Capítulo 25

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Allison reclamava que deviam ter feito uma faixa. Que, se era para faltar ao trabalho, e não estava absolutamente arrependida, pois aquilo era questão de vida ou morte, então devia ter aproveitado que passou metade da tarde livre e nervosa e feito pelo menos um cartaz.

-E o que você ia escrever no cartaz? – Dylan perguntou, com um sorriso divertido.

-Se alguém encostar no Noah, morre – Ela respondeu prontamente.

-Acho que não ia pegar muito bem em um fórum – Eddie falou. – Mas valeu pela intenção.

-Por que está demorando tanto? – Malu perguntou, enquanto segurava Noah no colo. – Não é só dizer que a filha da puta irresponsável largou um bebê na calçada e determinar que é o Luca que vai ficar com ele?

-É que o juridiquês toma tempo, tia Malu – Jake falou.

-Tempo pra caramba – Loly respondeu, avaliando o casal que esperava com eles no corredor, e então cochichou para o seu grupo: - A gente não devia se apresentar a eles? Falar alguma coisa?

-Eu posso rogar uma maldição – Allison respondeu e Malu apoiou. – É alguma coisa.

-Eles de repente nem têm culpa.

-Eddie! – Malu olhou para o marido, horrorizada.

-Sei lá – Ele deu de ombros. – De repente são super gente boa e não sabiam que a filha saía largando bebês em cestinhas por aí.

-Qualquer pessoa que deixe a filha com tanto medo que ela prefira abandonar um bebê na calçada a admitir que estava grávida não deve ser tão gente boa assim.

-Verdade – Eles concordaram.

-Mas sério, vi uma papelaria aqui perto. A gente compra uma cartolina e umas canetinhas, dá apoio e passa o tempo – Allison voltou a insistir.

-Eu topo! – Loly respondeu, animada.

-É uma boa ideia – Malu disse. – É terror psicológico. Tática de guerrilha.

Nem bem terminou de falar, a porta da sala abriu. Se a cara de Luca, quase irreconhecível de terno, era algum sinal, as notícias não eram boas, pois ele parecia muito zangado. Roberta também não era a criatura mais feliz do mundo, e ambos falavam com seus advogados. A garota foi diretamente até Noah e Malu apertou o bebê com mais força no seu colo.

-O que você vai fazer? – Ela perguntou, beirando o pânico.

-Ver o meu filho. Não posso?

-Não sei. Pode? – Malu virou para Luca.

Ele fez que sim com a cabeça, contrariado.

Roberta o pegou no colo e o mostrou aos pais, que se aproximaram. O homem, um loiro de meia idade e altura mediana, perguntou:

-Então nós ganhamos?

-Não – Roberta e Luca disseram ao mesmo tempo. Ela, contrariada, ele, com pavor. Roberta continuou: - Ganhei o direito de passar uma tarde com o Noah de quinze em quinze dias. Mas, assim que eu arrumar um emprego bom, vou querer guarda compartilhada.

-Uma tarde inteira de quinze em quinze dias?! – Malu falou, chocada.

-E pra quê? Pra você cansar e o largar por aí? – Allison perguntou, afrontada.

-Eu não vou mais largar o Noah e não tenho que dar satisfação a vocês.

Mais tarde, quando todos estavam na casa da Malu tomando chocolate quente, ela reclamou:

-Luca, te fiz todo perfeito pra você sair pegando uma vagabunda desse tipo?

-Não sabia que ela era desse tipo, mãe.

Quando A Vida Acontece - Vol 3Onde histórias criam vida. Descubra agora