amor ou amizade

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Son

Existem alguns pontos em minha vida que me tornam perfeito.

A primeira delas é o meu sorriso lindo. A segunda é o quanto eu sou perfeito, maravilhoso, e ainda por cima, cheiroso; um tipo de combinação que você não pode aguentar. A terceira, é que eu sou muito certo da cabeça; e quarta coisa é que sou perfeito.

O barulho ensurdecedor vindo dos quartos aos lados mostrava que talvez eu tivesse que me mudar desta casa. Afinal, todos pareciam não "bater bem" da cabeça, mas essa ideia era impossível de se descrever, falar, sonhar ou até mesmo concretizar.

Podem se perguntar do porquê desse barulho todo: no quarto da esquerda havia o bebê mais enjoado e mimado que eu conheço, o meu irmãozinho mais novo e insuportável, Mong. Tinha vontade de pegar essa criança e colocar em liquidificador, botar para bater e beber o suco de Mong.

E do outro lado estava o quarto de dois pré-adolescentes, doidinhos de pedra, os quais escutavam documentários sobre canibalismo. Agora, me perguntem o motivo deles assistirem isso... não eles não querem comer carne humana, eles acham satisfatório observar a carne toda cortada.

Me levanto e bufo irritado por aquele pirralho não parar de chorar, abro a porta olhando para o final do corredor, em direção ao quarto de porta dupla ainda fechada; era possível escutar os gemidos.

Motter e Kiraz já estão com 13 anos e resolveram ter outro bebê só pela satisfação de ter um que foi "planejado". São completamente loucos.

- Como todos à nossa volta.

Ando até o quarto do bebê e entro com cara de poucos amigos. O quarto era todo pintado em rosa bebê e branco, Mong estava fazendo beicinho de pé no berço.

- So... So - ele fala, me chamando com sua mão gordinha e isso me faz revirar os olhos, pois é impossível não o fazer com essa criança. Ando até ele.

- Mong, são dez horas da manhã! - digo em um tom raivoso - Sabe como é odioso ficar escutando o seu choro ridículo pela manhã? - brigo com ele, que só faz beicinho todo fofo.

Aqui, o que mais temos são ômegas e Mong é o único que ainda não apresentou uma classificação. Respiro fundo.

- Vamos, fale algo Mong, sua pequena cobra ardilosa – resmungo, mas o garoto só ri mostrando a boca banguela - Ridículo você! - digo e o pego no colo.

Ele esconde o rosto em meu pescoço, todo manhoso; sorrio sem querer. Mesmo odiando um pouco meus irmãos, ainda assim, amo eles, afinal, cresceram junto com essas pragas em minha vida, não posso fazer tanta desfeita assim com eles, né?

Vou até a cozinha e olho ao redor. Não sabia nem por onde começar ou o que deveria fazer, o que diabos se dá pra uma criança daquele tamanho?

- Eu acho que você está com fome... - falo, perdido e coço a cabeça - Você come miojo, Mong? - pergunto e ele sorri, a baba escorria por seu rosto e sua camisa já estava toda molhada.

Pisco confuso, esperando-o falar algo, mas aquela criança incompreensível não fala e bufo irritado.

- Se você não falar irei lhe jogar pela janela! - espero uma resposta – Claro, você tá tentando me provocar né? Acha que não sei que você...

Minha fala é interrompida pelo ser que entra na sala cantarolando uma música ridícula que nem existe. Ia iniciar um abrigar, mas o cheirinho de algodão doce acaba me fazendo sorrir e olhar na direção de Ally que tinha simplesmente entrado em minha casa sem permissão.

Ele tinha seus cabelinhos cor de rosa muito bem arrumados, assim como a farda da escola, afinal, ele reprovou. Sim, ele é um serzinho ridículo que pensa que como um doido.

Meu Pequeno Algodão Doce - ABOOnde histórias criam vida. Descubra agora