho em mente, alguém que te mereça. (Olho para ela surpreendida) Como será seu primeiro dominador, pensei em alguém temporário. Depois desta experiência, vc pensa no que quer fazer mais calmamente. Mais quero que saiba que aqui sempre será seu lar, independente te do caminho que vc escolher seguir.

- Eu sei madame, nesses dois anos em que estou aqui , tive certeza disso. Todas as escolhas foram minhas, conheci pessoas que levarei para sempre, e o mais importante, me conheci de uma forma que nunca me conheceria, se não tivesse aceitado a sua proposta .

-Que bom querida!

Ela segura meu rosto com uma mão e beija a minha testa.

- Levanta e pega uma pasta transparente em cima da minha mesa.

Eu faço o que ela pede.

Seguimos hierarquias na escola, e a madame está no topo da hierarquia. Todos a tratam com respeito e segue suas ordens a risca. Devemos obediência e carinho a ela, que nos adotou e nos transformou nas mulheres que somos hoje.

Pego a pasta e retorno ao meu lugar, que é ajoelhada ao seu lado no sofá.

Entrego a ela , mais ela me devolve.

-Não querida, é pra vc estudar. Aí dentro tem os dados do dominador que quer seus serviços, além de que ele espera de um submissa e uma fotografia. Ele oferece apenas contratos de três meses inicialmente, as suas submissas. Mais tem um sonho, de encontrar uma permanentemente. Mais o que posso dizer é que, ele é difícil de ser agradado.

- Mestre Arthur Albuquerque, 35 anos. Solteiro. Madame, esse dominador não foi aquele que Sabrina passou três meses com ele?

Logo reconheci, sequei as lágrimas da Sabrina, quando ela foi devolvida. Ela se apaixonou, mais pelo o que ela me disse, fica difícil não se apaixonar.

Sabemos que a relação de um dominador, com uma submissa, é íntimo e profundo, mais na maioria dos casos não rola amor. Apenas uma troca brutal de energia.

Por isso que optei ser uma submissa, depois que entrei para o internato. Não acredito em paixões. Acredito na troca de energia e quando isso acaba, cada um procura um outro parceiro.

Não corro riscos com Arthur Albuquerque, por mais que ele seja um dominador que arranque suspiros de todas que passaram por sua cama. Ele é alto, de corpo atlético, olhos verdes, pele de cor oliva e cabelos castanhos lisos. Se parece com espanhóis, se tem parentesco, não sei. Aquele queixo quadrado, olhos frios, deixam as meninas de quatro em apenas semanas.

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