As vezes nossas memórias são nossa maior salvação, as vezes nem que seja apenas uma lembrança marcante, seja ela boa ou ruim, são nossa maior motivação a superar nossos medos. Mas as lembranças de Alya Hayes vão ser capazes de fazer ela se sacrifica...
"O pior pesadelo é aquele no qual você percebe que é real."
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Sentia meus pés quentes no chão gélido e molhado, o vento que parecia cortar minha pele de tão frio era forte e tudo parecia mais escuro, sombrio. Minhas mãos foram até meus braços finos, passando elas nos mesmos para tentar esquentar meu corpo daquele frio. Parecia que eu conhecia aquele local, parecia o do... Um carro conversível parou se a uma quadra de distância de mim, dentro estavam mamãe e papai, rindo de alguma coisa.
— Mãe! Papai, oi! — Gritei, fazendo os dois olharem pra minha direção e sorrir, acenando.
Mas o barulho alto de um freio se fez presente, uma luz extremamente clara apareceu em nossa frente e ambos os carros se colidiram com extrema força. Sentia meu corpo tremer, minha garganta ficar seca, o carro pegava fogo como nunca, eu não conseguia me mexer, parecia que eu estava paralisada. Mas uma sombra, uma enorme sombra saiu de dentro do outro carro que quase parecia que não havia tido um acidente. Uma figura extremamente alta e bizarra saiu e o barulho estrondoso de um relógio foi se ouvido por mim, olhando para trás em minha direção, meu coração se acelerou na hora. Eu tenho que sair daqui, eu tenho antes que ele me pegue e faça algo de mal a mim.
Meus pés pareciam que agora estavam me obedecendo, meus passos eram rápidos e eu corria como se não houvesse um fim, o coração acelerado batia fortemente em meu peito parecendo que iria sair pra fora a qualquer instante. Minha cabeça se virou para trás para ver se eu já estava longe o suficiente mas quando voltei a olhar para frente, uma mão com unhas afiadas agarrou meu pescoço me fazendo arregalar os olhos.
Sua aparência era horrenda, parecia uma pele morta escura e grossa, molhada e fria, seu rosto era horrível. Ele me olhava fixadamente, como se estivesse lendo minha mente, como se soubesse oque eu iria fazer o oque estava pensando.
— Você... vai vir para o meu lado. — Sua voz era grossa e rouca, desgastada. — Você será a minha dama e peça chave para acabar com tudo e todos.
— Não... Eu não vou. Me deixe ir! — Eu tentei gritar mas sua mão em meu pescoço se fez mais forte.
— Você não terá escolha... Ou não quer que sua irmã boazinha e seu irmão gêmeo sofram. — Ao ouvir isso me desesperei, balançando as pernas e levando a mão para a dele que segurava meu pescoço. — Ora... Viu como você não quer isso? Então você vai me obedecer, vai me ajudar a matar todas as presas fáceis.
— Eu não posso... por favor me deixe ir, por favor. — Fechei meus olhos os piscando fortemente e abrindo em seguida, deixando lágrimas quentes caírem por eles, ele soltou a mão e eu sentia me flutuar sozinha, meu corpo parecia ter ficado mais tenso e um de seus dedos podre e longo foi levantado até minha testa.
— Eu voltarei quando você sentir o poder dentro de você. — Sua unha encostou em minha testa, uma dor em seguida se fez presente, como se ele estivesse amassando meu crânio de alguma forma e aquele me fizesse sentir como se minha cabeça fosse explodir. Eu vou morrer? Ali seria meu fim?
"Segure minha mão, Aly! Eu estarei aqui com você, sempre." A voz feminina se fez presente em minha mente, conseguindo me fazer relaxar daquela imensa dor, mas meu corpo e mente ficou sonolento, eu realmente estou morrendo...? Mesmo com minha visão turva, uma figura de cabelos pretos e grandes, pele branca e olhos calmos chegou em minha frente. Quem era aquele?
