55 | The truth

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Nós estávamos em Los Angeles, Harry insistia em um papel de presente grande o suficiente para a caixa do brinquedo que havíamos comprado, mas nós não tínhamos nenhum, então, eu disse que eu podia fazer com papéis comprados por metro, e foi o único jeito de dar certo, e ele reclamava da própria atitude de ter esquecido de pedir para embrulhar na loja, eu apenas ria, às vezes ele parecia um velho.

- O que é isso aí? - Eu sabia o que era, a pergunta soou até idiota, um ukulele, basicamente um violão menor que os outros, e não era tão comum ver ele tocando aquele.

- Um instrumento musical, muito interessante. - Ele respondeu sarcástico, e eu revirei os olhos. - Vou dar para o Theo. - Franzi o cenho.

- Esse não é o seu? - Ele assentiu.

- Eu tenho outro, vou dar o mais antigo. - Apoiou o instrumento na bancada. - Ele gosta quando toco violão, talvez se interesse em aprender.

- E se ele não se interessar?
- Então ele pode guardar como uma relíquia. - Ele riu. - E lembrar do presente que o tio deu. - Sentou no sofá, de frente para mim. - É só um incentivo.

Eu sorri para ele, sabia que caso Theo viesse a se interessar sobre música, Harry ficaria realmente orgulhoso.

- Vai fazer isso com o nosso filho? Incentivar a ser um cantor também? - Ele ficou paralisado, com um sorriso.

Eu nunca falava sobre termos filhos, eu geralmente perguntava coisas sobre quando ele tivesse um filho, e não quando eu tivesse um, não que eu não quisesse, eu só não pensava sobre, e ele sabia que era a primeira vez que eu falava em voz alta, ele sorria porque era como se eu estivesse planejando um futuro com ele.

E eu estava, silenciosamente.

- Eu vou apoiar ela para ser o que quiser ser. - Ele pareceu pensar, com o dedo indicador apoiado na bochecha, fazia muito aquilo. - Mas com certeza vai aprender a tocar violão. - Nós rimos, eu sabia que era verdade.

- Ele. - O corrigi, eu gostava de implicar, não me importava realmente. Ele semicerrou os olhos.

- Ela, dona Rose já nos disse. - Falou como se fosse óbvio.

- Sobre isso, pode ser um pouco difícil ver minha família hoje, vocês meio que discutiram. - Eu não sabia ao certo o tamanho da discussão, ele havia me contado sobre minha mãe insistir que eu precisava voltar para Boston, mas pelo que eu bem conhecia, aposto que disse coisas que não deveria.

- Não se preocupe, eles só estavam muito nervosos, vai ser legal. - Tinha um sorriso no rosto, parecia estar realmente tranquilo, eu não sabia quais palavras a minha mãe havia usado, mas sabia que talvez não merecesse toda a bondade dele.

* * *

Harry estava nitidamente ansioso, falou o caminho inteiro até a casa da Chloe, e ele não precisava admitir com palavras o quanto gostava dos meus sobrinhos, que por consequência se tornaram dele também.

Era uma festa familiar, Bob estava lá também, meus pais insistiam que ele tinha que ir, sempre reclamava que não gostava de sair, mas sempre estava lá, com um sorriso no rosto, eu achava engraçado porque não era forçado, na verdade, ele gostava muito de festas com a minha família.

- Tio Harry. - Theo buzinou com o carro, e Harry abriu um sorriso.

Ele estava passando pelo meio das pessoas, e eu tinha a impressão de que dirigia até melhor que eu.

- E parece que nada de tia Elisa. - Eu falei alto, e o garotinho me lançou um sorriso, não fazia ideia que eu estava sendo irônica.

- Tia, oi. - E seguiu olhando para o Harry, eu já estava acostumada a perder.

Don't let me go • Harry StylesOnde histórias criam vida. Descubra agora