SINOPSE; Alguém estava observando-a na floresta, e por mais que pudesse ser uma criatura mágica hostil, não parecia querer fazer contato. Então você tentou, dia após dia, apenas porquê sim.
CONTÉM; Carinho, apenas.
PALAVRAS; 6,500.
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Nunca parecia estar de dia dentro das florestas carmesim, o sol não penetra por entre as milhares de folhas vermelhas, azuis e ocasionalmente rosas, resultando numa escuridão de tom levemente arroxeado com poucos e pequenos filetes de luz amarela adentrando por entre os vãos das árvores. É uma floresta única, bonita, e assustadora - mas não é como se você, uma moradora dos arredores, se assustasse com o clima sombrio ou as criaturas que residem lá dentro, então é uma ocorrência comum que vá ao local por pura admiração, afinal, as trepadeiras ondulares com folhas reluzentes nunca perdem sua beleza.
Nem mesmo quando sente que há algo espreitando por entre os cascalhos, observando-a.
"Olá?" Gritou para o nada após ouvir um pequeno som de estalo, como o de um galho quebrando. "Eu já sei que você está aí, não seria mais fácil se mostrar?" Tentou outra vez, se deparando com nada além do cantar de alguns pássaros da região.
Parou de olhar ao redor das árvores escuras e encarou o topo das folhas, suspirando com um pequeno sorriso com a visão celestial da floresta escura, mal iluminada por plantas venenosas que brilhavam levemente na escuridão roxa. Não insistiu mais e seguiu caminho, ignorando a sensação de olhos queimando a parte de trás da cabeça enquanto ia até um pequeno lago com água esverdeada e videiras decorando o local. Ali, colocou para baixo a cesta que tinha no braço e se recostou um uma das várias árvores ao redor da água, onde tirou tudo que havia - inclusive um mini pratinho com uma vela e fósforo - e começou então a comer alguns dos sanduíches e fruta que trouxera enquanto lia um livro sob a luz fraca da vela acima da cesta.
Por mais difícil que fosse comer ou se concentrar sabendo que há alguma coisa ou alguém escondida na escuridão da floresta seguindo-a e observando-a, ter conhecimento de que isso não a fez mal em nenhuma de suas sonecas nesse mesmo lugar dava-lhe tranquilidade o bastante para ignorar, mesmo que não totalmente. Então quando satisfeita com a leitura e de barriga cheia, sabendo que sua uma hora usual gasta para almoçar aqui estava acabando, se levantou e ajeitou as coisas, certificando-se de deixar um sanduíche e uma maçã acima de um pano de prato antes de sair. Quando estava longe, a sensação de ser perseguida se esvaiu, e sem seu conhecimento, a criatura espreitando na floresta lentamente saiu de seu esconderijo nas sombras e se aproximou cautelosamente dos presentes deixados a ele.
O coração bateu forte quando viu a comida, e antes que percebesse ele estava ajoelhado na frente da oferta com os dedos ossudos e em formato de garra levando o sanduíche rapidamente para a boca, abocanhando tudo com uma fome de quem não come a milênios. Quando acabou de comer, naquela mesma árvore grande que você se apoia sempre que vem, ele se encolheu em uma das raízes enormes e de lá puxou um cascalho solto, que acabou por abrir uma entrada.