31 | Dream

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Acordado, mas não com os olhos abertos, senti a minha respiração junto de outra, o ar quente batia contra o meu pescoço, meu ombro direito estava com um peso em cima dele, movi minha mão esquerda e senti a pele quente das costas dela. Abri os olhos devagar, a luz do sol tentava invadir o quarto, mas era impedida pela cortina branca da janela, olhei para o corpo grudado ao meu, sorri largo, talvez não tenha sido um sonho.

Acariciei a pela do braço dela, me afastei um pouco para ver o rosto, mesmo dormindo continua linda, talvez a beleza dela jamais seja explicada, deixei um beijo na bochecha e voltei a observá-la, se for um sonho, eu não quero acordar nunca mais.

Ela sorriu de leve com o toque, abriu os olhos devagar, nos encaramos com os mesmos sorrisos e senti ela pousar a mão no meu rosto.

- Bom dia. - A voz dela saiu como um sussurro.

- Muito bom. - Liz deu uma risada nasal. Continuei a observando, contornei todo o rosto dela com o dedo indicador, ainda parece um sonho.

- O que foi?

- Me diz que é real. - Juntou as sobrancelhas. - Você disse que era apaixonada por mim, tivemos uma das melhores noites juntos e no fim você decidiu ficar. Ficar comigo. - Ela afastou um pouco o rosto.

- Eu não disse que era apaixonada. - Olhei para ela sem entender, não seria possível, eu teria que estar muito drogado para estar escutando coisas. - Eu sou apaixonada, existe uma diferença de tempo verbal entre "sou" e "era".

Suspirei em alívio, ela riu e piscou um dos olhos, neguei com a cabeça e levei a mão ao peito, já esperava que me chamasse de dramático.

- Não faça isso. - Ela chegou mais perto, sorrisos leves nos rostos. - Também sou apaixonado por você. - Uma confissão, uma declaração.

Ela beijou meu maxilar, um arrepio surgiu e meu corpo pareceu tremer quando deitei totalmente de costas e ela levantou o corpo, colando nossos peitos, olhei para eles, por um momento esqueci que estávamos completamente sem roupas.

- É muito frio na Inglaterra. - Ela olhou para as cortinas, estávamos salvos graças aos aquecedores.

- É sim. - Gosto do clima, quando o sol aparece todos saem com camisetas ou shorts curtos, mesmo estando frio ainda é como se os ingleses estivessem indo para a praia.

Ela continuou olhando para as cortinas, percebi um tempo depois que eu continuava massageando a pele exposta das costas dela, Liz olhou para mim e sorriu, uma corrente elétrica passou pelo meu corpo.

- Eu vou ser sincero. - Voltei a falar, pousei a mão esquerda no meio das costas dela. - Eu não sei o que fazer agora, como estamos... - Nitidamente nervoso, um sorriso tímido me consumiu, é como se eu ainda fosse um adolescente perto dela.

- É confuso para mim também. - Ela soltou uma risada abafada. - Vamos só...deixar ir. - Ela deu de ombros.

- Certo. - Murmurei, seria um bom caminho, não precisamos forçar nada. - Deixar ir. - Repeti as palavras dela.

Ela voltou a me observar, atenta em cada detalhe do meu rosto assim como eu estou atento no dela. Pareceu lembrar que estávamos sem roupas e olhou para os nossos corpos colados, depois me encarou.

- Preciso de um banho. - Ela disse enquanto voltava a deitar ao meu lado.

- Eu também. - Olhei para ela, os olhos fixos no teto, bochechas ruborizadas e uma das mãos segurava o cobertor que nos cobria sobre o corpo. - Você pode ir primeiro. - Ela concordou com um aceno, apoiei o corpo sobre o braço. - Já te vi sem roupas. - O sorriso tímido de sempre.

Don't let me go • Harry StylesOnde histórias criam vida. Descubra agora